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Comportamento

Cleonice foi trocada na maternidade e procura mães que deram à luz em 1976

A mãe que a criou, dona Nilza, também procura a filha biológica que nasceu no dia 9 de janeiro de 1976, em Dourados

Thailla Torres | 25/07/2019 07:17
Cleonice (à esquerda) ao lado das irmãs (centro) e mãe (à direita) que também descobriram a verdade na vida adulta. (Foto: Arquivo Pessoal)
Cleonice (à esquerda) ao lado das irmãs (centro) e mãe (à direita) que também descobriram a verdade na vida adulta. (Foto: Arquivo Pessoal)

Parece história de novela, mas é uma confusão danada na vida de dona Nilza Motta Bonin, de 65 anos, e da filha Cleonice Bonin de Oliveira, hoje com 43. Depois de anos ouvindo dos outros que não se parecia com as irmãs, Cleonice decidiu fazer um teste de DNA para provar a genética, mas descobriu “sem querer” que não era filha biológica dos pais que a criaram a vida toda. Após a descoberta, ela começou uma campanha para descobrir quem são seus pais biológicos, assim como a mãe sonha em descobrir quem é a filha que foi levada da maternidade.

Cleonice nasceu Hospital Evangélico de Dourados, às 11h25 do dia 9 de janeiro de 1976. Ela conta que descobriu que foi trocada na maternidade porque decidiu fazer um exame de DNA após se irritar com comentários sobre aparência física “distante das irmãs”. A descoberta foi há um ano. “Saíamos juntas e todo mundo falava que eu não parecia com elas. No começo eu levava na brincadeira, mas depois acabei me aborrecendo e falei que ia fazer o DNA para provar a todos que era irmã delas. Mas eu nunca imaginei que poderia ter um resultado diferente”, conta.

Cleonice (à direita) ao lado das irmãs. (Foto: Arquivo Pessoal)
Cleonice (à direita) ao lado das irmãs. (Foto: Arquivo Pessoal)

A notícia surpreendeu toda a família. “Foi um baque pra mim e para os meus pais. Por mais que eles sejam meus pais para sempre, é muito estranho viver mais de 42 anos e descobrir que você tem outra família aí pelo mundo”, desabafa Cleonice.

Ela e a mãe chegaram a procurar o hospital de Dourados em busca de uma explicação sobre a suposta troca de bebês no nascimento. “O hospital falou que só nasceu uma outra criança no mesmo dia que eu, mas não conseguimos achar nenhum contato. Depois disseram que não tinham mais fichas e o pouco que passaram não conseguimos encontrar ninguém”.

Com isso, mãe e filha decidiram ingressar com uma ação judicial contra o hospital e receberam uma indenização de R$ 210 mil. No entanto, garantem que não vão desistir da procura. “Ela é minha filha e sempre vai ser minha filha de coração, afinal a tirei do hospital e criei como minha filha biológica, mas agora quero encontrar a minha outra filha. Tenho medo de morrer e nunca a encontrar”, diz Nilza.

Cleonice compartilha do mesmo sentimento e se uniu à mãe na procura. “O amor que existe entre a gente sempre vai ser o mesmo, mas é normal que após essa notícia queremos encontrar as pessoas que fazem parte do nosso sangue”, descreve a filha.

Nilza mora em Angélica, a 276 quilômetros de Campo Grande, e Cleonice vive em Santa Bárbara do Oeste, interior de São Paulo. Mãe e filha se falam quase todos os dias. Após a notícia reveladora, a história das duas se fortaleceu, garantem. “Ficamos ainda mais unidas, descobrimos um amor indestrutível de mãe e filha”. Justamente por isso, elas acreditam que juntas vão encontrar a verdade. “Já fizemos campanha nas redes sociais, apelamos para reportagens, mas ninguém nos ajudou. Mesmo assim a gente não perde a esperança. Quero conhecer minha outra filha e Cleonice tem direito de conhecer sua outra mãe”.

Quem tiver nascido nesse mesmo dia ou próximo a data mencionada na reportagem, pode entrar em contato com Cleonice no telefone (19) 98337-5432.

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Elas dizem que nada mudou no amor, mas desejam encontrar a verdade.
Elas dizem que nada mudou no amor, mas desejam encontrar a verdade.
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