Atriz explora artes plásticas com pinturas inspiradoras em instrumentos musicais
Fui passar uma manhã gostosa e matar saudade de uma amiga querida. Ela é de Campo Grande, mas mora em São Paulo há pouco mais de quatro anos. A vejo nas datas especiais, quando ela vem à cidade, ou quando vou passear em Ésse-Pê - adoro me hospedar no apê que ela divide com o irmão músico, Fernando Jonavo, sou de casa <3!
Ela está de volta a Campão pra dar uma arejada na cabeça, fugir da loucura e dos perrengues da Pauliceia, respirar ar puro e ficar perto dos pais... Não há nada melhor nesse mundo que um colinho né!
Maria Eugênia Pacheco é atriz, tem 22 anos, gosta de escrever, compor, cantar e pintar. Aos poucos ela vem amadurecendo seus talentos e se redescobrindo como uma artista completa. Um pouquinho tímida, Mogena - como os mais próximos a chamam - começa a mostrar suas criações. Antes só os mais próximos tinham a chance de escutar suas canções, sua doce voz e ver suas pinturas, mas agora ela quer mostrar pra todo mundo, até mesmo porque são lindas!
Como atriz, em 2014, Mogena teve uma grande oportunidade na televisão. Na Rede Globo, ela interpretou a veterana atriz Marieta Severo jovem em A Grande Família. Ela fez a personagem "Dona Nenê", quando conheceu seu marido Lineu, nos flashbacks da última temporada da série global.
Ela guarda com carinho e grande importância a experiência de ter estreado nacionalmente ao lado de grandes nomes, como Marco Nanini e a própria Marieta Severo, fazendo uma personagem tão icônica como Dona Nenê, na temporada que encerrou, com grande sucesso, um dos programas mais populares e longevos da televisão brasileira. Muito orgulho!
Filha dos artistas plásticos Gisele Pacheco e Humberto Fernandes Mendes, ela cresceu num ambiente super criativo, com muitas tintas, telas, papéis, tudo pra exercitar seu lado artístico. Sempre gostou de pintar, colorir e não abre mão destes momentos de criação até hoje.
Ela tem botado a mão na massa, se sujando de tinta e pintando de forma inusitada. Suas telas são violões, guitarras e afins! Tudo começou a partir de um violão encostado, sem muito uso que seu namorado, o músico Felipe Câmara, tinha em casa. "Um dia, o Felipe viu uma parede que eu havia pintado em casa, daí veio a ideia para que eu pintasse o violão dele também. Ele adorou o resultado, os amigos também e outros pedidos para que eu fizesse novas pinturas surgiram", conta ela.
O processo de criação de Mogena é intuitivo, não faz esboços, as pinturas nascem naturalmente."Busco referências da personalidade da pessoa, seu jeito, gostos, cores que tenham a ver", revela. Hoje, somam-se 7 instrumentos pintados: violões, guitarras e um ukulelê. Ela está fazendo dois novos trabalhos: uma guitarra e um violão, que já estão devidamente lixados e preparados para as primeiras pinceladas. "Gosto de trabalhar com madeira, da estrutura dela, a cor que fica", diz.
Para não alterar o som do instrumento, a artista toma o maior cuidado na hora de lixar e preparar a base da pintura. Com um quê de luthier, #sqn, ela já até já melhorou o som de um violão que restaurou. Ela conta que antes o som não era muito bom, mas - sem querer, querendo - ele voltou com um novo "fôlego", digamos assim.
Sua temporada de reciclagem em Campo Grande a está inspirando a criar muito mais. Se você se interessou ou quer ver outros trabalhos da artista, ela publica tudo em seu Instagram @m.etudo, onde dá até pra encomendar seu belo trabalho. Conheça!
*Leandro Marques é jornalista e autor do Blog do Balaio de Gato
