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Comportamento

Lembra dos camelôs nas ruas? Veja como era o comércio no passado

Fotografias do Arca mostram faces desenvolvimento econômico em Campo Grande

Por Aletheya Alves | 29/02/2024 07:50
Rua Barão do Rio Branco com a presença de camelôs. (Foto: Arquivo/Arca)
Rua Barão do Rio Branco com a presença de camelôs. (Foto: Arquivo/Arca)

Conforme Campo Grande se desenvolvia economicamente, mudanças foram sendo adotadas na paisagem da Capital. Os camelôs que apareciam nas fotografias de ruas e o orgulho das frotas de carros de comerciantes ficaram no passado, mas, a partir dos registros ,o #TBT de hoje (29) é para relembrar como o comércio da cidade era no século passado.

Em 1998, o Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande) reuniu uma série de fotografias para ilustrar a evolução de Campo Grande no setor do comércio. Mas, antes mesmo do século XX chegar, a cidade já começava a receber algumas atividades comerciais e contava com primeiros negócios imobiliários.

No início do século, entre 1905 e 1920, o comércio era realmente tomado por vendas de posses de terras. De acordo com os registros, José Antonio Pereira comprou um roçado por 30 mil réis e deu início à primeira transação comercial no que se tornaria a vila de Santo Antonio de Campo Grande.

Por volta de 1912, a cidade tinha 200 casas de negócios com armazéns de fazendas, mercearias, tavernas e farmácias. Em setembro de 1914, Manoel Suarez e Irmãos registraram hotel na Praça Municipal, esquina com a Avenida Afonso Pena.

Entre 1920 e 1930, o maior centro comercial da cidade ficava no espaço entre a 26 de Agosto, Avenida Mato Grosso, Calógeras e 13 de Maio.

Arados com tração animal eram usados pelos pioneiros na produção agrícola (Foto: Arquivo/Arca)
Arados com tração animal eram usados pelos pioneiros na produção agrícola (Foto: Arquivo/Arca)
Matadouro Público ficava localizado na região da Rua Anhanduí. (Foto: Arquivo/Arca)
Matadouro Público ficava localizado na região da Rua Anhanduí. (Foto: Arquivo/Arca)
Na Rua 14 de Julho, as casas comerciais atendiam principalmente os fazendeiros em 1935. (Foto: Arquivo/Arca)
Na Rua 14 de Julho, as casas comerciais atendiam principalmente os fazendeiros em 1935. (Foto: Arquivo/Arca)
Registro da frota de veículos usados por comerciante na Rua 26 de Agosto. (Foto: Arquivo/Arca)
Registro da frota de veículos usados por comerciante na Rua 26 de Agosto. (Foto: Arquivo/Arca)

Nesse período, o destaque era para a participação das colônias sírio-libanesa, portuguesa, espanhola e italiana. “A maioria dos comerciantes dedicava-se à venda de secos e molhados, negociando tecidos, armarinhos, chapéus e perfumaria”, diz a publicação.

Exemplos citados pelo Arca são as empresas Augusto Wolfes no ramo de relojoaria, fotografia, comissões e consignações; além de José Passarelli na venda de artigos de escritório, jornais e livraria.

Durante a passagem entre 1930 e 1940, há um aumento no número de farmácias, padarias, comércio de gado e derivados. Referência de localização na cidade, o Matadouro Público foi registrado em 1934 por uma sociedade entre brasileiros e uruguaios.

No final da década, a cidade contava com a venda de diamantes entre Mato Grosso e Rio de Janeiro. Outro exemplo do setor econômico é o Hotel Colombo em 1936 com bar, restaurante e comércio em geral.

Na década de 1950, os edifícios São Felipe e Kondorfer eram referências comerciais. (Foto: Arquivo/Arca)
Na década de 1950, os edifícios São Felipe e Kondorfer eram referências comerciais. (Foto: Arquivo/Arca)
Esquina da Dom Aquino e 14 de Julho já era região comercial importante. (Foto: Elio Taveira/Arca)
Esquina da Dom Aquino e 14 de Julho já era região comercial importante. (Foto: Elio Taveira/Arca)
Clientes no Mercadão Municipal, que continua sendo um dos pontos principais da cidade. (Foto: Arquivo/Arca)
Clientes no Mercadão Municipal, que continua sendo um dos pontos principais da cidade. (Foto: Arquivo/Arca)

“Em 1947, a indústria tinha 244 estabelecimentos e o comércio atingia 665 empresas. Em 1949, havia 600 telefones instalados. Em 1950, o município já se destacava concentrando 16,3% do total das empresas comerciais do Estado”, descreve o Arca.

Foi nesse período, em 1949, que as Casas Pernambucanas chegavam a Campo Grande. Na década de 1950, Campo Grande recebia investimentos de comerciantes de São Paulo e do Rio de Janeiro. E um fator curioso é que as mulheres apenas abriam os comércios autorizadas pelos seus maridos, conforme cláusula em contratos.

Com a chegada de 1960, a cidade contava com 16 bancos, 1545 estabelecimentos comerciais e 295 indústrias. Falando dos dez anos seguintes, o destaque era para a soja e criação de gado. “Incrementava-se o setor de turismo e transporte sendo que o final da década marcava o início de um surto desenvolvimentista motivado pela divisão do Estado em 1977”.

Nas duas décadas finais do século, o destaque era para o aumento no comércio varejista e atacadista de supermercados. “Em 1996, o município tinha 720 estabelecimentos atacadistas, 251 deles no ramo alimentício. No comércio varejista, 33% das 8.200 empresas também eram do setor de alimentação. Na sequÊncia, aparecia o comércio de vestuário e usos diversos, com 1764 e cerca de 1 mil estabelecimentos comercializavam veículos, peças e acessórios”.

E, completando o século, as cenas de camelôs nas ruas da cidade se espalhavam tanto ao ponto de que um espaço apenas para os vendedores foi criado. Fechando a década de 1990, em 1998, o Camelódromo foi inaugurado.

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