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Comportamento

Cremilda é Kombi de 1976 que ganhou até câmera pelas mãos de Fernando

Todo o investimento é para realizar o sonho de viajar com a família no fim do ano até o Amazonas

Thailla Torres | 10/03/2019 07:50
Reservatório é abastecido diariamente para Fernando trabalhar pelas ruas da cidade. (Foto: Kísie Ainoã)
Reservatório é abastecido diariamente para Fernando trabalhar pelas ruas da cidade. (Foto: Kísie Ainoã)

Quando a mãe de Fernando perguntou ao filho sobre o primeiro carro, o menino não teve dúvidas da resposta. Revelou que o desejo era ter uma Kombi ou qualquer outro carro que fosse fora dos padrões “sofisticados”. Aos 23 anos, este sonho foi realizado e a “Cremilda” do vendedor ganhou até câmera de segurança.

Pelas ruas sem asfalto do Jardim Botânico, o destaque é a Kombi azul e branca antiga, que aos poucos tem sido repaginada pelo vendedor de salgados. Fernando Gabriel Franco da Silva diz que agora trabalha para que o carro fique pronto até o fim do ano, quando ele e a família farão uma viagem até o Amazonas.

“Nossa família é do Mato Grosso, então quero passar por lá e depois seguir para o Amazonas, onde morei e trabalhei, para que minha esposa também conheça”, diz.

Cremilda é o sonho de Fernando. (Foto: Kísie Ainoã)
Cremilda é o sonho de Fernando. (Foto: Kísie Ainoã)

O carro ainda é simples, não tem cama e nem todas as adaptações de outros veículos que já contamos aqui, mas o que chamou atenção é o carinho do vendedor pelo carro que o atende todos os dias e garante parte do sustento da família. Desempregado, é na Kombi que ele vende salgados, doces, pastéis e suco de laranja para atender as necessidades de casa.

Por isso, o principal investimento foi em segurança e recurso de armazenamento de água para lavar as mãos e utensílios por onde passa. “Não é uma caixa d’água grande, mas fiz um modelo de PVC onde abasteço com a mangueira, todos os dias”.

Do lado de fora também é visível uma engenharia para garantir as câmeras de monitoramento, já que o trabalho também é realizado à noite. “Instalei porque a gente fica com medo de trabalhar à noite. Já tentaram me assaltar duas vezes, então é pra segurança da nossa família”, conta.

Além da atual Kombi, Fernando conta que já teve outros modelos sucateados, para o desespero da mãe que já ouviu do filho o desejo de viajar o mundo dentro do carro que não tem mais produção. “Falei para ela que queria viajar e ficou doida. Mas sempre gostei de carros antigos. É uma verdadeira paixão. Você até pode ter um carro novo na garagem, mas quando ao olhar um antigo são horas de admiração”.

A Kombi está na família há um ano e foi batizado de Cremilda pela simpatia que o nome transmite, diz o vendedor. “É nome de vô”, explica.

Apesar de simples, muita gente olha e pergunta sobre o veículo. Fernando também não cansa de responder sobre os problemas. “Se já me deixou na mão? Muitas vezes. Mas quem tem Kombi precisa se acostumar com os problemas”, diz. “A vantagem? É utilitária e com mecânica simples, praticamente tudo eu consigo resolver”.

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Investimento foi maior em câmera de segurança. (Foto: Kísie Ainoã)
Investimento foi maior em câmera de segurança. (Foto: Kísie Ainoã)
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