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Comportamento

Com pique de dar inveja, aos 89 anos Dona Rita emenda uma viagem atrás da outra

Rita Miranda da Silva passou pelo menos um dos últimos três meses na estrada

Lucas Arruda | 01/11/2017 08:49
Luciane, a neta mais velha, ao lado da avó viajante (Foto: Arquivo pessoal)
Luciane, a neta mais velha, ao lado da avó viajante (Foto: Arquivo pessoal)

Dona Rita Miranda da Silva, uma senhora de 89 anos, leva a vida que muitos jovens gostariam de ter: viaja para cima e para baixo. Nos últimos três meses, pelo menos um ela passou na estrada, de volta à terra natal, Taioberos, em Minas Gerais e depois pelo litoral baiano. Toda a viagem foi feita de carro, acompanhada do filho.

O pique dela é de dar inveja. Depois de muitas horas de estrada ela dizia ainda estar bem. “A gente brinca que ela tem rodinha, não para. Nessa viagem todo mundo já tava cansado ela garantia que estava firme e forte”, conta a neta Luciane Ferreira da Silva Pires, que é professora.

A avó não parou por aí. Uma semana após ter voltado já arrumou as malas e foi para o interior de São Paulo visitar outro filho.

A maioria das viagens de Rita são para visitar família
A maioria das viagens de Rita são para visitar família

“Ela só não viaja mais porque as empresas não permitem mais que ela esteja desacompanhada, a idade é bem avançada. Como temos uma família grande, sempre tem alguém acompanhando ela”, afirma Luciane. Rita teve 12 filhos, dois já faleceram, 30 netos e 30 bisnetos.

O gosto pelas viagens não é de agora, vem de bastante tempo. Antes ela era acompanhada pelo marido ou por uma filha que nunca se casou. As viagens eram menos frequentes, depois que perdeu os dois passou a andar mais por aí.

E ela não gosta de pegar avião, todas as viagens são feitas por terra, seja de carro ou de ônibus. “Minha avó viajou uma única vez de avião e disse que não iria mais porque faz um barulho ensurdecedor, a incomoda muito. A gente sofre por conta disso, mas encaramos porque queremos vê-la feliz”, reflete Luciane.

Fé e família - Rita é extremamente católica e também adora fazer excursões em romarias para Aparecida e outras baseadas na fé. O gosto pela religião ela passo para a neta mais velha. “Desde pequena ela me ensinou e sigo até hoje”, afirma Luciane.

As rezas são diárias. Após perder um filho num acidente de moto ela não falha um dia em rezar o terço às 3h da madrugada. “Foi a forma dela aceitar a ida prematura do filho, ninguém imaginava o que ia acontecer. Ela encarou tudo com muita fé e isso fortaleceu toda a família”, recorda a professora.

E apesar da idade é ela quem bota ordem na família. “Ela falou a água parou”, brinca a neta. Bastante festeiros, todos fins de semana se reúnem e Rita sempre dá a palavra final. “Ela é bem mandona, acho até que puxei isso dela”, completa.

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Família se reúne quase todos os fins de semana
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