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Comportamento

Desde José Antônio, Campo Grande cresce com famílias escrevendo nossa história

Paula Maciulevicius | 26/08/2016 07:05
Dona Maria tem hoje 88 anos e sabe de cor a história que corre entre suas veias. (Foto: Alcides Neto)
Dona Maria tem hoje 88 anos e sabe de cor a história que corre entre suas veias. (Foto: Alcides Neto)

"Ouve Morena, cidade linda,
Teu povo entoa uma canção
Em voz vibrante, oh Campo Grande!
Joia e orgulho desta nação.
Em bela festa, cara princesa
Queremos todos a ti saudar
E ao fundador, José Antônio Pereira, todo carinho e gratidão
Tua pujança conquistou audazes de Norte a Sul dos nossos pais
De longes terras, também vieram
Outros valores te engrandecer!" 

"Quem são esses valores? Japoneses, sírios, libaneses, todos os países que vieram engrandecer". Quem pergunta e responde é a mesma pessoa que escreveu os versos acima. O trecho é parte da canção composta cinco anos atrás pela trineta de José Antônio Pereira. O fundador da cidade podia até sonhar o que Maria Garcia hoje constata, uma Campo Grande formada por gente que de longe veio, com seus valores e tradições. 

Dona Maria tem hoje 88 anos e um sorriso no rosto de quem já contou inúmeras vezes a história da qual vive. Nascida em Campo Grande, mãe de quatro filhos "do coração", como faz questão de enfatizar, avó de oito e bisavó de 11 crianças, ela sabe de cor e salteado o que significa o 26 de Agosto. 

"A comemoração do dia em que Campo Grande foi elevada à condição administrativa, porque Campo Grande vem desde 1872, quando José Antônio Pereira chegou aqui com a primeira caravana. Ele, o filho e os empregados, em 21 de junho de 1872".

O que não falta à trineta do fundador é história para contar, seja em verso ou canção. (Foto: Reprodução 8020)
O que não falta à trineta do fundador é história para contar, seja em verso ou canção. (Foto: Reprodução 8020)

A ideia que ele tinha daqui era a propaganda que chegava de quem regressou da Guerra do Paraguai. Quando chegou ao fim, os soldados passavam por aqui e levavam as notícias de uma região bonita, com riacho, clima e boa vegetação. 

"E José Antônio, com esse espírito aventureiro falou: 'vamos lá criar gado naquele lugar'. Foi ele que organizou a primeira equipe", conta Maria. No sangue dela corre a história da cidade, coisa que nasceu consigo, desde sempre. "A família toda conserva essa lembrança. A gente aprendeu assim, ouvindo os familiares, minha avó era a neta de José Antônio Pereira e afilhada. Chamava ele de 'padrinho Zé Antônio'", completa. 

O que ouviu, foi passado em todas as gerações que chegaram a ser alunas da professora Maria Garcia Borges. "Não havia sala de aula que eu não comentasse a respeito da fundação de Campo Grande. O que você acha que deve significar um fato histórico tão importante e você fazer parte dessa família? Tudo", justifica. 

Imagem que reconta a chegada de José Antônio Pereira, no museu que leva o nome do fundador. (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)
Imagem que reconta a chegada de José Antônio Pereira, no museu que leva o nome do fundador. (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)

O pai dela era o bisneto do fundador, Epaminondas Alves Pereira, que em Campo Grande, se casou com Abadia Garcia Pereira.

Da janela do quinto andar, dona Maria diz que não há canto na cidade que ela não goste. "Cada lado que eu vejo, fico encantada por Campo Grande. Ela para mim é um ramalhete de flores. Existem alguns espinhos? Existem, mas qual flor que não se protege com espinho?", pergunta.

Do passado, ela fala que o significado de saudade é a revivescência de fatos que nos agradam e olhar para tudo, é bom. Mas em especial, o que lhe vem à memória são as mudanças que a cidade protagonizou. "A escola Joaquim Murtinho, aquele prédio antigo, onde eu estudei o primário, fiz o magistério e ali lecionei também durante muitos anos. Quando eu passo e vejo, aquele prédio antigo era tão bonito e está tudo diferente. A modernidade exigiu modificações e nós temos de ser concordatos com o que se modifica para ser melhor", responde.

E com a mesma canção, encerra a visita, de falar da Campo Grande de 117 anos. "E termina dizendo assim:

"... Oh centenária cidade minha, escuta o brado do povo teu, agradecido pelos encantos da natureza que Deus nos deu. Ouve Morena, cidade linda, teu povo entoa uma canção. Em voz vibrante, oh Campo Grande, joia e orgulho do meu Brasil".

Ouve Morena, cidade linda, teu povo entoa uma canção. Em voz vibrante, oh Campo Grande, joia e orgulho do meu Brasil"... (Foto: Reprodução 8020)
Ouve Morena, cidade linda, teu povo entoa uma canção. Em voz vibrante, oh Campo Grande, joia e orgulho do meu Brasil"... (Foto: Reprodução 8020)
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