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Artes

No isolamento, "live" de Delinha é com pen drive de 300 músicas

A voz da dama do rasqueado vai te animar durante o isolamento com canções que marcaram época. Adquira o seu pen drive também

Alana Portela | 18/04/2020 08:00
A dama do rasqueado, Delinha vai disponibilizar sua coletânea completa para os fãs. (Foto: Reprodução/Facebook)
A dama do rasqueado, Delinha vai disponibilizar sua coletânea completa para os fãs. (Foto: Reprodução/Facebook)

Com cerca de 300 músicas, pen drives que carregam coletânea de Délio e Delinha estão sendo vendidos, em Campo Grande. O trabalho pode ser comprado por R$ 100,00. É a sua chance de animar a família durante o isolamento ao som de canções que marcaram época. A informação foi publicada ontem, na página do Facebook da cantora.

A dama do rasqueado vai fazer o “Sol e a lua” iluminar sua casa e deixar o clima propício para aquele arrasta pé na sala. Com o vozeirão da cantora, você vai descobrir por “onde andou” e dançar ao som do chamamé. Vai ser um bailão intimo, para levantar o astral.

Todas as canções são autorais e foram gravadas durante os mais de 60 anos de carreira. É para resgatar o sertanejo raiz, que costumava transmitir histórias de vida e mensagens de amor.

Delinha estava fazendo shows antes da epidemia do Coronavírus se alastrar em Campo Grande. (Foto: Reprodução/Facebook)
Delinha estava fazendo shows antes da epidemia do Coronavírus se alastrar em Campo Grande. (Foto: Reprodução/Facebook)

“São várias músicas. Todas que fizeram sucesso são minhas preferidas. Gosto da canção ‘Por onde andei’”, comenta a cantora. Ela se recorda da época que gravava os discos. “Passava por uma censura e a canção não podia ultrapassar os três minutos. A música de antigamente transmitia sentimentos”, completa.

Aos 86 anos, Delinha está na área de risco do coronavírus e teve que interromper as agendas de shows por questão de segurança. Sua última apresentação foi no dia 14 de março, no Porteira’s Bar, onde fez um bailão animado.

Logo depois, os eventos culturais foram adiados ou cancelados para evitar a disseminação do vírus que se espalhou pela cidade. Por isso, ela isolou-se em casa para se prevenir contra doença e por lá, está aproveitando o tempo livre para relaxar. “Faço de tudo, lavo roupa, limpo casa e gosto de relaxar. Costumo levantar às 3h e às 5h rezo para começar bem meu dia”.

Das epidemias que já enfrentou antigamente, Delinha fala que nenhuma foi tão forte quanto essa do coronavírus. “Lembro que teve a gripe espanhola no tempo da minha mãe, depois no meu, teve a gripe asiática que peguei aos 19 anos”, lembra.

A cantora volta ainda mais no tempo e se recorda da época de infância, de quando começou a cantar aos 4 anos de idade. Na época, morava perto de Maracaju. “Era a única filha e minha mãe falava que quando nos mudássemos para Campo Grande, ia me fazer cantar no coro da igreja”.

Quando tinha 8 anos, se mudou com a família para a Capital e atendeu o pedido da mãe. Os anos foram passando e Delinha conheceu seu primo Délio, que veio de São Paulo. “Ele começou me ensinar a tocar violão e de repente, virou namoro. Anos depois nos casamos e fomos morar em São Paulo”.

Deixar o estado de origem e família foi doloroso, e toda vez que Delinha recordava da família, se emocionava.  No entanto, o casal apostou na carreira musical e deu tão certo, que conquistou fãs pelo país. Apresentaram-se em vários palcos, levando alegria nas noitadas.

“Eu e Délio morávamos juntos por 20 anos, depois nos separamos. Aí ele casou novamente com outra pessoa e eu fiquei sozinha por dois anos. Até que encontrei meu segundo marido, o Jairo. Moramos juntos por 32 anos, mas há sete ele faleceu”.

Os anos se passaram e a rainha nunca perdeu a majestade. Firme e forte, ela continua se apresentando em Mato Grosso do Sul e até chegou a participar do Festival de Chamamé que ocorreu em Corrientes, na cidade da Argentina. “Tenho que fazer show para sobreviver porque, naquela época, a gente não ficava rico”, brinca.

No entanto, é sempre uma alegria pisar no palco e perceber que o carinho dos fãs continua. “A sensação de quando me apresento é uma beleza. O povo me dá muita força. A voz pode vai murchando com o tempo, mas continuo na ativa”, diz ela rindo da situação.

Agora, diante desse cenário do coronavírus todo cuidado é pouco e ninguém quer que Delinha se arrisque. Muitos fãs já pediram até live para a cantora, mas ainda não é o momento dela se reunir com outras pessoas para cantar. No entanto, a esperança é a última que morre e com certeza, assim que toda essa epidemia passar ela volta a abrilhantar as noites da Capital. “Ainda tenho uns 15 anos pela frente”, destaca.

Serviços – Os pen drives podem ser encomendados pelo WhatsApp (67) 9 9989-3123. A família fez uma quantia exata de pen drives, mas dependendo dos pedidos podem preparar uma nova remessa para atender os fãs.

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