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Artes

Filme faz bairro mais “buxixado” da cidade narrar histórias emocionantes

"A Margem é o Centro" traz histórias de moradores do Bairro Moreninhas, um dos maiores da cidade

Bárbara Cavalcanti | 19/06/2021 07:59
Michele de Souza é professora de capoeira nas Moreninhas e participa do documentário. (Foto: Reprodução Youtube)
Michele de Souza é professora de capoeira nas Moreninhas e participa do documentário. (Foto: Reprodução Youtube)

O Bairro Moreninhas, na região Sul de Campo Grande é um dos mais populosos da Capital. O documentário “A Margem é o Centro”, de Thauanny Maíra, narra vivências dos morados desse bairro, que muitas vezes ficam ofuscados por causa das notícias de violência. “Essas histórias vem justamente para desmistificar”, detalha Thauanny.

O documentário tem apenas 20 minutos, mas já é o suficiente para perceber o amor que as pessoas têm pelas Moreninhas. Expressões como “Aqui me sinto cidadã”, ou “Quem é daqui e vai embora, sente saudade de voltar”, são faladas por alguns dos moradores no vídeo.

Daisy Rodrigues é uma personagem no filme, conta sua história e a do Clube das Mães Guerreiras. (Foto: Reprodução Youtube)
Daisy Rodrigues é uma personagem no filme, conta sua história e a do Clube das Mães Guerreiras. (Foto: Reprodução Youtube)

As histórias das pessoas ainda incluem alguns elementos de violência, mas essas narrativas revelam outro lado da Moreninhas, que não é definido por isso e muito menos tem a violência como questão central. A paixão pelas Moreninhas está inclusive na própria Thauanny, que cresceu no bairro. “São atos de coletividade, pertencimento e resistência”, reforça até a descrição do filme.

“Eu sempre tive essa ideia, sempre quis representar esse cenário que é natural pra mim. E no audiovisual, não tem muita produção desse tipo aqui, quando a gente vê falar de periferia é só de São Paulo, Rio de Janeiro, das favelas e sempre representado pelo pessoal de fora, em maioria. Essas pessoas de fora têm mais acesso à informação, mais dinheiro, então eles acabam entrando lá, em geral não é representado por pessoas das próprias comunidades”, detalha.

No filme, Maria do Socorro expressa como a Moreninhas é o lugar onde ela pertence. (Foto: Reprodução Youtube)
No filme, Maria do Socorro expressa como a Moreninhas é o lugar onde ela pertence. (Foto: Reprodução Youtube)

As pessoas são figuras conhecidas no bairro e por Thauanny também. “Eu cresci convivendo com essas pessoas. A Socorro da capoeira, eu conheci quando ela estava na feira e ela estava fazendo uma roda de capoeira ali. Todos eles fazem parte da minha vivência e também da história do bairro, muitos ali são moradores antigos da região. O prazo para produzir e realizar o projeto foi bem rápido, por isso muitas pessoas ainda acabaram ficando de fora”, comenta.

Thauanny fez questão de incluir o máximo de pessoas da própria comunidade da produção, além de colocá-los na frente da câmera e reforça que na periferia existem muitos talentos escondidos, que muitas vezes passam despercebidos.

“Eu quis envolver o máximo de pessoas da comunidade e também da juventude também. O rapaz responsável pelas imagens aéreas tem um talento lindíssimo, mas ele trabalha como entregador. Graças à esse projeto, ele conseguiu fazer uma grana, conseguimos gerar uma renda para várias pessoas. Mas essa experiência serviu para isso também, pra integrar essas pessoas que estão na periferia e que têm habilidades incríveis”, expressa.

O projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc. O documentário está disponível no canal do Youtube do filme.

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