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Lado B

Cantores apelam a fã clubes por uma vaga de vereador

Ângela Kempfer | 02/10/2012 09:17
Thiago, da dupla Túlio e Thiago, em corpo a corpo com eleitor. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Thiago, da dupla Túlio e Thiago, em corpo a corpo com eleitor. (Foto: Rodrigo Pazinato)

A carreira artística há meses está em segundo plano para quem decidiu se aventurar na campanha política. Eleições não têm mais showmícios e a participação agora é com o rosto estampado nas urnas eletrônicas. Na música, há representantes da MPB, do sertanejo e do axé, são músicos que apostam nos fãs como eleitorado.

Thiago, da dupla com Túlio e Thiago, aprendeu com os tios a gostar de política. Filiado ao PTN, interrompeu os planos de lançamento do segundo DVD e agora só pensa na Câmara de Vereadores.  “A gente lançou uma música nova e antes de colocar a voz em outra inédita paramos para fazer a campanha”, detalha.

O irmão Túlio é um cabo-eleitoral, sem reclamações sobre a pausa na carreira, garante o candidato. “Ele apóia muito, faz caminhadas, campanha. A gente só decidiu não lançar o nome como ‘Thiago da dupla Túlio e Thiago’, para não parecer oportunista”, explica. O fã clube ajuda, diz o cantor sertanejo, mas a bandeira é mais ampla. “É muito egoísmo pensar só em cultura. Nosso leque é bem mais amplo.”

O complicado é não poder cantar, avalia. “Hoje é muito difícil atrair as pessoas para falar sobre política. Não dá para fazer show, nem servir um lanche. Fica complicado fazer reuniões”, reclama.

Campanha de Lia Mayo na rua.
Campanha de Lia Mayo na rua.

Lia Mayo fica famosa a cada carnaval, com o nome batido nos anúncios publicitários de festas pelo Estado todo.

Ser artista de axé criou algumas dúvidas na cabeça do eleitor sobre a capacidade política dela, mas o preconceito foi menor que o esperado, garante Lia. “Fiquei com medo de perder fãs, sabia que ia receber muitas críticas, mas foi menos do que eu esperava. Tem muita gente que criticou, mas depois mudou de ideia”.

A primeira candidatura também veio pelo PTN, mas não como representante da cultura. A artista só resolveu vestir a camisa depois de uma tragédia dentro de casa. No ano passado, a tia de 59 anos foi assassinada, por um dependente químico.

“A gente viu o menino crescer, nunca percebeu no que ele havia se transformado. Aquilo me fez pensar. Com artista, a gente costuma sempre pensar só em entretenimento. Casos como da minha tia faz a gente amadurecer na marra e perceber que a arte é um instrumento poderoso para educar”.

Carona - Pelas ruas, naqueles cavaletes horrendos que inventaram nestas eleições, a gente encontra candidato pegando carona na fama alheia. Luan Santana aparece sorridente ao lado do primo, Jorge Santana, também candidato a vereador este ano em Campo Grande. Para convencer, costuma falar que foi um dos responsáveis pela revelação do talento do primo, com projeto que levava cantores sertanejos a escolas e universidades.

Já Cibeli Rabello canta desde os 12 anos, com fama instantânea na época da novela “Ana Raio e Zé Trovão”. “A produção me viu cantando em um bar e convidou para eu gravar uma música para a novela”, lembra a cantora que também é escritora, terapeuta holística e formada em Filosofia.

No ano passado, foi candidata a deputada federal. Mudou de partido e agora tenta ser vereadora pelo PSD. “Não vejo política como profissão. Vou continuar fazendo as minhas coisas, tocando meus projetos”, garante a cantora que já prepara o lançamento de dois livros com temas completamente distintos e em 2013 pretende gravar um DVD ao vivo, em Campo Grande.

Cibeli pensa diferente, faz o discurso da cultura. “Vai ser possível transitar pelas secretarias, pedir. Mas o que acho mais importante é lutar para acabar com as panelinhas da Cultura em Campo Grande. Tirar os atravessadores do meio do caminho”. O fato de ser artista ajuda bastante na hora de fixar a “marca”, diz a cantora. “Já estive em programas como Adriane Galisteu, Raul Gil. Tudo isso deu muita visibilidade. Não tem como não influenciar.”

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