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Comportamento

Blogueiro cria "Multa Moral" para qualquer um notificar quem desrespeita a lei

Elverson Cardozo | 22/07/2014 06:23
Aviso de Multa Moral é deixado nos veículos, como uma notificação comum. (Foto: Marcelo Calazans)
Aviso de Multa Moral é deixado nos veículos, como uma notificação comum. (Foto: Marcelo Calazans)

Se as leis de trânsito não fazem efeito e o bom senso não dá sinal entre os motoristas, a "Multa Moral" pode ser a solução em Campo Grande. Se não der resultado, vergonha, pelo menos, causa. O médico veterinário Frederico Rios, idealizador do blog Acessibilidade na Prática, teve essa ideia e agora está à procura de fiscais e conscientizadores.

Há 6 anos, em agosto de 2008, ele sofreu um grave acidente de moto e ficou tetraplégico por conta de uma lesão na altura da vértebra C5. Teve de se adaptar à vida de cadeirante. Na prática, no dia-a-dia, descobriu que a acessibilidade é mais discurso que realidade.

Além do obstáculos que, literalmente, encontra pelo caminho, Frederico se deu conta de que as pessoas, especialmente os motoristas, são um problema à parte. Lidar com o ser humano não é tarefa fácil.

O que tem de “engraçadinho” que estaciona em local proibido, em vagas de idosos e deficientes e pessoas com mobilidade reduzida, não é brincadeira. No blog, ele já tem o costume de postar, com a ajuda de colaboradores, “flagras” como esse, mas o problema é tão frequente que o veterinário criou a Multa Moral, inspirado em campanhas que chamaram a atenção como o “Esta vaga não é sua nem por um minuto”.

Como funciona? – A Multa Moral é simples e qualquer um pode aplicar, desde que tenha bom senso. Para por o plano em prática, Frederico elaborou bloquinhos para “autuação”. Ele os distribui de graça, para quem mora em Campo Grande, porque a intenção não é lucrar com a ideia.

O aviso é deixado no carro do infrator, que será notificado se estacionou em vaga reservada para pessoas com deficiência, para idosos, sobre a calçada ou bloqueando o rebaixamento de uma guia. O “fiscal” pode relatar qualquer imprudência.

O aviso, com cores marcantes, traz o nome da página, informações de acesso e de como adquirir o cartão de estacionamento (caso o motorista tenha o direito), além uma mensagem: “um pouco de respeito e cidadania não faz mal a ninguém”.

Frederico esclarece, em texto publicado no dia 9 de julho, que a campanha “não é simplesmente uma forma de conscientizar os motoristas infratores. É, também, uma maneira de envolver a sociedade na fiscalização das vagas reservadas e de outras estruturas acessíveis, chamando a atenção de todos para a importância da acessibilidade na inclusão social”.

O blogueiro pede aos conscientizadores e fiscais que tenham bom senso e educação na hora de “multar” porque muita gente tem o direito de utilizar as vagas reservadas, mas não sabem como fazer isso. Além disso, prossegue, nem toda pessoa que precisa de vaga é, necessariamente, cadeirante. “Não queremos despertar ódio nem brigas, apenas a consciência”, explica.

Para conhecer o blog e a campanha, clique aqui.

Exemplo de uma infrator que poderia ser notificado pela Multa Moral. Carro está estacionado em vaga reservada, ocupando faixa amarela (espaço adicional de circulação) e impedindo a utilização da  vaga ao lado. (Foto: Michele Chermont)
Exemplo de uma infrator que poderia ser notificado pela Multa Moral. Carro está estacionado em vaga reservada, ocupando faixa amarela (espaço adicional de circulação) e impedindo a utilização da vaga ao lado. (Foto: Michele Chermont)
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