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Comportamento

Em clube, mulheres contam segredos para "esquecer" maridos que saem para pescar

Elverson Cardozo | 08/05/2014 06:39
Luluzinhas em mais um encontro. (Foto: Arquivo Pessoal)
Luluzinhas em mais um encontro. (Foto: Arquivo Pessoal)

Em Pedro Gomes, a 309 quilômetros de Campo Grande, as mulheres que se veem sozinhas, solitárias, quando os maridos saem para pescar, passam os dias difíceis juntas, no Clube da Luluzinha, onde os segredos das reuniões – que incluem muitas brincadeiras - são guardados no mais absoluto sigilo.

O grupo, que tem como integrante até a primeira dama da cidade, Maura Mota, existe há 15 anos e é formado por 28 mulheres com idades que variam de 25 a 70 anos. Elas se encontram uma vez ao ano, no período de pescaria da “homarada”, para rir, brincar, promover ações sociais e, claro, “fofocar”.

“Espero que meu marido não pare de pescar”, diz a empresária Elisangela Ferreira da Silva, de 36 anos, uma das integrantes. “Quando eles estão fora a gente nem lembra. É muito bom. Temos segredos, mas uma verdadeira Luluzinha não revela”, brinca.

Elisangela é nova no clube. Recebeu o convite há 5 anos e adorou a ideia, porque, há 10 anos, desde quando se casou, o marido sai para pescar em viagens que, às vezes, passa de uma semana, e ela, sozinha em casa, não tinha muito o que fazer.

Fundação - Foi por esse motivo que a idealizadora, a professora aposentada Andrelina Maria de Lima Nogueira, de 60 anos, resolveu investir na ideia. “Antes eu tentava fazer chochê, bordar, assistir TV, mas foi passando o tempo e eu vi que tinha de fazer algo diferente”, conta.

Luluzinhas com a fundadora do grupo, aniversariante do dia. (Foto: Arquivo Pessoal)
Luluzinhas com a fundadora do grupo, aniversariante do dia. (Foto: Arquivo Pessoal)

O nome foi uma ideia da filha, a projetista de imóveis Fabiana de Lima Nogueira, 37, que achou a iniciativa “maravilhosa”. “É fantástico porque, no início da Pescaria, meu pai chegava a ficar 15 dias fora e ela ficava muito só. Os filhos estudavam fora. Eu morava em Campo Grande”, conta.

Hoje, Andrelina não vê a hora de chegar setembro, período de pesca, para se reunir com as outras Luluzinhas, que acabaram virando amigas. Casada há 39 anos, ela convive, há 34, com o hobby do marido. “Ele vai para o Pantanal uma vez por ano e, normalmente, fica de uma semana há 10 dias. Quando ele convida os amigos para ir eu já convido meu grupo”.

Acostumada às brincadeiras que envolvem o esposo pescador, a mulher comenta que, até que provem o contrário, não há motivos para desconfianças. “Confio plenamente porque eles trazem peixe”, afirma.

Mas o Clube não é só brincadeira. As Luluzinhas se envolvem em ações que beneficiam toda a sociedade. “Fazemos chá beneficente, ajudamos o asilo de Pedro Gomes. Este ano arrecadamos enxovais, mas ainda não entregamos porque lá está em reforma”, disse.

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