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Comportamento

Em meio a confusão, casal realiza o sonho de casar em praia no Rio de Janeiro

Aline Araújo | 19/01/2015 06:45
Sem ajuda de cerimonialistas, os dois planejaram em 4 meses o casamento na praia. (Foto: Arquivo Pessoal)
Sem ajuda de cerimonialistas, os dois planejaram em 4 meses o casamento na praia. (Foto: Arquivo Pessoal)

Há quem diga que o amor é uma loucura e que alguns encontros amorosos rendem uma boa história para contar. Com Lucas Fernandes e Suellen que agora também assina o sobrenome do marido, foi assim. Os dois se conheceram, se apaixonaram e em menos de 8 meses casaram.

Sem ajuda de cerimonialistas, os dois planejaram em pouco mais de quatro meses o casamento dos sonhos em uma praia no Rio de Janeiro. Aliás para a noiva tudo era novidade, já que ela nunca tinha estado na "Cidade Maravilhosa". Mas até chegar o grande dia muita confusão aconteceu.

Parece filme, roteiro de comédia nacional, mas a realidade às vezes surpreende mais que a ficção. Suellen, a noiva, é natural de Campo Grande e sempre pensou em casar na praia, “coisa de novela”, como ela descreveu.

Lucas é carioca, mudou para cá e compartilhava do mesmo sonho. (Foto: Arquivo Pessoal)
Lucas é carioca, mudou para cá e compartilhava do mesmo sonho. (Foto: Arquivo Pessoal)

Lucas é carioca, mudou para Campo Grande em 2008 e compartilhava do mesmo sonho: de casar na praia. Mas depois de mudar para cá achou que seria quase impossível até que encontrou alguém que dividisse o mesmo desejo.

O noivado aconteceu em agosto e eles começaram os preparativos, tudo com muita economia. A idaia era gastar o menos possível.

Para levar os convidados daqui, o casal contratou uma van e de Mato Grosso do Sul, fecharam todos os serviços por telefone, desde o quiosque da praia que faria o coquetel até a floricultura responsável pela decoração, um belo arco de flores.

Os noivos foram atrás dos documentos necessários para realizar a cerimônia na praia, convidaram um pastor daqui para celebrar e reservaram hotel para a família e amigos que estavam indo para a comemoração. Para o grande dia, o vestido e a coroa de flores mandados fazer tinham a personalidade deles: alternativo e descontraído.

Eles chegaram ao Rio dois dias antes da cerimônia, foram checar se estava tudo certo com o quiosque reservado e aí começou a confusão. “A moça do quiosque disse que não tinha reserva e a praia estava lotada. Não tinha um espacinho na areia que desse para montar o arco de flores. Fiquei desesperada. Falei moça: eu estava confiando nisso para o meu casamento!”, relembra a noiva.

“Quando eu vi a Suellen com a mãe dela vindo em minha direção, meu coração veio a mil por hora”, diz o noivo. (Foto: Arquivo Pessoal)
“Quando eu vi a Suellen com a mãe dela vindo em minha direção, meu coração veio a mil por hora”, diz o noivo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Suellen ficou andando na praia até 2 horas da manhã, para encontrar um quiosque e conseguir negociar um valor que ela pudesse pagar. Deu certo, mas a série de imprevistos não acabou por aí.

O hotel fechado pela internet era muito longe da praia onde seria o casamento, na Barra da Tijuca. “No anúncio dizia que eram 15 minutos da praia, quando a gente chegou, ficava em uma cidade super longe, em uma estrada e um caminho bem estranho. Falaram que o hotel foi feito em um zoológico desativado, porque diz que a dona traficava diamantes em animais. Uma loucura”, comenta, em meio à risada. Para exemplificar a distância, a noiva conta que um dia antes do casamento, ir à praia de táxi custou R$ 280.

Com o problema do local da festa resolvido, a questão agora era com a floricultura, que não queria montar a decoração em outro ponto que não fosse o combinado anteriormente. 

“Ela disse que não podia devolver os 50% já pagos no serviço pelo tempo que ela perdeu, mas que não podia mudar o lugar em cima da hora, que se no 'Mato Grosso' era assim, no Rio era muito diferente. Eu já discuti com ela. Disse que era 'Mato Grosso do SUL' e que ela havia combinado comigo. No fim ela disse que ia fazer com as flores que ela tinha e não com as que eu tinha escolhido, porque não dava! Eu aceitei, com tudo que a aconteceu o importante era o casamento acontecer”, contou.

Às vezes, loucura é deixar de fazer o que a gente quer por medo de não dar certo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Às vezes, loucura é deixar de fazer o que a gente quer por medo de não dar certo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Na hora do "sim", as histórias ficam ainda mais engraçadas. “Fui casar em um Chevette velho. Minhas madrinhas ainda demoraram e só conseguiram chegar um pouco antes do sim”, relata. É que ela queria casar com o pôr do sol e não era possível esperá-las. As madrinhas perderam todo o início da cerimônia e chegaram só para a troca de alianças e fotos.

Não bastasse tudo isso, a cozinha do quiosque que eles tinham contratado resolveu fechar cedo, às 20h, o jeito foi todo mundo ir para um restaurante chamado “Espetto Carioca” e a festa foi continuar ali. Vestida de noiva e com todos os convidados ela entrou chamando atenção no lugar.

“Apesar de tudo foi muito divertido, nós estávamos muito felizes. Os músicos tocaram para a gente e foi lindo”, comenta Suellen. Mesmo com muitos contratempos o casal conseguiu realizar o sonho e o casamento nada convencional foi celebrado com muita alegria.

“Eu casei com a pessoa que eu amo. Encontrei alguém que queria uma loucura como a minha, quando eu a conheci, e ela disse que tinha o mesmo sonho que eu, de casar na praia, nem acreditei. Quando eu vi a Suellen com a mãe dela vindo em minha direção na praia o meu coração veio a mil por hora e eu vi o nosso sonho se concretizando”, comenta Lucas, apaixonado.

O casamento todo, com viagem e hospedagem para os convidados, custou menos de 10 mil reais. Valor que para os noivos, compensou muito mais sair daqui para casar no Rio. De Campo Grande foram 14 pessoas de van, duas de avião e quatro de carro. Os outros convidados eram do Rio de Janeiro. O casório íntimo foi para 25 pessoas, que com toda a certeza também amam muito o casal e embarcaram nessa loucura com os noivos! Pensando bem, às vezes, loucura é deixar de fazer o que a gente quer por medo de não dar certo.

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