Em obra que não avança, tapumes se incorporam à fachada de Teatro
Local está sem público há pelo menos 17 anos, e há 7 meses reforma do prédio no Paço Municipal está parada
Sem público há pelo menos 17 anos, o Teatro José Octávio Guizzo, anexo ao Paço Municipal, ganhou uma nova decoração: os tapumes da obra que deveria devolver à vida o local. Parada há pelo menos 7 meses, desde que a prefeitura anunciou que paralisaria a obra, o material já se incorporou à fachada e, pelo jeito, de lá não vai sair tão cedo. A reforma está orçada em R$ 1.117.567,51. Nesta segunda (02), a novela ganhou novos capítulos.
A gestão publicou um extrato de paralisação retroativa referente a novembro de 2024. O Lado B questionou a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) sobre o motivo da publicação ter sido feita agora e outras questões sobre a obra. Em resposta, a pasta informou que precisou adiar temporariamente as atividades para reajustar o projeto.
“A publicação oficial da paralisação, com data retroativa a 1º de novembro de 2024, foi feita agora em razão do cumprimento dos trâmites administrativos e legais exigidos para esse tipo de processo", explicou.
A pasta afirma que a empresa responsável pela revitalização não abandonou o Teatro e que não houve rescisão contratual.
“A paralisação foi motivada pela necessidade de readequações técnicas, uma vez que, durante a execução, foram identificadas especificidades da estrutura original do prédio que demandaram intervenções mais cuidadosas, especialmente com o objetivo de preservar as características arquitetônicas históricas do imóvel.”
Segundo a Sisep, pontos como as portas de madeira, a recuperação da estrutura metálica associada às placas comentícias e a correção da ausência de drenos na marquise de concreto armado da fachada eram fatores que impediam o andamento.
Ainda conforme a pasta, os ajustes necessários já foram concluídos e, com isso, será dada continuidade à execução da obra. Ela não informou qual é a previsão para a retomada da reforma e o prazo de entrega.
Dias antes do anúncio da paralisação da obra, em agosto de 2024, representantes do Fórum Municipal de Cultura protestaram na Câmara para reclamar do repasse de R$ 1,4 milhão dos R$ 5,7 milhões disponíveis no PAAR (Plano Anual de Aplicação de Recursos), que seriam usados para a compra de móveis da Morada dos Baís e para o Teatro do Paço Municipal.
Para eles, o ato era ilegal, já que o valor seria usado não para os profissionais, mas para prédios públicos.
O recurso foi criado em 2020 para ajudar artistas, escritores e profissionais da cultura que ficaram sem trabalhar devido à pandemia de covid-19 e tiveram prejuízos na carreira. O plano foi elaborado pela então Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo).
A prefeitura anunciou a reforma em 2022, de lá pra cá, a novela do “vai, não vai” segue. O Teatro Octávio Guizzo foi inaugurado há mais de 40 anos, com capacidade para 250 espectadores.
Ele recebeu o nome em 1989, com a morte de José Octávio Guizzo, músico, radialista, advogado e ativista cultural. O teatro já passou por duas reformas: a primeira em 1989 e, depois, em 1992.
O projeto do prédio da Prefeitura Municipal, incluindo o do Teatro do Paço, foi feito pelo arquiteto Ciríaco Maymone, o mesmo projetista do Estádio Pedro Pedrossian, o Morenão.
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