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Comportamento

Na correria do dia a dia, dá tempo de enxergar com os “olhos do coração”?

Na esquina da Rua Alegria, copa de árvore em formato de coração quase não é percebida por muita gente

Danielle Valentim | 19/05/2019 07:35
E você, acha que o formato da copa lembra um coração, ou o leitor que enviou a sugestão anda apaixonado? (Foto: Paulo Francis)
E você, acha que o formato da copa lembra um coração, ou o leitor que enviou a sugestão anda apaixonado? (Foto: Paulo Francis)
Imagem contra luz no nascer do sol. (Foto: Ronie Cruz)
Imagem contra luz no nascer do sol. (Foto: Ronie Cruz)

O Lado B recebeu a foto de uma árvore da espécie tarumã, gênero Vitex cymosa, localizada na esquina da Rua Alegria, na Vila Albuquerque, em que a copa lembra o formato de um coração. A correria do dia a dia muitas vezes impede que os olhos capturem detalhes pelo caminho e para conferir de perto, a reportagem foi ao endereço para saber se quem passa pelo local também percebe esse presente da natureza.

Para quem segue pela Avenida Senador Antônio Mendes Canale no sentido bairro/centro a imagem fica mais nítida, mas mesmo assim teve gente que só enxergou depois que a reportagem apontou a semelhança.

A dona de casa Tina Alves, de 60 anos, mora com a filha em um condomínio próximo e admite ter visto o formato há algum tempo. “Moro na região com a minha filha há dois anos e vi que lembrava um coração. Mas tem que estar disposto a fazer a comparação, nem todo mundo vê”, disse.

A região tem grande circulação de carros, mas tem poucas casas. Quem passa por ali sempre está de passagem, indo ou voltando de algum lugar. E, claro, com pressa.

Mas até quem para em frente a estrutura natural tem dificuldade de admirá-la. O vendedor Aparecido Nunes Machado, de 48 anos, vende capas para banco de carros há dois anos, bem em frente à árvore. Ele defende que parar conseguir fazer tudo, o dia teria de ter 30 e não 24 horas.

Aparecido diz que parar conseguir fazer tudo, o dia teria de ter 30 e não 24 horas. (Foto: Paulo Francis)
Aparecido diz que parar conseguir fazer tudo, o dia teria de ter 30 e não 24 horas. (Foto: Paulo Francis)
Vendedor de água de coco, João Batista, de 42 anos, arrisca dizer que a falta de tempo para ver as coisas simples da vida é culpa das próprias pessoas, (Foto: Paulo Francis)
Vendedor de água de coco, João Batista, de 42 anos, arrisca dizer que a falta de tempo para ver as coisas simples da vida é culpa das próprias pessoas, (Foto: Paulo Francis)

“A vida é assim, só com 30 horas para fazer tudo. Olha meu exemplo, sempre aqui e não sobra tempo para eu admirar a natureza. Mas ainda acho que para desacelerar temos que fazer pelo menos uma vez o que a gente gosta, eu gosto de ir pescar no Rio Miranda. Só na beira do rio consigo relaxar e passar bastante tempo admirando”, disse.

Já o vendedor de água de coco, João Batista, de 42 anos, arrisca dizer que a falta de tempo para ver as coisas simples da vida e que são dadas de graça são culpa das próprias pessoas.

“A gente acorda pensando no outro dia. Mas a culpa é nossa, da nossa mente, quanto mais pensamos no estresse, mais estressados ficamos. Perdemos coisas como essa árvore. Eu também gosto de pescar. Quando vou para o rio desacelero, mas quando entro na cidade já penso: voltei para a prova”, brinca.

A balconista Daniele Leite Calixto, de 37 anos, admitiu que só percebeu depois de parar para olhar. (Foto: Paulo Francis)
A balconista Daniele Leite Calixto, de 37 anos, admitiu que só percebeu depois de parar para olhar. (Foto: Paulo Francis)
Sushiman Victor Vinícius, de 26 anos, ficou bem surpreendido já que é morador do bairro há 20 anos. (Foto: Paulo Francis)
Sushiman Victor Vinícius, de 26 anos, ficou bem surpreendido já que é morador do bairro há 20 anos. (Foto: Paulo Francis)

A balconista Daniele Leite Calixto, de 37 anos, admitiu que só percebeu depois de parar para olhar. Morando há quatro anos na região nunca tinha prestado a atenção. “Eu passo aqui todos os dias há dois anos e nunca percebi. A gente vive acelerado. Sai do serviço e tem mais serviço em casa. A vida da gente anda muito corrida. Mas é linda”, disse.

O sushiman Victor Vinícius, de 26 anos, ficou bem surpreendido já que é morador do bairro há 20 anos. “Nossa vida é corrida demais. Nunca tinha olhado para cima”, frisou.

A estudante Lívia Soares, de 20 anos, é novata no bairro mora por ali há cinco meses. Ele pontua que a culpa de nunca termos tempos é porque não existe uma fórmula para desacelerar. “Estou há aqui há alguns meses passo sempre aqui e nunca vi, olha aí”, disse.

O mais incrível é que a vegetação da copa acompanha cada mudança de estação. As folhas mudam de cor e tambem caem todas na época do outubro. Uma obra natural para se admirar de graça.

 mais interessante é que a copa acompanha as estações. Olha esse registro em 2016 (Foto: Ronie Cruz)
mais interessante é que a copa acompanha as estações. Olha esse registro em 2016 (Foto: Ronie Cruz)
Nesse outro click ela surge sem folhas. (Foto: Ronie Cruz)
Nesse outro click ela surge sem folhas. (Foto: Ronie Cruz)

A árvore fica na Esquina da Rua Alegria com a Avenida Senador Antônio Mendes Canale, pertinho da rotária da Coca-Cola.

E você, acha que o formato da copa lembra um coração, ou o leitor que enviou a sugestão anda apaixonado?

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Belíssima em mais uma mudança de estação. (Foto: Ronie Cruz)
Belíssima em mais uma mudança de estação. (Foto: Ronie Cruz)
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