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Arquitetura

Quando ninguém quis morar no lixão, Mário investiu e hoje tem mansão milionária

Thailla Torres | 12/05/2017 07:35
No bairro Alto São Francisco, mansão ocupa espaço nas proximidades de um antigo lixão. (Foto: André Bittar)
No bairro Alto São Francisco, mansão ocupa espaço nas proximidades de um antigo lixão. (Foto: André Bittar)

Do lado de fora, o topo da casa chama a atenção do que parece ser gigantesco. No bairro Alto São Francisco, a mansão do aposentado Mario Gomes Arruda, de 70 anos, gera curiosidade. Projetada no estilo europeu, o lugar foi sonhado por ele e pela esposa, desde a compra de terrenos na década de 1980, na área do antigo Lixão do Morumbi - no cruzamento das avenidas Tamandaré e Euler de Azevedo -, local onde ninguém queria viver.

"Comprei há 40 anos. Naquela região ninguém queria terrenos numa época que tinha muitos insetos e mal cheiro. Os lotes eram mais baratos que na Vila Nasser ou Santa Luzia", recorda o aposentado.

Mário é dentista e naquele tempo um dos clientes que era corretor foi quem ofertou terrenos na região. "Eu não tinha nem interesse na época, mas ele insistiu muito e eu fui na hora do almoço dar uma olhada. Lógico que pensei em como a cidade iria crescer e ali teria uma vista panorâmica de Campo Grande, foi aí que comprei", lembra.

Os donos escolheram um projeto que parecesse com mansões europeias. (Foto: André Bittar)
Os donos escolheram um projeto que parecesse com mansões europeias. (Foto: André Bittar)
Detalhe do muro. (Foto: Arquivo Pessoal)
Detalhe do muro. (Foto: Arquivo Pessoal)
Início da construção. (Foto: Arquivo Pessoal)
Início da construção. (Foto: Arquivo Pessoal)

Mário adquiriu 24 terrenos na época. Hoje continua dono de pelo menos 15. Dentro da área está a mansão feita por ele, que demorou 12 anos para ficar pronta.

"Olha, para falar bem a verdade, foi mais ideia da minha esposa. Ela queria uma casa boa. Interferi pouco e o engenheiro Grande Xavier, que era amigo de infância, foi quem projetou e construiu a casa", recorda.

O casal deu algumas sugestões para que fosse semelhante às construções europeias, com enfeites no telhado e portas de madeira trabalhadas. A ideia era que fosse tudo bem original. Até o muro foi pensado diferente. "São arredondados e isso sempre chamou muita atenção. Parece simples, mas a casa também é feita de detalhes", comenta.

De tão grande, a residência é dividida em bloco íntimo, social, serviço e lazer. Na área íntima são três apartamentos e uma suíte com hidromassagem, além de um closet com mobiliário de madeira.

Quando o imóvel finalmente ficou pronto, os filhos já tinham atingido a maioridade. "Meus filhos eram pequenos e comprei um parquinho para eles, mas quando terminei já estavam com 18 anos, então ficou para os netos usarem".

Uma das salas do bloco ''social'' da casa.
Uma das salas do bloco ''social'' da casa.
Um dos banheiros da suíte. (Fotos: André Bittar)
Um dos banheiros da suíte. (Fotos: André Bittar)

Mário viveu com a família durante oito anos na casa, até coloca-la à venda. "Sabe como é, os filhos crescem e a casa acabou ficando enorme só para nós dois. Se fosse morar todo mundo junto, compensaria. Hoje, por enquanto, os netos aproveitam toda vez que nos reunimos por lá. Eles chamam o espaço de terreno", conta.

Apesar de vazio, o lugar recebe um cuidado impecável do caseiro que reside há 8 anos por ali. Além do imóvel, relíquia para Mário são os três pés de cedro em frente à residência, que têm mais de 150 anos. "Aquilo ali é uma riqueza. Quando comprei os terrenos, houve gente que pensou em tirar, mas eu não aceitei e nunca vou aceitar. Tanto que construí a casa bem perto", explica.

Já o preço do imóvel varia pelo número de terrenos que a pessoa queira adquirir. Na última avaliação, o imóvel chegou a custar R$ 2 milhões. Mas sem muitos interessados, Mário admite que não tem pressa e também não vai desvalorizar uma conquista da família. "Faz tempo que apareceu o último pretendente. Mas eu só decidi vender porque os filhos não quiseram morar lá. Mas a casa tem história. Foi palco de casamento e aniversários. Quando saí da casa, muita gente procurou para alugar para festas, mas não tive interesse. Ali é um recanto", afirma.

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Casa tem vista panorâmica da cidade. (Foto: André Bittar)
Casa tem vista panorâmica da cidade. (Foto: André Bittar)
Parquinho que só aproveitado pelos netos. (Foto: André Bittar)
Parquinho que só aproveitado pelos netos. (Foto: André Bittar)
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