Amor de busão rendeu casamento, mas vida levou marido de Kátia
Ainda jovem, ela se apaixonou à primeira vista por Adriano e chegou a ir à mesma igreja dele para conquistá-lo
Kátia Adriane Cruz dos Santos, de 40 anos, viveu o que muitas pessoas já imaginaram ser possível: um amor de “busão”. O ano era 2001, um dia qualquer no transporte público, mas tudo mudou quando ela viu pela primeira vez aquele que, anos depois, se tornaria seu marido. Uns olhares, alguns encontros e desencontros e muita persistência levaram o jovem casal a viver um romance que ela nunca achou merecer. Até na igreja Kátia foi para conquistar Adriano José Vieira da Silva.
RESUMO
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Kátia Adriane Cruz dos Santos, de 40 anos, viveu um romance que começou no transporte público em 2001, quando conheceu Adriano José Vieira da Silva. Após encontros e desencontros, o casal se casou em 2004 e construiu uma vida juntos, com filhos, formação acadêmica e conquistas profissionais. A história, porém, teve um final trágico em 2021, quando Adriano faleceu repentinamente, deixando Kátia em luto. Ela relembra com carinho os momentos ao lado do marido, que lhe ensinou o significado de família e amor. Apesar da dor, Kátia guarda a gratidão pelo legado de amor e superação que Adriano deixou. A história emocionante foi compartilhada como um testemunho de afeto e resiliência.
O filme romântico acabou em um final trágico há quatro anos. Em 2021, sem sinal de que algo não ia bem com a saúde, o marido faleceu após voltar do trabalho. “Tomou banho, sentou na nossa cama, eu deitei no colo dele e ele simplesmente se foi.” Juntos desde 2004, o casal se conheceu no transporte público e, a partir daí, só sossegou no altar.
No dia em que se viram pela primeira vez, Kátia pegou um ônibus na Praça Ary Coelho rumo ao Terminal Morenão, quando viu Adriano. O tom loiro do cabelo e os olhos verdes, de cara, já chamaram a atenção da jovem.
“Achei lindo. Fiquei olhando e vi que ele retribuiu. Chegamos no Terminal Morenão e cada um foi pra um canto. Eu entrei no ônibus 085, ele também. Um pouco antes de descer, ele pediu meu telefone. Quando foi à noite, ele me mandou um SMS falando que queria me encontrar. Logo pensei: o gatinho me deu moral. Marcamos de nos encontrar.”
O primeiro encontro foi um pouco frustrante para ela porque Adriano chegou com um grupo da igreja que frequentava. Ela chegou a achar que ele pediu o número dela apenas para que ela entrasse no grupo.
“Sou insistente e continuamos a conversar por telefone. Ele me chamando pra ir pra igreja. Em 2005, quando nos casamos no religioso, no final entrei para a igreja dele e começamos a nos encontrar mais. Um dia ele me deu uma caixa de bombom e me beijou.”
Embora quisesse muito o Adriano, ele já havia pedido outra garota em namoro. Um ano depois, em 2004, Kátia recebeu uma mensagem de texto no celular: era ele. Uma semana depois, ele me enviou a música do Rouge ‘Um Anjo Veio Me Falar’ e se identificou. Fiquei emocionada, mas fingi frieza.
Kátia ainda estava magoada, mas o sentimento foi embora depois da insistência dele. O namoro começou ainda naquele ano. Eles se casaram no civil ainda em 2004; a cerimônia tradicional aconteceu um ano depois.
“Ganhamos uma casa em Nova Lima; passei em um concurso como agente de saúde e ele trabalhava em um escritório de contabilidade. Em 2006 tivemos nosso filho, meu caçula. Fomos construindo nossa vida. Em 2009 entramos na faculdade: ele, Administração; eu, Serviço Social. Nos formamos em 2012. Passei em um concurso para assistente social e tomei posse em 2017. Nossa vida começou a melhorar.”
Em 2020, Kátia precisou ser hospitalizada por causa da Covid-19, que, na época, ainda era pouco conhecida.
“Estava internada e, no dia 24, pedi ao médico para me deixar passar o Natal em casa, pois não sabia se aquele seria o último Natal que eu passaria com minha família. E foi. Em setembro de 2021, ele se foi, deixando todos os nossos sonhos, planos, projetos, netos e tudo o que construímos. E, desde então, eu tenho que conviver com a saudade e a falta que ele me faz.”
O luto não permite que Kátia continue na mesma casa que compartilhou com o marido, mas ela lembra com carinho dos anos que viveu no local.
“Ele era o ser humano mais incrível que conheci na vida. O melhor pai que meus filhos poderiam ter tido. Deixou um legado de amor ao próximo, de acreditar no melhor das pessoas. Foi e é o ser humano mais incrível que conheci na vida. Ele me ensinou a sonhar. Eu nunca tinha tido uma família.”
Com histórico de violência em casa, Kátia conta que só foi ter um lar com Adriano.
“Me ensinou o que é ter família, ter um porto seguro, ter pra onde voltar. E mesmo quando eu achava que não merecia ser amada, por causa dos meus traumas, ele me mostrou que sim, eu posso ser amada. Sim, eu posso ter uma família. Sim, eu posso me vestir de noiva e ter alguém me esperando no altar.”
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