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Artes

Documentário mostra trajetória de diretores de faroeste de Campo Grande

Naiane Mesquita | 20/03/2016 08:23
Alexandre e Reinaldo estão no documentário Questão de Honra
Alexandre e Reinaldo estão no documentário Questão de Honra

Quando o cinema em Campo Grande ficava no centro da cidade e os cartazes precisavam ser reproduzidos à mão, um grupo de jovens artistas se apaixonavam perdidamente pela sétima arte. Essa história da produção de resistência é contada no documentário Questão de Honra, da cineasta Carol Araújo, que será lançado no dia 28 de março, às 20 horas, no MIS (Museu da Imagem e do Som).

Carol ao lado dos cineastas em momentos do documentário
Carol ao lado dos cineastas em momentos do documentário

O filme de Carol revisita a obra de cinco diretores, Alexandre Couto, José Reinaldo, José Piranha, Juareis Chaves e Rubens Ramos. “Começou com o José Reinaldo, que é Três Lagoas. Ele entrou no cinema como pintor de cartaz, era muito talentoso para pintar, então nos anos 60, 70, os cinemas recebiam um cartaz do filme só e precisam reproduzir. O Alexandre fazia esses cartazes. Em 1972, ele mudou para Campo Grande e conheceu o Reinaldo, que entrou no cinema como lanterninha. Todos eles trabalhavam nos bastidores dos cinemas, faziam de tudo um pouco”, afirma Carol.

Na época em se mudou para Campo Grande, Alexandre comprou uma câmera super 8 e decidiu fazer filmes. “Eles produziram filmes com pessoas da periferia, o bandido quem faz é o amigo, por exemplo. As gravações acontecem em vários bairros, como Moreninhas, Mata do Jacinto, eles estão espalhados, não são da mesma comunidade. O Reinaldo escreve e normalmente atua, o Alexandre filma e edita”, descreve.

Fugindo do rótulo de cinema amador, Carol prefere definir o trabalho deles como um cinema de borda, que está a margem do comercial. “É muito corajoso, eles abordam as questões da cidade, uma cidade basicamente rural, então a maioria dos filmes é faroeste. Isso é muito simbólico, fala sobre o povo oprimido, dialogam com a cidade, com as relações sociais, da fazenda”, acredita.

Filmes dos diretores são de faroeste e falam sobre a questão da cultura rural de Campo Grande
Filmes dos diretores são de faroeste e falam sobre a questão da cultura rural de Campo Grande

Ao todo, o grupo deve ter produzido seis curtas e um longa-metragem. “Nós começamos a conversar desde 2010, que foi quando eu inscrevi o curta no prêmio da fundação de cultura e ganhei. O primeiro contato foi ali e continuamos por 2011 quando eu gravei as entrevistas. É uma etapa longa de pesquisa, que inclui todo o uiniverso deles, assistir a todos os filmes, ver o que as pessoas usavam e assistiam na época”, frisa.

Morando em São Paulo atualmente, Carol se mudou para lá ainda durante a gravação do documentário. “Vim para fazer uma especialização do Itaú Cultural e decidi trabalhar com cinema. Trabalho como assistente de direção e pesquisadora de conteúdo basicamente e faço trabalhos como diretora paralelamente. Recentemente fiz uma pesquisa de conteúdo para a série Amores Livres, da GNT”, indica.

Além disso, a cineasta deve finalizar um documentario sobre os atos feministas realizados nos últimos anos. “É um média metragem, Corpo Manifesto, em que eu entro em contato com 16 feministas e acompanho vários atos feministas que aconteceram nos últimos tempos”, frisa.

O MIS (Museu da Imagem e do Som de Mato Grosso do Sul) fica na Fernando Correa da Costa, 559, Centro. Informações pelo telefone (67) 3316-9178 ou na página do evento. 

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