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Arquitetura

Arquitetos criam escritório colorido que dá vontade de morar

Sócios abandonaram escritório convencional e criaram ateliê de arquitetura na periferia

Thailla Torres | 10/08/2020 07:35
Decoração afetiva, mobiliário reaproveitado e muita história fazem parte desse escritório com cara de casa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Decoração afetiva, mobiliário reaproveitado e muita história fazem parte desse escritório com cara de casa. (Foto: Henrique Kawaminami)

Se você é do tipo que gosta do conforto, do aconchego e da tranquilidade que a decoração pode passar, certamente se apaixonaria pelo ateliê ou escritório de arquitetura desses dois sócios, no Jardim Panorama. João Santos e Eduardo Melo, ambos arquitetos do Dujô Arquitetura fugiram dos padrões de salas comerciais no Centro e apostaram em escritório na periferia que mais dá vontade de morar do que só trabalhar.

Pelo colorido, pela afetividade presente nos objetos, pelas plantas, pela certeza de que “há um gosto de vitória e encanto na condição de ser simples”, como diria a grande arquiteta Lina Bo Bardi. A frase, inclusive, representa muito o espaço dos sócios, que um dia desmontaram o escritório que tinham na Bahia e se mudaram para Campo Grande, onde apostaram no home office.

Local de trabalho dos arquitetos dá vontade de morar mesmo. (Foto: Henrique Kawaminami)
Local de trabalho dos arquitetos dá vontade de morar mesmo. (Foto: Henrique Kawaminami)
O colorido particular é o que transforma a rotina de trabalho. (Foto: Henrique Kawaminami)
O colorido particular é o que transforma a rotina de trabalho. (Foto: Henrique Kawaminami)
Cantinho do café ainda conta com tradicional filtro de barro.  (Foto: Henrique Kawaminami)
Cantinho do café ainda conta com tradicional filtro de barro.  (Foto: Henrique Kawaminami)

“Em 2019 começamos a planejar a construção de um Office Garden, que é um local de “trabalho no jardim”, visto que tínhamos espaço na residência que comportaria este tipo de proposta. No começo de 2020 iniciamos a construção do ateliê, um local de trabalho que tivesse a nossa cara e dentro de casa. Em março, com o início do isolamento social, tivemos que interromper as obras, que já estava entrando na fase de acabamento. Mesmo inacabado começamos a utilizá-lo, tamanha era a necessidade, e agora em julho resolvemos finalizar”, descreve João, que também é professor universitário.

Arquiteto elaborando projeto para si não é tarefa fácil, a cobrança é ainda maior, mas o que ajudou foi a certeza de uma arquitetura que tivesse a linguagem da casa, com uso de madeira, tijolos aparentes e bastante aproveitamento da luz e da ventilação natural, por meio de grandes aberturas, até para trazer o jardim para dentro do escritório. “Era o que mais queríamos, não nos sentir enclausurados”

Quando começaram tinham uma planta definida, mas as aberturas foram se definindo no desenrolar da obra, conforme sentiam o espaço. “Acho que não temos um estilo ou tendência específica, por exemplo, a paleta de cores que utilizamos já era da linguagem da casa, mas incorporamos outras, como o cinza, o preto e o verde. Gostamos muito de plantas, então é inevitável que ela tenha seu espaço garantido, não como decoração, mas como forma de trazer qualidade ao espaço, os benefícios que as plantas trazem para a vida das pessoas, a arquitetura biofílica”, explica.

Espaço é receptivo e aconchegante.  (Foto: Henrique Kawaminami)
Espaço é receptivo e aconchegante.  (Foto: Henrique Kawaminami)
E decoração ficou do jeitinho que donos queriam.  (Foto: Henrique Kawaminami)
E decoração ficou do jeitinho que donos queriam.  (Foto: Henrique Kawaminami)
Escritório está localizado no Jardim Panorama, em Campo Grande.  (Foto: Henrique Kawaminami)
Escritório está localizado no Jardim Panorama, em Campo Grande.  (Foto: Henrique Kawaminami)

Na decoração, muitas peças de garimpo, como duas cadeiras do Hotel Gaspar, que infelizmente fechou as portas neste ano, A mesa é da OLX, bem básica de escritório e custou “duzentão”, brinca o arquiteto sobre o valor. A estante é aquelas metálicas coloridas facilmente encontradas no centro da cidade e gravuras também já existiam, só foram reaproveitadas.

Já o aparador do café era em madeira e os sócios pintaram de verde, assim como as cadeiras do deck. A poltrona também é reaproveitada e filtro é aquele de barro “São João”, mais que comprovado que é o melhor e lembra casa de mãe ou de vó. “A ideia era que não ficasse com cara de ambiente corporativo e que de certa forma fosse descontraído”.

“A decoração é bastante afetiva, sejam pelas peças de garimpo, pelos símbolos religiosos para trazer proteção, enfim, conquistamos um lugar que trouxesse aconchego e paz. Tem algumas coisas que nós mesmos fizemos. Não tínhamos lugar para colocar as revistas de arquitetura, então achei uns caixotes de feira na rua e pintei. Os vasos estavam já desbotados, então fomos lá e pintamos também. Havia um livro com umas fotos legais e que tinha tudo a ver com o espaço, tirei a página do livro, coloquei numa moldura dessas baratas de home center e pronto, conseguimos decoração do lavabo. As plantinhas que temos dentro do ateliê foi tudo “mudinha” que fiz das plantas daqui do jardim mesmo”.

Detalhes do banheiro que ganhu tons mais quentes.  (Foto: Henrique Kawaminami)
Detalhes do banheiro que ganhu tons mais quentes.  (Foto: Henrique Kawaminami)
Plantinhas estão por toda parte do ateliê.  (Foto: Henrique Kawaminami)
Plantinhas estão por toda parte do ateliê.  (Foto: Henrique Kawaminami)
Caixotes foram reaproveitados para revisteiro.  (Foto: Henrique Kawaminami)
Caixotes foram reaproveitados para revisteiro.  (Foto: Henrique Kawaminami)

Antes mesmo da pandemia, eles já queriam trabalhar em casa, ter mais qualidade de vida, não perder tanto tempo nos deslocamentos e parar de pagar aluguel. “Quando a pandemia chegou estávamos no meio deste processo e tudo mudou, começamos a trabalhar só de casa, reuniões com os clientes e parceiros por plataforma digital, sou professor universitário e as aulas também foram para dentro computador. No resumo da ópera, estamos utilizando o ateliê mais do que nunca e provou que estávamos no caminho certo quando decidimos trabalhar em casa, pois nossas relações de trabalho mudaram e acredito que será um caminho sem volta”, finaliza João.

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