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Comportamento

Aos 72 anos, Maria é companhia para três gerações da família em balada

Thailla Torres | 10/08/2018 08:20
Mãe, filhas, netas e bisneta estão juntas toda-quarta feira no Sesc Morada dos Baís. (Foto: Thailla  Torres)
Mãe, filhas, netas e bisneta estão juntas toda-quarta feira no Sesc Morada dos Baís. (Foto: Thailla Torres)

"Se não for pra causar, essa família nem sai de casa", brinca dona Maria das Dores Diniz, de 72 anos, que toda quarta-feira vai com as filhas, netas e agora bisneta para curtir música na Morada dos Baís. Juntas encaram qualquer estilo, mas quando o samba toca elas ganham destaque, principalmente, com dona Maria se soltando na pista ao lado de três gerações criadas na música. 

Toda essa farra começou quando Maria teve as filhas. De família italiana e viúva de um marido que era apaixonado por música, ela conta que criou as meninas nas Noites da Seresta da cidade. "Eu não perdia uma Noite da Seresta. Meu marido não queria ir, mas eu largava ele e ia mostrar boa música a elas", lembra.

A casa era tomada por discos de vinil do marido que também amava samba e MPB. "Aqui em casa nunca teve funk, meu avô só colocava os clássicos pra gente escutar", brinca a neta Yanka Diniz, que acompanha Maria na farra de quarta-feira.

Dona Maria está sempre animada e gosta de todo mundo por perto.
Dona Maria está sempre animada e gosta de todo mundo por perto.

Entre os filhos de Maria, está Rogina e Déborah Diniz que não abrem mão de acompanhar até a hoje a matriarca da família na diversão. Para as netas, a oportunidade é um privilégio. "Eu escuto tanta gente falando que não tem paciência de sair com os avó, que não tem contato, que isso me deixa surpresa. Porque a gente nunca conseguiu ficar longe".

Para ficar mais fácil reunir, além das saidinhas de quarta-feira, Maria consegue juntar todo mundo dentro de casa pelo menos duas vezes na semana. "Minha casa está sempre cheia. Fim de semana, feriado, Natal e Ano Novo. Todo mundo se reúne aqui. A gente ouve música, joga baralho", conta a avó.

A música e a união familiar tornaram-se o segredo para a longevidade. "Gente da minha idade não pode ficar parado, tem que ir dançar, curtir. Acho que é isso que mantém a gente vivo".

Descolada, Maria diz que dentro de casa nada foi muito comum. Ela e o marido, por exemplo, moraram durante 15 anos em casas separadas. "Moravámos em outro bairro quando eu decidi que mudaríamos de casa. Ele era muito apegado ao imóvel e não quis se mudar. Eu mudei sozinha com todo mundo e, todos os dias, ele vinha pra minha casa passar o dia comigo. No fim de semana chegava com o churrasco".

Até a bisneta de um mês está na diversão com a família.
Até a bisneta de um mês está na diversão com a família.

Apesar da rotina diferente, Maria cultiva as tradições de avó, como de reunir todo mundo para fazer docinhos típicos da Itália, terra natal da família. "Aí todo mundo coloca a mão na massa. Comem uma baciada de doces", brinca.

Contar com a companhia das filhas, nestas e agora bisnetas na balada é também rejuvenescedor. "A idade chega, mas isso faz a gente se sentir tão bem. Eu fico muito feliz, porque elas fazem isso de coração", diz Maria. E a neta acrescenta. "É porque não custa pra gente estar com a família, eu acho que o problema está quando você deixa de aprender com uma mulher como ela. E com a vovó a gente se diverte muito mais", diz Yanka.

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