Exatamente 1 ano após perder a filha, vida renasceu na casa de Cintia

Depois de viver a maior tragédia da vida, a cerimonialista Cintia Peters, de 39 anos, viu a esperança renascer dentro de casa. Um ano após perder a filha Eloá, de apenas 9 meses, vítima de mal súbito em casa, ela descobriu que estava grávida novamente. A gestação de Manuella foi confirmada exatamente no mesmo mês em que se completava um ano da perda. O parto da filha está marcado para esta sexta-feira, 26 de dezembro, data que para a família simboliza recomeço, fé e restauração.

A dor começou no dia 30 de abril de 2024. Eloá era uma menina saudável, mas, por um acaso do destino, partiu enquanto dormia. “Minha filha não tinha problema nenhum de saúde. Ela era muito ativa, esperta e estava quase andando”, relembra Cintia.

Naquela madrugada, ela havia amamentado a bebê por volta das 2h e ainda permaneceu acordada por conta da ansiedade e do trabalho como cerimonialista. “Eu dei mama para ela, coloquei para arrotar e ela dormiu. Era a rotina normal”, conta.

Segundo ela, foi o marido, Lucas, quem encontrou Eloá sem vida no berço pela manhã. “Ao acordar, meu esposo foi no berço para cobrir ela. Quando ele chegou lá, ela já estava sem vida”, descreve. Segundo Cintia, não houve qualquer sinal ou barulho. “Eu estava acordada na casa. Ela não fez barulho nenhum”, acrescenta.

Mais tarde, a biópsia confirmou a causa da morte como mal súbito. “Eu, pessoalmente, nem entendia o que era mal súbito. Ela não tinha problema no coração, nunca teve refluxo, nunca teve nada”, afirma. A explicação médica foi dura de ouvir. “O doutor falou para mim que o mal súbito acontece em segundos. É como se você respirasse e não voltasse mais. Mesmo que ela estivesse dormindo ao meu lado eu não ouviria”, detalha.

Além de Eloá, Cintia é mãe de Anne, hoje adolescente de 14 anos, fruto de um relacionamento anterior. Eloá foi a primeira filha com Lucas, com quem ela se casou após anos de amizade. “Com quatro meses de casada, gerei a Eloá. Ela foi muito sonhada, principalmente por ele, porque ele sempre sonhou em ser pai”, relata.

O luto foi devastador para o casal. “Foi algo que desabou a nossa casa. É uma tristeza que não tem como explicar, que ninguém está preparado para suportar. Nos primeiros meses eu tive crises de ansiedade. Eu acordava toda madrugada para orar. A minha cura foi através da palavra de Deus”, conta.

Segundo ela, o sofrimento também a transformou em apoio para outras pessoas. “É inacreditável quantas pessoas ao meu redor perderam filhos ou pessoas da família naquele ano. Deus me usou, através da minha dor, para ser cura na vida das pessoas. Quem perdeu um filho tem outra autoridade para falar. Essa dor não tem comparação”, avalia.

Um ano depois, em abril de 2025, veio a surpresa. Durante um culto, um pastor fez uma revelação que marcou a cerimonialista. “Ele falou que Deus estava entrando com um bálsamo de cura sobre a minha casa, trazendo restauração por completo”, destaca. Pouco tempo depois, os sintomas apareceram. “Uns 25 dias depois, eu senti e fiz o exame. Eu estava grávida”, revela.

A descoberta aconteceu no mesmo mês em que completava um ano da morte de Eloá. “No mesmo mês que eu perdi a Eloá, Deus me presenteou gerando a Manuella. Foi o mesmo mês. Independente de religião, foi algo muito forte”, afirma.

Para Cintia, a gestação foi um milagre. “Eu tenho 39 anos. Eu já tinha entregue para Deus e quando eu não tinha mais expectativa, Ele me surpreendeu”, acredita.

A gravidez não foi simples emocionalmente. Cada ultrassom trazia lembranças. “Elas têm os mesmos traços. Se você vê o ultrassom, parece o mesmo bebê. Bochecha, boquinha, tudo muito igual. Eu chorava muito, pedia para Deus acalmar meu coração”, conta.

Agora, às vésperas do parto, ela define a chegada de Manuella como renovo. “Claro que uma não substitui a outra, mas creio que ela está vindo como restauração e restituição em todas as áreas da nossa vida”, avalia.  O nascimento está marcado para as 8h da manhã desta sexta-feira.

Mesmo com toda a dor que enfrentou, Cintia acredita que cumpriu um propósito. “Eu consegui ser canal de bênção na vida das pessoas. Deixei a mensagem para que as pessoas aproveitem ao máximo dos seus filhos e de quem está ao redor. A Eloá veio por um propósito. Através da minha dor, Deus curou muita gente”, relata.

Agora, às portas de um novo capítulo, ela resume o sentimento. “Deus me deu a palavra de que o final seria melhor que o início. E está sendo”, finaliza.

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