Em homenagem ao avô, irmãos doam pesquisa histórica sobre os Kadiwéu
Documento produzido nos anos 80 agora integra acervo do Arquivo Público Estadual

Depois de usar o material em um trabalho escolar, Ariadne Fernanda, de 14 anos, decidiu transformar a história do avô em um gesto coletivo. Ao lado do irmão Guilherme da Cunha e da mãe, ela doou ao Arquivo Público Estadual o Laudo de perícia histórica, arqueológica e antropológica da terra indígena Alves de Barros, onde vivem os indígenas Kadiwéu.
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O documento foi produzido pelo engenheiro, professor e geógrafo Ivaldo Casemiro Martins entre o final da década de 1980 e o início dos anos 1990. A pesquisa foi realizada a pedido do STF (Supremo Tribunal Federal) em parceria com a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e o Governo do Estado.
Ivaldo faleceu há quatro anos, mas deixou um legado que agora ganha nova vida por meio da doação feita pela família. Na época da pesquisa, ele trabalhou em campo ao lado dos pesquisadores Gilson Rodolfo Martins e Celso Geraldo Queiroz, em uma investigação que envolveu entrevistas, registros fotográficos e visitas a bibliotecas, arquivos e museus em diferentes estados.
Nesta terça-feira (29), os netos foram até a sede da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul para entregar o material, que agora passa a integrar o acervo oficial do Arquivo Público Estadual.
“Eu queria deixar em homenagem à história dele e também que o conhecimento que ele procurou pudesse alcançar outras pessoas”, disse Ariadne, que cursa o 1º ano do ensino médio. O irmão, Guilherme, vê a doação como forma de "ajudar outras pessoas a estudarem os indígenas".
A mãe dos adolescentes e nora do geógrafo, Sabrina Teodoro da Cunha, diz que a doação é uma forma de manter o legado acessível. “A gente quer passar esse material para outras pessoas, para outros adolescentes que têm essa mesma iniciativa [...]. A gente quer passar isso para frente, para que outras pessoas também possam ter acesso”, afirma.
Segundo o coordenador do Arquivo Público Estadual, Douglas Alves da Silva, o laudo é valioso por tratar de forma detalhada e técnica a cultura dos povos originários. “É um material de grande relevância porque ele apresenta aspectos observados pelos pesquisadores da época. [...] Agora, esse material está disponível para novos pesquisadores, estudantes e para a população em geral”.
O Arquivo Público Estadual fica no segundo andar do Memorial da Cultura e da Cidadania, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, Centro de Campo Grande. O atendimento pode ser feito pelo e-mail arquivo@fcms.ms.gov.br ou pelo telefone (WhatsApp) (67) 3316-9167.
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