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Comportamento

Eles procuraram os pais a vida toda e só "encontraram" quando chegou o 1º filho

Paula Maciulevicius | 11/08/2013 07:41
A vontade é de passar tudo o que ele viveu longe do pai. Os valores que a vida lhe ensinou. Talvez por um ponto final na busca pela figura de quem o pos ao mundo. A ausência que é suprida quando o filho vira pai. (Fotos: Marcos Ermínio)
A vontade é de passar tudo o que ele viveu longe do pai. Os valores que a vida lhe ensinou. Talvez por um ponto final na busca pela figura de quem o pos ao mundo. A ausência que é suprida quando o filho vira pai. (Fotos: Marcos Ermínio)

Os pais sempre querem dar o que não tiveram para os filhos. É um jeito amoroso de reparar o passado na tentativa de dar o melhor de si e das coisas. O ponto de interrogação de quem viveu sem a figura paterna dá lugar ao sorriso aberto quando ele se vê pai pela primeira vez. Eles que não tiveram pais viram o vazio ser preenchido quando o primeiro choro chegou e deixaram de lado a ausência para a própria presença na vida dos pequenos.

Aos 32 anos, o primeiro filho homem do músico Tiago Além é Alexandre de 6 meses. Dos sete dias da semana, quatro são passados com o pai. Uma convivência que foi além do que Tiago viveu na infância.

“Eu faço de tudo mesmo, faço questão e adoro”, conta. Da mamadeira ao banho e a troca de fraldas, não tem nada que o pai não faça sozinho e o tempo passados juntos é milimetricamente aproveitado. O resultado é uma ligação entre os dois que consegue ser passada até na fotografia. Pai e filho apaixonados um pelo outro.

“Eu e ele a gente é muito parceiro, esse vínculo criado que é massa”, comenta.

Tiago foi criado sem a figura do pai em casa e convivência zero. Sem exemplo, sem ter quem puxe a orelha, hoje ele é até exagero quando o assunto é Alexandre. “Acho que esse zelo todo é devido a isso, prezo muito em relação ao Alexandre e como eu não tive essa presença masculina eu exagero”, brinca.

A vontade é de passar tudo o que ele viveu longe do pai. Os valores que a vida lhe ensinou. Talvez por um ponto final na busca pela figura de quem o pos ao mundo. A ausência que é suprida quando o filho vira pai.

“Claro que fez falta, principalmente porque para o homem o pai é a referência como herói e de apoio. É ele quem te entende, que vai ficar com você do seu lado, te prepara para as regras da vida, foi bem difícil”, descreve.

Longe de saber as agruras da vida, Alexandre é só brilho nos olhos de quem vê ali ao lado o exemplo que Tiago não teve.

Na adolescência e quando a maturidade chegou, a tentativa foi de substituir o vazio até mesmo pelo trabalho, o que daria certo apenas na teoria. O preenchimento ou talvez o desvio de foco veio quando a vida inverteu o jogo e transformou filho em pai.

Foi pela paternidade tripla que ele ocupou o que era vazio até os 21 anos, idade de nascimento do primeiro filho e do Maiko pai.
Foi pela paternidade tripla que ele ocupou o que era vazio até os 21 anos, idade de nascimento do primeiro filho e do Maiko pai.

“Hoje ele é meu mundo, meu universo, tudo o que eu faço é voltado pra ele. Aquela falta foi passando e foi sanada. Espero que a gente mantenha uma relação assim, porque ele é meu grande amigo e eu quero ser além de herói, espelho e um amigo”.

Aos 30 anos e com história semelhante, o motorista Maiko Vilhalva, passa hoje o primeiro dia dos pais da terceira filha, com menos de 10 dias. Pai de outros dois, uma menina de 3 e outro de 9 anos, foi na escadinha que ele deixou lá embaixo a ausência do pai.

A convivência entre os dois se resumiu a oito anos, quando os pais se separaram. A falta mesmo ele sentiu até os 12, 14 anos. Na fase de transição entre a infância e juventude. “Depois comecei a trabalhar cedo e aprendi a me virar sozinho. Esqueci mesmo só depois dos 15 anos, mas não guardo mágoas. Hoje também sou pai e posso errar”, justifica.

Foi pela paternidade tripla que ele ocupou o que era vazio até os 21 anos, idade de nascimento do primeiro filho e do Maiko pai. “Ser pai muda bastante a responsabilidade. É para sempre e lógico que melhorou. Hoje eu procuro passar o que é certo e errado e é uma benção”.

Alexandre é só brilho nos olhos de quem vê ali ao lado o exemplo que Tiago , como tantos outros pais, não tiveram.
Alexandre é só brilho nos olhos de quem vê ali ao lado o exemplo que Tiago , como tantos outros pais, não tiveram.
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