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Comportamento

Itamar mantém açougue aos moldes antigos, com fiado e simpatia na cadeira de fio

Na Rua 14 de Julho, mais interessante do que a compra, é ganhar um tempo conversando com o açougueiro

Thailla Torres | 20/02/2019 07:21
O sorriso que alguns clientes ganham batendo papo com o comerciante. (Foto: Kísie Ainoã)
O sorriso que alguns clientes ganham batendo papo com o comerciante. (Foto: Kísie Ainoã)

O lugar é simples, mas quem entra consegue achar de quase tudo no açougue de Itamar Alves de Matos, na Rua 14 de Julho, próximo a Feira Central. Com fachada branca e um enorme toldo azul, o lugar segue o mesmo ritmo há 42 anos. Sem muita tecnologia, mas simpatia de sobra.

O proprietário não sabe, nem de longe como foi parar nesse ramo, mas, rodeado de prateleiras que têm quase a mesma idade do lugar, ele conta sorrindo: “Se eu parar vou fazer o que? Nessa idade eu já não começo muita coisa. Aqui pelo menos eu garanto uma ida à praia por ano com a minha esposa”, diz contente.

Quando não está no balcão, ele fica na cadeira de fio. (Foto: Kísie Ainoã)
Quando não está no balcão, ele fica na cadeira de fio. (Foto: Kísie Ainoã)

Entrar no açougue “Universal” é lembrar dos comércios mais antigos, com azulejos pequenos, prateleiras antigas e, especialmente, por causa da simpatia do dono, contrário da grosseria farta relatada por clientes em outros comércios da cidade. “É meu jeito”, responde ao ser questionado sobre a simpatia.

“Aqui nessa região todo mundo é antigo, alguns já partiram e quem ficou não tem motivo pra tratar alguém diferente. Aqui é o asilo da alegria”, brinca.

Quando não está no balcão, a conversa rola solta na cadeira de fio e nos banquinhos que ele deixa na porta do açougue. Seja no dinheiro ou no fiado, por ali, se vende um pouquinho de tudo. Carnes, doces, frutas, verduras, materiais de limpezas e outros mantimentos. E os preços estão nas prateleiras, feitos à mão, pelo próprio Itamar.

No balcão nada de computador, Itamar diz que prefere os detalhes antigos como anotar tudo no caderno. (Foto: Kísie Ainoã)
No balcão nada de computador, Itamar diz que prefere os detalhes antigos como anotar tudo no caderno. (Foto: Kísie Ainoã)

Em cima do balcão o principal, nada de computador. “Algumas pessoas já perguntaram porque eu não automatizo tudo, mas sou do modelo antigo, prefiro escrever no caderno”, diz mostrando a caderneta onde só os clientes mais antigos têm direito a pendurar a compra.

Os dias começam às 7h da manhã e terminam às 18h, mas com uma pausa longa para o almoço. “Fecho 12h e só abro às 16h. Quem quiser comprar em outro lugar nesse horário, não tem problema, mas não abro mão desse descanso”, diz lembrando que este ano o projeto é conhecer as praias do Ceará.

Por isso, mais interessante do que a compra, é ganhar um tempo conversando seu Itamar na 14 de Julho, 3386, como se ali fosse a varanda de casa.

O Lado B chegou até o comerciante após sugestões de clientes que levam para casa a simpatia do dono. Conhece alguém merece ter sua história contada por aqui? Mande sua sugestão no Facebook, Instagram ou e-mail: ladob@news.com.br

Lembretes são feitos à mão pelo dono. (Foto: Kísie Ainoã)
Lembretes são feitos à mão pelo dono. (Foto: Kísie Ainoã)
Assim como os preços dos produtos. (Foto: Kísie Ainoã)
Assim como os preços dos produtos. (Foto: Kísie Ainoã)
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