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Comportamento

Desde os 11 anos, ele só tem a bicicleta como companheira e os 2 rodam o mundo

Ângela Kempfer | 11/11/2014 16:09
Dario está em Campo Grande, mas seguindo para Corumbá. (Foto: Isabelle Abrego)
Dario está em Campo Grande, mas seguindo para Corumbá. (Foto: Isabelle Abrego)

O rosto queimado pelo sol comprova a história pelas estradas. Há 29 anos a única companheira permanente é a bicicleta, ainda mais velha que a aventura do colombiano Dário Roa. Os dois têm 40 anos e um é a morada do outro.

“El Andariego”, ou O Andarilho, agora está em Campo Grande, mas já rodou boa parte da América Latina. A história parece surreal, comprovada em partes pelos registros históricos no Google. Como muitas vezes a realidade é mais surpreendente que a ficção, tudo que Dario conta pode realmente ser a pura verdade.

Ele diz que saiu aos 11 anos do departamento de Tolima, na Colômbia. Em novembro de 1985, um vulcão inativo desde 1916 resolveu entrar em erupção, o lugar foi devastado e cerca de 20 mil pessoas morreram. O menino ficou órfão e ganhou o mundo.

Magrela tem 40 anos e muitas lembranças
Magrela tem 40 anos e muitas lembranças
Bicicleta leva 150 quilos de bagagem. (Foto: Isabelle Abrego)
Bicicleta leva 150 quilos de bagagem. (Foto: Isabelle Abrego)

Sem mais nada, além da bicicleta, ele recomeçou de uma maneira nada fácil. Pedalou sem destino, passou pela Nicaragua, México, Panamá, Costa Rica, Peru, Equador, Venezuela, até entrar no Brasil pela Amazônia.

Para sobreviver, fez várias adaptações à companheira ao longo do tempo. Transformou a carcaça de um notebook em som, arrumou um canto para uma cozinha portátil, reforçou a segurança com retrovisores de moto e buscou um banco mais confortável. Dentre os itens de sobrevivência, um caixote de supermercado leva peças de reposição, roda, fita adesiva e muito arame. “A estrada é larga”, justifica.

São 150 quilos de bagagem, um peso reforçado pelas lembranças. Além de utensílios e roupas, há presentes e bandeiras que recebe por onde passa. Já ganhou placa na Venezuela, bilhete em Costa Rica e até chaveiro do Grêmio no Brasil.

Para seguir viagem, pede colaborações. “É uma questão de sobrevivência, não tenho nenhum financiamento”, explica.
Agora, Dario segue para Corumbá, onde vai pegar o rumo da Bolívia, depois Chile e, finalmente, a Argentina, o ponto de parada derradeiro, pelo menos, por enquanto.

Presentes que Dario recebe pela estrada. (Foto: Isabelle Abrego)
Presentes que Dario recebe pela estrada. (Foto: Isabelle Abrego)
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