ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEGUNDA  05    CAMPO GRANDE 29º

Comportamento

Emerson acorda às 3h para servir café e simpatia na porta de hospital

Há anos em frente de hospital, vendedor que chega cedinho é 'ajuda' para os visitantes e pacientes

Por Natália Olliver | 05/05/2025 06:45
Emerson acorda às 3h para servir café e simpatia na porta de hospital
Emerson da Silva Sousa acorda às 3h para vender café na frente do hospital (Foto: Natália Olliver)

O cheiro de café em frente ao hospital começa cedo. Há três anos, Emerson da Silva Sousa, de 48 anos, precisa levantar às 3h para salvar a manhã da galera na frente da Santa Casa de Campo Grande e garantir o bom e velho cafezinho da rotina de quem precisa estar ali e de quem trabalha no local. Ao todo, são 8 litros de café todos os dias, vendidos a R$ 2 e servidos em copos médios de plástico.

A rotina não parece cansá-lo e o vendedor conta com sorriso no rosto a profissão que decidiu seguir. Apesar de estar há pouco tempo no ponto, que já tem décadas, o trabalho não é novidade. São anos vendendo salgados pela Capital.

Emerson acorda às 3h para servir café e simpatia na porta de hospital
Emerson acorda às 3h para servir café e simpatia na porta de hospital
Bancada da "lanchonete móvel" é guarita e tampa de concreto do lixo (Foto: Natália Olliver)

Para tornar a experiência melhor, Emerson leva para o local cadeiras, banquinhos de plástico, mesinhas e o tradicional molho de pimenta. Ali, a tampa da lixeira de concreto vira apoio para a garrafa grande de café, o cesto de lixo é pendurado na grade e a mureta da guarita é balcão para as oito garrafas que ele precisa levar.

No cardápio da "lanchonete móvel" tem, além dos salgados tradicionais de presunto e queijo, esfirra de carne e chipa, escuta para aqueles que saem do hospital sem chão.

“É uma experiência boa. Um cafezinho fiel da galera faz diferença. Eu gosto muito de trabalhar nessa área e aqui, é um lugar que deu certo para mim, o pessoal fala que gosta do café e que o salgado é quentinho. Aqui é um ambiente que carrega muito, tem pessoas que ficam muitos dias na Santa Casa, vêm de manhã tomar um café e se abrem com a gente, conversam bastante sobre o que tá passando. A gente vai virar até amigo”.

Emerson acorda às 3h para servir café e simpatia na porta de hospital
Vendedor leva cadeiras de plástico e mesas para deixar clientes mais confortáveis (Foto: Natália Olliver)

Ele explica que o ponto tem 30 anos e que o comando foi passando pelas mãos de muita gente ao longo dos anos. A última dona ficou por 10 anos, segundo ele. O feito pode ser repetido por Emerson, já que ele não pretende sair de lá tão cedo. Ao todo, são 6 horas de trabalho todos os dias.

Para levar tudo, antes ele usava uma moto. Agora, conseguiu comprar um carro para ajudar no transporte. Faça chuva ou faça sol, o vendedor não arreda o pé do local.

“Eu vendo meu salgado a R$ 8, alguns eu peço, outros eu faço. Tem café, eu trago o leite para fazer café com leite, refrigerante, água, suco. Vou trazendo o que as pessoas me pedem e está dando certo. Sou feliz aqui”.

Sem revelar quanto ganha com as vendas, ele conta que o valor é o suficiente para viver e melhor do que quando vendia pizza e salgado na rua.

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias