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Comportamento

Há 20 anos, José lotou cidade com motoqueiros e trouxe Peter Fonda ao Moto Road

Thailla Torres | 16/08/2018 08:48
Da esquerda para direita, o ator Peter Fonda, o empresário José Lopes e ator Branscombe Richmond.
Da esquerda para direita, o ator Peter Fonda, o empresário José Lopes e ator Branscombe Richmond.

Foi em 1998, nos quilômetros da Rua 14 de Julho, que dezenas de motoqueiros a caráter mostraram força do que seria um dos maiores eventos já visto em Campo Grande, o Moto Road. O ronco dos motores e a presença de gente de vários lugares do mundo apresentou à cidade um novo estilo de vida, sob duas rodas.

Moto Road virou marca registrada e José Lopes Alencar, de 65 anos, é quem se orgulha de ser o dono dessa festa. "Sem falsa modéstia e nem estou querendo me gabar, mas há 20 anos lançamos o evento e ninguém, naquela época, sabia o que era isso", descreve José.

Ao longo dos anos, a cidade viu ícones como os artistas Peter Fonda, Branscombe Richmond e o show de John Kay & Steppenwolf. "Não foi nada fácil, foi um baita investimento, mas eu acreditava. Sou um apaixonado por moto e naquele tempo, o primeiro motoclube, o Feras do Pantanal, foi fundado na varanda da minha casa".

José mostra o álbum com 20 anos de história do evento.
José mostra o álbum com 20 anos de história do evento.

É só entrar no escritório de José, na Vila Progresso, para perceber que até hoje ele "respira" Moto Road. Na bancada estão álbuns, revistas, plano de negócios e recortes de todos os comentários já feitos em mídias sobre o evento. O produtor guarda tudo de maneira sistemática e sua organização permite contar a história do evento por onde passa.

A jaqueta que usa também é a mesma desde o primeiro Moto Road, ele também esperava usá-la neste ano, na 20ª realização do evento, que não aconteceu, embora sobrasse vontade no coração de José. Mas o financeiro não ajudou e o jeito foi adiar o sonho para 2019.

Ele garante que não está desiludido, prefere crer que "os melhores eventos no Brasil tomam proporções ainda maiores após 20 anos de trajetória". 

Ao longo desse caminho, se orgulha dos momentos marcantes, dentre eles, a vinda de artistas internacionais que nunca chegaram perto de Mato Grosso do Sul. José foi quem trouxe para Campo Grande, em 2004, a JohnKay e Steppenwolf. "Essa banda é um ícone que tocou nos 100 anos da Harley-Davidson um ano anterior. Depois de muita pesquisa eu não tive dúvida que precisava deles no Moto Road, foi um momento muito importante".

Recordação de José ao lado do músico John Kay e  sua banda Steppenwolf.
Recordação de José ao lado do músico John Kay e sua banda Steppenwolf.

Dois anos antes, em 2002, Campo Grande teve a sorte de receber Peter Fonda, considerado um ícone do motociclismo mundial desde que estrelou "Easy Rider" no final dos anos 60. Também marcou "Sem Destino, "Motoqueiro Fantasma" e "Os Indomáveis".

Das duas únicas vezes Jô Soares entrevistou alguém fora de sua bancada, uma delas foi em Campo Grande, no Hotel Jandaía, onde questionou Peter sobre quem era o maluco que tinha trazido ele para o calor de 35 graus que fazia em Mato Grosso do Sul naquele ano. "E tem mais, Peter não é cantor, mas ele se empolgou tanto que subiu ao palco e cantou".

Juntamente com Fonda veio o ator e músico norte-americano Branscombe Richmond, conhecido pela série de televisão "O Renegado, que foi recebido com um churrasco sul-mato-grossense. "No dia em que ele veio, fechei o Vermelho Grill e fiz um jantar de boas vindas para ele. Ele fez questão de ir até a churrasqueira ver aquele banquete", lembra.

José diz que Peter não se aguentou e subiu no palco para cantar ao lado de Branscombe.
José diz que Peter não se aguentou e subiu no palco para cantar ao lado de Branscombe.
John Kay e  Steppenwolf no palco.
John Kay e Steppenwolf no palco.
Branscombe comendo churrasco no Vermelho Grill.
Branscombe comendo churrasco no Vermelho Grill.

O Moto Road também já ganhou recorde do maior churrasco motociclístico do mundo e fez churrasqueiro da cidade preparar carne até para George W. Bush quando era presidente dos Estados Unidos. "O Arildo, que era especialista em churrasco, preparou carne para o Bush e o Lula quando, quando os presidentes se encontraram no Brasil. Coisas importantes que só aconteceram graças ao destaque no Moto Road, mas as vezes passa despercebido ", diz.

José diz que também já tentou viabilizar a vinda de Arnold Schwarzenegger, Steven Seagal e Jean-Claude Van Damme para Campo Grande. "Quando o Peter veio aqui, ele viu a dificuldade que é trazer uma atração internacional e me disse que quando eu quisesse trazer mais alguém, do meio artístico e que tivesse ligação com o motociclismo, as portas estavam abertas", diz.

Mesmo que nenhuma destas atrações tenham pisado em Campo Grande, José acredita que vai surpreender no próximo ano. "Tem uma nova versão do Moto Road chegando, esse ano não conseguimos, não foi um ano fácil, mas já estamos nos programando. Nada é impossível".

Na visão dele o que falta é investimento em eventos turísticos, que possa seduzir o visitante a ficar na cidade. "Grandes eventos pelo País dão certo e se fortalecem porque as pessoas conhecem e fazem questão de ficar na cidade. Nenhum evento trouxe tanto turista para Campo grande como o Moto Road e o que a gente precisa é isso, fazer um evento para que as pessoas possam ficar aqui. Mas para isso precisamos de grandes atrações".

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Foto mostra mais de 8 mil motociclistas na 14 de Julho, em uma das edições do Moto Road. (Foto: Roberto Higa)
Foto mostra mais de 8 mil motociclistas na 14 de Julho, em uma das edições do Moto Road. (Foto: Roberto Higa)
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