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Artes

Ao contrário da modinha, Ian e Gigi preferem clássicos da música

Do divertimento à aprendizagem, a música tem papel fundamental desde a gestação e gurizada está com o ouvido refinado

Danielle Valentim | 06/04/2019 07:42
Ian não perde tempo de ouvir Gorilaz na hora do lazer. (Foto: Kísie Ainoã)
Ian não perde tempo de ouvir Gorilaz na hora do lazer. (Foto: Kísie Ainoã)

O que leva a garotada ouvir música antiga? Pode ser influência dos pais, outros dizem que é a internet... Mas Ian Ainoã e Giovanna Marin Pereira, de 11 e 14 anos, defendem que é questão de gosto mesmo.

Do divertimento à aprendizagem, a música tem papel fundamental desde a gestação. Segundo a psicóloga infantil Lidiane Junqueira há casos em que o gosto dos pais influencia o dos filhos, mas há casos - depende da idade - em que o gosto já apresenta traços da personalidade.

“Os pais podem influenciar porque, dificilmente, as crianças tem contato com estilos diferentes dos pais. Mas há casos, e vai variar da idade, em que pode ser um traço de personalidade. Tudo aquilo que a criança tende a ficar mais expostos ou ter contato direto vai influenciar”, disse.

Lidiane pontua que a criança e o adolescente estão num processo de formação. “E se nesse tempo - o que ela escutar ou tiver contato - despertar um sentimento de prazer vai se fixar”, finaliza. 

Giovanna baixou suas músicas prediletas no celular. (Foto: Kisie Ainoã)
Giovanna baixou suas músicas prediletas no celular. (Foto: Kisie Ainoã)

Que criança tem de ser criança, isso todo mundo sabe. Porém, nem sempre o que tem na atualidade agrada os pequenos. Há 15 ou 20 anos, por exemplo, poderia se dizer que a sensação do momento era a dupla Sandy e Júnior. O sucesso até hoje é surreal. Ingressos para shows da turnê dos irmãos se esgotaram em poucas horas de venda.

Atualmente, muitos grupos, crianças e adolescentes, como Carrossel, Palavra Cantada, MC Melody, Enzo Rabelo, filho do Bruno que faz dupla com o Marrone e entre outros. Mas nada disso se encaixa nas play lists de Ian e Giovanna.

Ian, por exemplo, é uma criança que ouve música clássica desde a barriga. Seu nome foi inspirado em Yann Tiersen, de tanto que mãe o fazia ouvir. A frente do seu tempo, o garotinho já é compositor e garante que as músicas antigas “são mais agradáveis aos ouvidos” que as atuais.

“As músicas antigas são mais agradáveis ao ouvidos. São mais tranquilas. As músicas de hoje são mais altas e não são relaxantes. Não tenho uma única opção preferida, às vezes ouço Gorilaz ou Five in Love, e outras que não lembro agora”, frisa.

Com facilidade para leitura em inglês, boa parte das escolhas de Ian é internacional e, segundo ele, o aprendizado da língua estrangeira se deve aos jogos, onde se escuta muitos nativos conversando, a avó que é professora e à própria internet. Mesmo indicando as bandas que mais escuta, Ian admite que tenham algumas músicas “dessa geração que são boas também”, diz.

Da MPB ao Rock and roll, a lista da Giovana contém The Cure, The Clash, The Cranberries, Bon Jovi, A-há, Jorge Ben Jor e Paralamas do Sucesso. (Foto: Kísie Ainoã)
Da MPB ao Rock and roll, a lista da Giovana contém The Cure, The Clash, The Cranberries, Bon Jovi, A-há, Jorge Ben Jor e Paralamas do Sucesso. (Foto: Kísie Ainoã)

Giovanna, por outro lado, já é adolescente. Está no 1º ano do Ensino Médio e fixou o gosto musical após “maratonar” séries. A primeira da lista, Stranger Things, foi quem apresentou o rock in roll dos anos 80.

“Eu comecei a assistir séries e a primeira foi Stranger Things que é uma série baseada nos anos 80. As músicas da série eram bem legais e eu baixei no celular e comecei a ouvir diariamente”, explica.

Da MPB ao Rock and roll, a lista da Giovana contém The Cure, The Clash, The Cranberries, Bon Jovi, A-há, Jorge Ben Jor e a banda Paralamas do Sucesso, que inclusive já assistiu a um show.

Parte do gosto foi moldado a partir do pais. “Meu pai tinha o CD do Jorge Ben Jor faz tempo. Uma vez ele colocou no carro, enquanto nos buscava na escola. A gente começou a gostar, achamos engraçadas algumas músicas e começamos a ouvir todo dia que saía da escola e agora escutamos normal”, finalizou.

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