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Artes

Na ausência das palavras, o palco acolhe a dor que habita o corpo feminino

Projeto “Os Afetos dos Silêncios” propõe uma reflexão sensível e profunda sobre violência de gênero

Por Thailla Torres | 20/07/2025 09:23
Na ausência das palavras, o palco acolhe a dor que habita o corpo feminino
Idealizada pelas bailarinas e pesquisadoras Ana Carolina Brindarolli e Maria Fernanda Figueiró

Com apresentações gratuitas, mesa redonda e a digitalização de seu acervo histórico, a Ginga Cia. de Dança celebra seus 39 anos de atuação em Campo Grande com o projeto “Os Afetos dos Silêncios”, que propõe uma reflexão sensível e profunda sobre violência de gênero e memória cultural.

Idealizada pelas bailarinas e pesquisadoras Ana Carolina Brindarolli e Maria Fernanda Figueiró, a iniciativa conta com financiamento do FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais), da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Executiva de Cultura (Secult). A proposta une dança contemporânea, pesquisa etnográfica, preservação da memória artística e debate público.

A programação começa com dois espetáculos no Sesc Teatro Prosa, ambos com classificação etária de 14 anos e entrada gratuita:

  • 05 de agosto (segunda-feira), às 19h – Silêncio Branco, com direção de Chico Neller

  • 12 de agosto (segunda-feira), às 19h – Rompendo o Silêncio, dirigido por Vanessa Macedo

O público é convidado a doar alimentos não perecíveis durante as sessões. As doações serão destinadas ao projeto Mães da Favela, da CUFA Campo Grande. Os ingressos são gratuitos e estarão disponíveis via Sympla, sujeitos à lotação do espaço.

Segundo Maria Fernanda, a proposta nasceu da escuta atenta aos processos internos da companhia e da urgência de abordar temas sociais através da arte. “A pesquisa que estamos realizando é de caráter etnográfico, voltada aos bastidores e à manutenção dos espetáculos. Os diálogos sobre gênero sempre estiveram presentes e ganharam força com a criação de Silêncio Branco, cuja temática central é o feminicídio”, afirma.

A programação segue no dia 15 de agosto, com a realização de uma mesa redonda no Ginga Espaço de Dança, às 9h, com a presença de pesquisadoras da área de gênero e profissionais que atuam em políticas públicas voltadas às mulheres. O evento é aberto ao público interessado.

“Queremos criar um espaço de diálogo entre quem está na universidade e quem está na linha de frente das políticas públicas. A dança também é discurso e pode provocar mudanças”, completa Ana Carolina.

Além da circulação dos espetáculos e do debate, o projeto também contempla a digitalização do acervo histórico da Ginga, com a criação de um site exclusivo que reunirá materiais produzidos ao longo das quase quatro décadas da companhia. O conteúdo será público e busca preservar a memória da dança contemporânea em Mato Grosso do Sul.

Para as criadoras do projeto, resistir por 39 anos com uma companhia ativa no Estado é, por si só, um ato político e cultural. “Ao longo dessa trajetória, destacamos a formação de artistas, a criação de repertório autoral, o diálogo com diferentes públicos e linguagens, além da construção de espaços de troca, afeto e resistência”, pontua Ana.

A produção do projeto é da Manaká Cultural.

Espetáculos – Sesc Teatro Prosa
Rua Anhanduí, 200 – Centro
Silêncio Branco: 05 de agosto (segunda-feira), às 19h
Rompendo o Silêncio: 12 de agosto (segunda-feira), às 19h
Entrada gratuita (com doação de alimentos)
Classificação: 14 anos

Mesa Redonda – Ginga Espaço de Dança
Rua Brigadeiro Tobias, 956 – Bairro Taquarussu
15 de agosto (quinta-feira), às 9h
Evento aberto ao público

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