Caveirão roda há 30 anos em Campo Grande e já 'salvou' muita gente

Rodando há mais de 30 anos pelas ruas de Campo Grande, o “Caveirão” é relíquia da Santa Casa que foi ambulância por 10 anos, e se “aposentou” da função para prestar serviços ao setor administrativo do hospital.

O furgão impressiona pelo tamanho e por ainda estar em funcionamento. O que intriga, no entanto, é a origem do apelido “Caveirão”, nem mesmo os funcionários mais antigos sabem explicar. A suspeita é de que o visual robusto, semelhante aos veículos blindados usados pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, tenha rendido o nome à antiga ambulância.

“Foi coisa dos motoristas. Quando junta mais de um motorista, eles inventam apelido. Mas nem eu sei que que eles inventaram esse nome”, comenta Sebastião Parente Teles, funcionário da Santa Casa há 47 anos, que acompanhou de perto a trajetória do veículo da marca Grale, comprado em 1991.

Sebastião lembra que, apesar da força e da altura do furgão, o modelo nunca foi exatamente adequado para transporte de pacientes. “Ela fez viagem para o interior e foi até para Cuiabá. Mas era muito alto, não era adequado como ambulância, até pela estrutura dela”, conta.

Nos primeiros dez anos, o “Caveirão” foi usado como ambulância de fato. Depois, passou a transportar apenas doações e objetos para o hospital. Houve até tentativas de mudar a classificação do veículo no Detran, de ambulância para furgão, mas a burocracia não deixou. “Fizemos várias tentativas, mas não conseguimos mudar”, detalha.

Motorista da Santa Casa há 9 anos, Otair Maciel Pereira lembra que o teste para entrada na Santa Casa foi feito justamente no Caveirão. “O teste de integração foi nele. Acho foi para o pessoal já sentir a responsabilidade do serviço. Mas foi tranquilo”, conta.

Otair descreve o veículo como resistente, mesmo com as marcas do tempo. “É um caminhão bom para trabalhar, com estabilidade boa, bom de freio. Ele só tá um pouco deteriorado por causa do tempo. Mas está revisado e é um caminhão pronto para trabalhar”, garante.

E não é só ele que se impressiona. Quando o furgão aparece nas ruas, chama atenção. “Eu percebo o pessoal batendo foto da gente na rua, muita gente se impressiona. Direto noto essa situação”, finaliza.

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