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Comportamento

Em fazenda de família pioneira, histórias que marcam Maria são de assombrações

Na região da fazenda Carandá, que é propriedade da família Baís, mau-assombrações e animais irreconhecíveis

Bruna Kaspary | 12/01/2019 07:26
Hoje na periferia de Campo Grande, adora contar as histórias que vem da região de Terenos
Hoje na periferia de Campo Grande, adora contar as histórias que vem da região de Terenos

Noivas flutuando sobre o lago, bichos que batiam nos cachorros, homens soltando os bois... Muitas são as histórias de assombrações que rodeiam a fazenda Carandá, propriedade de uma das famílias mais importantes de Campo Grande.

Maria Zuza de Andrade, de 50 anos, nasceu na fazenda, onde os pais trabalhavam. Morou lá por muitos anos e hoje na periferia de Campo Grande, adora contar as histórias que vem da região de Terenos. Ela lembra que, principalmente, durante a noite, as "assombrações sempre apareciam".

Para os moradores da região, a fazenda atraia esse tipo de coisa do outro mundo por ser muito antiga. Por décadas, várias pessoas foram mortas lá. Além disso, o fato de ter um cemitério próximo à propriedade, rendia muito susto a quem morava lá perto.

A noiva da lagoa – A lenda conta a história de uma mulher recém-casada que estava grávida, mas que morreu durante o parto. Como ainda era muito nova, ela foi enterrada usando seu vestido de noiva, e assim que ela aparecia para quem ia até uma lagoa próxima a fazenda.

Quem contava essa história era a mãe de Maria, que sempre ia no lago e tentava evitar que as filhas também fossem para lá, com medo de se assustarem com a assombração. Ela garante que muitas outras pessoas também viram a noiva misteriosa, inclusive a irmã, que sempre debochava da mãe por não acreditar nas histórias e acabou sendo seguida pela mulher enquanto ia buscar leite em outra fazenda.

Cavaleiro da algazarra – Outra assombração que pairava constantemente na fazenda Carandá era a de um cavaleiro que aparecia, depois que todos os animais estavam presos. Ele, que não era reconhecido por nenhum dos funcionários e nunca deixava que se aproximassem, sempre aparecia quando começava a escurecer.

“A gente até achava que era algum dos peões que estavam fazendo serviço mais longe e estavam chegando, mas ele ia direto para a porteira dos bois e soltava todos eles”, conta Maria. O homem aparecia em um cavalo, com as roupas iguais às de qualquer funcionário.

Essa é uma das assombrações que ela diz ter visto desde criança, mas nunca conseguiu chegar perto dele, tanto por medo quanto pelo fato dele fugir.

Coriolando Baís, dono da Fazenda Carandá, era Neto de Bernardo Franco Baís (Foto: Arquivo/Marina Pacheco)
Coriolando Baís, dono da Fazenda Carandá, era Neto de Bernardo Franco Baís (Foto: Arquivo/Marina Pacheco)
Bernardo Carvalho Baís e Magdalena Baís, pais de Coriolando, com a bisneta Lila no colo (Foto: Arquivo Pessoal)
Bernardo Carvalho Baís e Magdalena Baís, pais de Coriolando, com a bisneta Lila no colo (Foto: Arquivo Pessoal)
Carlos Frederico Baís, sobrinho de Coriolnado (Foto: Arquivo Pessoal)
Carlos Frederico Baís, sobrinho de Coriolnado (Foto: Arquivo Pessoal)

Cachorros assassinos – “Eram do tamanho de cachorros, mas quem viu diz que a cara não era de animal nenhum”, garante. Esses animais bizarros apareceram em uma época de quaresma e mataram todas as galinhas da propriedade.

Os animais arrancavam as cabeças das galinhas e as abandonavam pelo pátio da fazenda. Para tentar matar os animais, foram disparados diversos tiros na direção deles, mas nenhum deles os acertou.

A filha bruxa – Maria Zuza é a sétima filha de uma família somente de mulheres. Na fazenda também havia a lenda de que, se em um casal tivessem sete meninas – história parecida com a do lobisomem – uma delas poderia se tornar bruxa.

A única forma de fugir da praga, seria a mais velha das filhas batizar a mais nova, se tornando madrinha dela. E esses foram os passos que a família dela seguiram, para evitar que qualquer uma das duas fossem amaldiçoadas.

Abridor de torneiras – Passos pesados ao redor das casas e quando se percebia, todas as torneiras estavam abertas e a caixa d’água esvaziando.

Mais uma assombração que ninguém nunca conseguiu ver, mas que acontecia com rotina na fazenda Carandá. “A gente não saia porque tinha medo que pudesse ser uma pessoa, mas depois a gente descobria que não era ninguém”, explica Maria.

Agressores de cães - O período de quaresma era o preferido para a aparição de animais estranhos. Outros que surgiam, não se sabe de onde, eram aqueles que batiam nos cachorros da fazenda.

Eles nunca eram vistos, os únicos sinais que eles passaram por lá era o choro dos cachorros, que ficavam desesperados. “A gente não via eles nunca, nem sabíamos como eles eram”. Sempre que os cães começavam a chorar, funcionários saíam para ver o que estavam acontecendo, mas não encontravam os animais.

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