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Comportamento

“Descamisado”, nem maior frio do século convence Zé a usar camisa

“Esse friozinho? Nem tremo”, garante José Genaro, que aos 63 anos ficou conhecido como Zé Descamisado

Alana Portela | 30/07/2021 06:10
José Genaro Ferreira Costa sem camisa no meio da rua, em Piraputanga. (Foto: Arquivo pessoal)
José Genaro Ferreira Costa sem camisa no meio da rua, em Piraputanga. (Foto: Arquivo pessoal)

“Não tá frio não, o povo tá fazendo confusão. Aqui nem chegou a gelar porque a água ainda tá saindo da torneira”, brinca José Genaro Ferreira Costa. Aos 63 anos, ele é famoso no distrito de Piraputanga, a 158 quilômetros de Campo Grande, por viver sem camisa, nem mesmo quando os termômetros atingem baixas temperaturas, como nesta semana.

Ele é artesão e marceneiro e jura que nem mesmo a previsão meteorológica de “maior frio do século” é capaz de fazê-lo usar a camisa. “Esse friozinho aí não. Tomo banho normalmente e nem tremo, há muitos anos sou assim”, diz.

José, que é conhecido como “Zé Descamisado”, conta que parou de vestir a camisa quando ainda era jovem. “Há quase 40 anos sem camisa já. Comecei a tirar porque ia trabalhar no mato e sentia muito calor. Na carpintaria, tirava a camisa e assim fui ficando, peguei costume”.

Zé sem camisa em uma festa que participou antes da pandemia no distrito onde mora. (Foto: Arquivo pessoal)
Zé sem camisa em uma festa que participou antes da pandemia no distrito onde mora. (Foto: Arquivo pessoal)

No dia 24 desse mês, o Campo Grande News anunciou que essa semana seria a mais fria de todos os tempos, com base nas previsões do MetSul e Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Já na terça-feira (27), a temperatura despencou e no distrito onde mora, o termômetro alcançou a mínima de 9 °C ontem (29), enquanto hoje (30), pode chegar a 6 °C.

No entanto, o frio é algo que já não assusta mais seu Zé. “Tô sem camisa direto, faça sol, chuva ou frio, estou blindado” diz. “Cada um tem sua natureza, eu sou assim e tô beleza”, completa todo tranquilão.

Questionado se alguma vez teve hipotermia por encarar o frio, ele responde. “Nunca fiquei doente, e nem precisei ir ao médico por algum problema na pele por conta do sol ou frio”, destaca.

Ele morou em Aquidauana, a 49 quilômetros do distrito onde mora, por um tempo e relata que por lá também é famoso. “Todo mundo me conhece, ia para as festas de sertanejo e pagode, farmácia e até em banco desse jeito, era normal. Até quando morei por cinco anos em São Paulo andava na garoa sem camisa”.

O Zé descamisado sentado, com sua camisa no ombro e chapéu na cabeça. (Foto: Arquivo pessoal)
O Zé descamisado sentado, com sua camisa no ombro e chapéu na cabeça. (Foto: Arquivo pessoal)

O estilo é único, dificilmente muda. “Só chapéu, calças e bonita porque não uso chinelo e nem short. Esse é meu jeito e não vou mudar. Já fui até chamado de doido por isso, mas não ligo”, destaca.

Para não dizer que nunca usou camisa na vida, ele relata que usa em raras ocasiões como alguns trabalhos e até para se proteger. “Tem época de muito mosquito aqui, aí coloco uma só para proteção”.

A fama de descamisado virou até nome da sua marcenaria. “Marceneiro tem em tudo quanto é lugar e já existe Zé pra danar, mas o Zé descamisado não. Já fui parar até num calendário daqui por isso e agora estão me vendendo”, diz seu Zé, dando risada da situação.

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