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Comportamento

Contra vandalismo, colocar a natureza em muro foi ideia que deu certo

Intervenção artística também tem a intenção de propor reflexão

Danielle Valentim | 21/10/2019 06:45
Acima abril de 2018. Abaixo outubro 2019. (Fotos: Marco Miatelo/Diário Digital e Paulo Francis)
Acima abril de 2018. Abaixo outubro 2019. (Fotos: Marco Miatelo/Diário Digital e Paulo Francis)

Mais que olhares curiosos, a paisagem típica do Pantanal sul-mato-grossense retratada em um muro da Avenida Bandeirantes ganhou respeito contra o vandalismo. Há um ano e meio, a estrutura permanece intacta, livre da ação de pichadores.

A pintura toma conta de toda a fachada de uma empresa. Nas duas fotos é possível ver o período de antes e depois. As cores da obra envelheceram, mas continuam originais.

A pintura faz parte do movimento criado pela empresária Luciane de Matos Nantes Costadele: Que cidadão quero ser? “Se trata de uma forma de refletir qual o nosso papel como ser humano e como posso interagir e conhecer o governo em que vivemos. Não se trata de ONG e nem tem página na rede social. É um movimento de boca em boca, que não atingir só o empresário ou só com a dona de casa, eu quero falar com o cidadão” explica.

Ao Lado B, ela explicou que a intervenção artística foi encomendada na intenção de barrar a ação de pichadores, mas também para propor reflexão. “A aposta deu certo. Porque mesmo não sendo palpável, é possível sentir a natureza. Nós não temos indicadores que provam o impedimento do vandalismo, mas temos o visual, ou seja, parou de ser pichado. Os imóveis em volta continuaram sendo pichados. Meu vizinho teve de repintar o muro. Minha intenção agora é esperar as obras do asfalto encerrarem para renovar a pintura. Será com o mesmo artista e será a inspiração dele como foi da outra vez”, conta.

Luciane garante que a intenção é incentivar um novo modo de vida. (Foto: Danielle Valentim)
Luciane garante que a intenção é incentivar um novo modo de vida. (Foto: Danielle Valentim)

Junto à pintura, a frase “’Gratidão Gera Gratidão” tem a intenção de incentivar um novo modo de vida. “A frase representa muito para mim. Nós precisamos de uma cultura de paz, amor e gratidão”, frisa.

Luciane lembra que, além de levar a uma reflexão, a pintura foi sucesso até em jogos. “Logo após o lançamento virou até “posto de combustível” no jogo de Pokémons”, lembra.

A arte na parede foi feita pelo poeta e artista Joel Viana, de 55 anos. Nascido na Bahia, Joel mora no Mato Grosso do Sul há quase 40 anos. “Morei 23 anos em Ponta Porã, quatro em Corumbá , dois anos em Sete Quedas e mais uns três e Naviraí”, conta.

Joel aprendeu a pintar num curso de três meses feito em Ponta Porã. O artista faz qualquer desenho, mas de todas as experiências pelo MS, retratar as belezas naturais sul-mato-grossenses é sua preferida.

“Já pintei em várias cidades do Estado, inclusive estou finalizando um trabalho em Corumbá, mas em Campo Grande também paredes do Nosso Lar e de uma igreja no Canguru. Em todos os trabalhos retratei o que mais gosto: a natureza”, frisa.

Joel também acredita que ocupar lugares com arte é uma medida contra a violência.

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Joel e a oba de arte. (Foto: Marco Miatelo/Diário Digital e Paulo Francis)
Joel e a oba de arte. (Foto: Marco Miatelo/Diário Digital e Paulo Francis)
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