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Comportamento

Ele queria ser padre, desistiu do sacerdócio e hoje comanda um grupo de swing

Elverson Cardozo | 07/02/2014 06:32
Frequentadores seguem regras rígidas. (Foto: Cleber Gellio)
Frequentadores seguem regras rígidas. (Foto: Cleber Gellio)

Com 13 anos ele entrou para o seminário. Queria ser padre. Foi uma decisão pessoal, garante, sem influência da família, formada em sua maior parte por católicos. Cinco anos depois, aos 18, saiu. Descobriu que não tinha vocação para o sacerdócio. A gota d’água, no entanto, foi a paixão por uma menina, com quem chegou a namorar. Ela também seguia a vida religiosa.

Hoje, o homem, que nasceu no Paraná e que um dia almejou a batina, comanda um clube de swing em Campo Grande e diz, sem medo de errar, que não se arrepender da escolha que fez. “Foi benéfico para mim. Foi bom. Não foi ruim não”, diz. Ele é responsável, junto com a esposa, pelo Nikkey Swing Club, um clube que, como o nome sugere, é voltado à prática do sexo liberal. Sem permitir fotos dele ou da mulher, ou identificação, o casal aceitou conversar com o Lado B.

Fora os conceitos mais teóricos, que exige estudo, entende-se por sexo liberal, de modo resumido, a prática do swing propriamente dito, que é a troca de casais no mesmo ambiente ou separado; o Ménage, relação sexual a três; o Gang Bang, onde uma mulher se relaciona com três ou mais homens ou um homem “fica” com três ou mais mulheres; o Grupal, sexo sem compromisso que envolve mais de dois indivíduos, e o Dogging, a transa em locais públicos.

O Casal Nikkey, como quer ser identificado na reportagem, incentiva tudo e, por esse motivo, como praticantes, resolveram criar um clube na cidade. Afinal de contas existiam, e ainda existem, outros interessados. O primeiro encontro foi em 2009, durante uma festa que reuniu 13 casais. De lá para cá, a comunidade, como eles referem, se fortaleceu, ganhou novos adeptos e tornou-se referência no assunto.

Atualmente, segundo os responsáveis, são mais de 1 mil cadastrados. Os clientes são de Campo Grande, interior do Estado e até de outras regiões, como São Paulo e Rio Grande do Sul. Os encontros, quando ocorrem, acontecem em um motel. Só entram maiores de idade e cadastrados.

Espaço preparado para festa. (Foto: Divulgação)
Espaço preparado para festa. (Foto: Divulgação)

É uma balada como qualquer outra, com direito a DJ, pista de dança e bar. A diferença é que, se os participantes ficarem animados - e isso ocorre com certeza - o sexo em público, explícito, é permitido, afinal de contas trata-se de uma casa de swing.

Mas ninguém faz nada obrigado, em nenhum momento. A pessoa pode assistir a tudo que estiver acontecendo sem participar. Os casais, eles garantem, têm direito apenas de namorar, curtir ou ficar juntos. O respeito, enfatizam, está em primeiro lugar.

Incoerência - Eles respeitam, tratam todos com educação, mas o retorno, às vezes, não é o mesmo. É comum ouvir de quem não se dá ao trabalho de abrir a mente ou tentar, pelo menos, entender as escolhas alheias, que os encontros não passam de putarias e “surubada”.

O fato de o idealizador ter se dedicado à vida religiosa, no passado, é um bom motivo para o “apedrejamento” dos críticos de plantão, por isso vale informar que, nas festas promovidas pelo Sr. e Sr.ª Nikkey, o público, no motel, é variado. “Tem gente que frequenta igreja, tem vontade e não vem. E tem aqueles que frequentam igreja, dirige igreja, prega e vem”, disse o homem.

Independente da religiosidade, dos valores do estilo de vida de cada um, ele não critica quem gosta de Swing, Ménage, Gang Bang, Grupal, ou Dogging, mas diz que, nestes casos, as peças parecem não se encaixar. “Eu digo que é incoerente. Hipócrita”, afirmou.

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