ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SÁBADO  04    CAMPO GRANDE 31º

Comportamento

Há 17 anos, ponto de mototáxi ainda aceita chamada à cobrar

Mais de 50% das chamadas são acompanhadas da frase: "chamada à cobrar, para aceitá-la [...]"

Suzana Serviam | 23/09/2021 06:37
O local não atende mais durante 24h por conta da equipe reduzida. (Foto: Marcos Maluf)
O local não atende mais durante 24h por conta da equipe reduzida. (Foto: Marcos Maluf)

Quem nunca fez uma ligação a cobrar que atire a primeira pedra. Tem gente até que não arrisca, porque sabe que a chamada pode ser recusada. Mas, se um dia, o crédito do celular acabar e você não conseguir chamar o motorista de aplicativo, lembre-se do ponto de mototáxi do Bairro São Francisco, que há 17 anos, aceita sem medo as ligações de quem disca o 9090.

O Lado B esteve no local para conferir se realmente o telefone tocava. Enquanto a conversa rolava solta, o telefone fixo deu show. Ederval Silverio de Souza, de 57 anos, preferiu tirá-lo do gancho para seguir a linha de raciocínio. “Senão, a gente não vai conseguir conversar”, comenta.

Assim que sentou na cadeira de fio, explicou sobre o que leva o ponto de mototáxi a resistir com o recebimento de ligações à cobrar. Pode parecer que não, mas muita gente ainda tem esse costume, ele diz. “A maioria do público que a gente atende é classe baixa. Muitas vezes, o dinheiro que eles têm é contado para corrida”, revela Ederval.

Corrida que é cobrada por quilômetro rodado. A variação ocorre de acordo com a bandeira. Por exemplo, 1 km na bandeira um custa R$ 3,50, já na bandeira dois sobe para R$ 3,70.

Seu Mário atendendo mais uma ligação. (Foto: Marcos Maluf)
Seu Mário atendendo mais uma ligação. (Foto: Marcos Maluf)

Na placa do ponto, diz que o serviço é 24h, mas Mário Iran de Abreu, de 57 anos, esclarece que devido ao número reduzido da equipe, o horário de funcionamento passou a ser das 6h até 19h. “É porque a gente tá velho, né? Imagina fazer 24 horas em três pessoas, cansa muito”, comenta bem-humorado.

Antigamente, apesar da equipe ser grande, o que não faltava eram as corridas. Havia quem chegasse para trabalhar o dia todo e ainda sobrava para os colegas. Depois da chegada de corridas por aplicativos, o movimento reduziu e muitos mototaxistas decidiram mudar de área.

O tempo não volta mais, porém, a esperança do movimento melhorar ainda existe nos parceiros sobreviventes. E claro que a estratégia como o "9090" ajuda. Outro empurrãozinho para ajudar os clientes é a forma de pagamento, que pode ser feita por meio de cartões débito e crédito.

Desse jeito, não tem desculpa. No fim das contas, se o crédito do celular acabar, vale a pena ter na lista de contatos o número do local para ser socorrido. Anote: (67) 3365-6666.

Mini cozinha do ponto de táxi que já reuniu 12 mototaxistas. (Foto: Marcos Maluf)
Mini cozinha do ponto de táxi que já reuniu 12 mototaxistas. (Foto: Marcos Maluf)
À esquerda está seu Ederval , conhecido como "Titã" e à direita, seu Mário. (Foto: Marcos Maluf)
À esquerda está seu Ederval , conhecido como "Titã" e à direita, seu Mário. (Foto: Marcos Maluf)

Curta o Lado B no Facebook. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.

Nos siga no Google Notícias