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Artes

O poeta que do nada tinha profundidades passou 20 dias no Proncor

Paula Maciulevicius e Viviane Oliveira | 13/11/2014 11:40
Laudo da causa da morte - falência múltipla dos órgãos - foi entregue à família. (Foto: Marcelo Calazans)
Laudo da causa da morte - falência múltipla dos órgãos - foi entregue à família. (Foto: Marcelo Calazans)

"Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito". O poeta que sobre o nada tinha profundidades passou os últimos 20 dias na unidade do Proncor, entre o CTI e o apartamento. No final da manhã de hoje, o diretor executivo do hospital, Paulo Alves, pontuou as datas entre a internação e cirurgia de Manoel, mas não pode passar os detalhes.

À imprensa, ele informou que Manoel internou do dia 24 de outubro, para fazer uma cirurgia de obstrução intestinal. No mesmo dia, ao deixar o centro cirúrgico, foi encaminhado ao CTI onde passou dois dias. Do dia 26 ao dia 4 de novembro, Manoel de Barros ficou no apartamento, na área da enfermaria. Ainda no dia 4, terça-feira da semana passada, ele retornou ao CTI até que hoje, dia 13 de novembro, a poesia de Manoel de Barros voou fora da asa.

O hospital informou também que o laudo da causa da morte - falência múltipla dos órgãos - foi entregue à família. Manoel de Barros eternizou a palavra às 8h05 da manhã. Segundo o diretor, ele já fazia tratamento ambulatorial no hospital.

Ao Lado B, o irmão de Manoel, Abílio de Barros, disse na segunda-feira, que o poeta não o reconhecia mais. Há pelo menos seis meses, Manoel já vinha se despedindo da vida. Em uma crônica do livro de Abílio que será lançado hoje, ele conta da tristeza que foi ouvir que de nada adiantava viver sem conseguir ler ou escrever mais. O fato foi há dois anos.

O corpo de Manoel foi liberado por volta das 10h da manhã. Nos últimos meses ele já vivia em casa com quatro enfermeiros e dona Stella. "Tem mais presença em mim o que me falta".

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