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Comportamento

Em salão de bairro, respeito a diversidade acaba atraindo a clientela

Em um dia de atendimento encontramos no lugar 2 transexuais e 1 cadeirante como clientes

Thais Pimenta | 11/12/2017 08:23
Clara preparando Débora para seu casamento com Luzinete.  (Foto: Acervo Pessoal)
Clara preparando Débora para seu casamento com Luzinete. (Foto: Acervo Pessoal)

Em um cantinho da Spipe Calarge, Clara Lacerda inaugurou há nove anos o seu salão de beleza. Batizado como “Clara Hair” o espaço chama atenção pela diversidade de sua clientela.

O Lado B conheceu o salão enquanto corria atrás de outra matéria. Foi o ponto marcado para entrevistar um de nossos antigos personagens. 

Chegando lá, a repórter se surpreendeu. Haviam três clientes sendo atendidas, duas delas eram travestis e a outra uma cadeirante. A cena incomum instigou a equipe a saber mais sobre Clara. 

Atenciosa, ela entendeu o espanto da jornalista e a pluradidade seguiu em harmonia. Quem entrava ali em busca dos mais variados serviços também fez questão de respeitar a todos.

Em salão de bairro, respeito a diversidade acaba atraindo a clientela

Clara explica que não vê diferença alguma entre seus clientes e exige deles o respeito com que gosta de ser tratada. Assumida homossexual, ela afirma que atende todo mundo bem. "Gays, lésbicas, crentes, todos os tipos de pessoa são tratadas com o carinho que cada um deles merece. Não que meu espaço é reservado para homossexuais e travestis, ele simplesmente acolhe todas as pessoas", explica ela.

Cenas ainda mais incomuns são frequentes no salão. "É sempre assim. Já teve dias de ter quatro senhorinhas e quatro trans sentadas na cadeira". 

Ainda mal quistos pela maior parte da sociedade, os travestis e transsexuais são tratados com preconceito inclusive quando estão pagando por um serviço de beleza, comenta. "Quando essas pessoas vão a outros salões os clientes olham elas atravessado, tratam mal, encaram. As vezes até negam atendê-las".

Gaby Aguiar era uma das travestis atendidas na primeira vez em que fomos ao Clara Hair. "Quando eu tiro a roupa a depiladora geralmente fala que não quer me depilar", diz. Outra cliente, Andressa, reitera cenas de falta de respeito. "Já me aconteceu de o salão estar vazio e a atendente me negar atendimento dizendo estar com agenda cheia".

O respeito atrai mais diversidade. O boca a boca positivo faz o negócio crescer e Clara acaba ganhando destaque com a sociedade queer. "Ainda não dá pra dizer que eles gastam mais que os outros, mas a frequência deles aqui é constante".

 

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