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Comportamento

Filipinho cresceu, nunca mais voltou dos EUA e hoje sonha em ser médico

O menino que teve de deixar MS em busca da cura de doenças raras venceu o desafio

Thailla Torres | 21/11/2017 07:55
Filipe, com 8 anos, ao lado da mãe Evelyn Wolf.
Filipe, com 8 anos, ao lado da mãe Evelyn Wolf.

A história do campo-grandense Filipe Wolff até hoje comove quem acompanhou  a luta da família pela vida do menino. Desde que desembarcou nos Estados Unidos em novembro de 2011 em busca da cura para duas doenças raras, a rotina nunca foi a mesma.

Filipe tem histiocitiose de células Langer Hans (com manifestações semelhantes ao câncer) e renasceu em 2013, depois de fazer um transplante de fígado, doado pelo pai. A partir dali, foi o início de uma recuperação dolorosa e 7 anos depois ele está curado.

“Filipe está bem, graças a Deus. Ficou hospitalizado alguns dias atrás, mas já está melhor. Como ele tem o sistema imunológico baixo, por tomar remédios imunossupressores, ele fica mais suscetível a vírus e bactérias”, começa a mãe Evelyn Wolff, sobre a tranquilidade com o quadro de saúde do filho, hoje com 8 anos.

Pela complexidade do caso, Filipe continua em Massachusetts, nos Estados Unidos, monitorado para evitar qualquer problema mais grave. Os médicos acompanham de perto, principalmente, para que não haja problemas com o órgão transplantado.

Filipe, Evelyn (mãe), Henrique (irmão) e Guilherme (pai) em 2012.
Filipe, Evelyn (mãe), Henrique (irmão) e Guilherme (pai) em 2012.

O transplante foi há 4 anos, a maior vitória para a família até hoje. “Ele renasceu. Os médicos cuidam dele com muito carinho e cuidado, pois desde que chegamos aqui em Boston, todos se sensibilizaram por ele ser tão pequeno”.

Considerado um vitorioso, o menino que começou uma rotina exaustiva de tratamentos com apenas 1 ano e 6 meses, venceu momentos de dor desde a primeira sessão de quimioterapia. “Desde então, ele nunca mais parou de ser acompanhado por médicos, exames, procedimentos cirúrgicos e o transplante. Mas sempre mantivemos a esperança, especialmente, porque ele nunca perdeu o brilho no olhar e a vontade de viver”, conta a mãe.

Por ter feito um transplante de fígado, o menino precisa de acompanhamento e remédios para evitar a rejeição do órgão. No início, o processo de monitoramento pós transplante foi mais exaustivo, especialmente o primeiro ano, lembra Evelyn. “Agora ele faz exames e consultas a cada dois meses. E quando há qualquer intercorrência como foi esses dias, a equipe médica acompanha de perto”.

Agora Filipe sorri e leva uma vida normal, mas a rotina de tratamento trouxe ao garotinho o sonho de salvar vidas como a dele. “Apesar de tudo que já passou, ele gosta de estar no hospital e sempre repete que será um doutor. Mas está sempre brincando e participando das atividades junto com o irmão, Henrique, o melhor amigo."

Pela necessidade do menino, todos da família tiveram de recomeçar do zero, inclusive o irmão, que teve a maior parte da vida escolar nos Estados Unidos. Mas todos parecem muito bem adaptados, principlamente Filipinho. "Vai à escola, brinca, e faz as consultas. Aqui todo mundo o conhece”, diz a mãe.

A distância de casa só faz aumentar a saudade, mas a família só pretende retornar ao Brasil depois que tudo estiver bem com Filipe. “Pensamos muito em em voltar para o Brasil, porém, somente quando tudo estiver mais estabilizado, e quando conseguirmos ajustar tudo entre as equipes daqui e do Brasil”.

Em seis anos de tratamento, o sorriso do filho e perseverança da família que não foi abalada, é motivo de orgulho e aprendizado para Evelyn. “Aprendemos muito, a começar por amar, dar carinho e estar perto. Não temos como saber o dia de amanhã, então o nosso hoje tem que valer a pena e ele é feito de palavras agradáveis aos nossos ouvidos e à alma. A fé e o amor são a base de tudo”.

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