Mãe que fica “ideiando” inventa banca de artesanato para levar no ônibus
Elenir Queiroz é o tipo de pessoa que vive “ideiando”, conforme ela mesma diz. Inventa acessórios, com o artesanato faz kit para professores e ultimamente anda investindo no irmão marceneiro. Projetou duas bancas para artesãos que vivem por aí, vendendo o que produzem de um canto para o outro da cidade.
Conhecendo a vida dura de quem vive do artesanato, ela “ideiou” uma banca portátil. Os pés da mesa têm um desenho moderno e sobre o tabuleiro há uma pequena arara para o artesão expor o que faz.
Depois de um dia de trabalho é só dobrar, colocar na sacola e pendurar no ombro. A banca custa R$ 130,00. “É super leve e dá para levar no ônibus”, mostra Elenir, que mora longe, no bairro Santa Branca.
Hoje, ela montou uma banca na IV Mostra de Soluções Sustentáveis, a “Fuxicrochetaria”, e ao lado da filha Fabiana lembra como a vida é generosa. A jovem é autista e foi justamente as limitações que transformaram a vida de mãe e filha para melhor.
“Fiquei 4 anos das 7 às 11 horas na escola com ela e não tinha o que fazer. Comecei então a produzir artesanato para dar de presente e as pessoas gostaram”, lembra.
Elenir sabe que Fabiana a transformou e sorridente não cansa de dizer: “Ela é a minha sorte”.
Em outra banca projetada por ela, de 50 cm por cerca de 1,6 de altura, Elenir pendura tiaras feitas com flores de crochê, colares de malha, tudo muito simples, produzidos com retalhos. Até os cartões de visita dela são em garrafa pet. Em outro canto, há kits feitos para os professores. São brinquedos com sucata e lápis divertidos.
O espaço de Elenir não é o mais glamoroso da mostra, mas o traçado da banca portátil e a percepção sobre o que a gente precisa para ser feliz, na minha opinião, justifica esta reportagem.
