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Comportamento

Na esperança de Nina voltar, Leonardo fica no portão chamando pela cachorra

Aos 13 anos, ele é especial, tem paralisia cerebral e com a ajuda de Nina enfrentava a depressão

Alana Portela | 13/08/2019 20:07
Leonardo José Farias dos Santos esperando no portão (Foto: Kisie Ainoã)
Leonardo José Farias dos Santos esperando no portão (Foto: Kisie Ainoã)

Na esperança que Nina volte, Leonardo José Farias dos Santos passa o dia em frente ao portão da casa onde mora, no bairro Universitário em Campo Grande. Aos 13 anos, ele é um menino especial, tem paralisia cerebral e ganhou a cachorrinha da raça lhasa apso para ajudá-lo a enfrentar a depressão. “Estava conseguindo andar, mas não deu certo. Ficou deprimido, não queria fazer mais nada. A chegada dela o reanimou”, contou a mãe, Grazianny Farias Rezende, 38 anos.

Leonardo é um menino tranquilo, vive na cadeira de rodas. Quando Nina entrou em sua vida, as coisas melhoraram e ele até pode parar de tomar o antidepressivo. Não demorou muito para se adaptarem um com o outro, e a cachorra, com um ano e meio, encheu o dono de amor e carinho.

“Ela era muito brava porque sofreu maus-tratos do dono anterior à vizinha que a doou. Mas, dele, a cachorra gosta. Dormiam juntos e a Nina até deitava embaixo da cadeira dele”, disse Grazianny.

Nina é da raça Ihasa Apso e tem os pelos brancos (Foto: Arquivo pessoal)
Nina é da raça Ihasa Apso e tem os pelos brancos (Foto: Arquivo pessoal)

Nina chegou em abril, no entanto, na metade do mês de julho, desapareceu após Grazianny e Leonardo viajarem para São Paulo. “Meu filho está com suspeita de distrofia muscular, tivemos que fazer exames”, falou a mãe.

A cachorra tinha ficado para cuidar da casa e Grazianny deixou o outro filho, de 15 anos, como responsável por colocar água e comida para Nina. “Ele vinha todos os dias para alimentá-la, mas acho que deve ter esquecido o portão aberto”. Para Grazianny, o animal fugiu para procurar Leonardo. “Creio que sentiu a falta dele e saiu para procurá-lo”, completou.

Mãe e filho retornaram de São Paulo no dia 6 de agosto. Desde que pisou na casa, o garoto chama pela amiguinha. “Foi um desespero total. Disse que estamos atrás dela, mas ficou chorando e a noite até sonhou com ela”.

No dia seguinte, Leonardo acordou cedo para esperar Nina na frente do portão. “Está essa batalha atrás dela. Ele já teve febre, não está conseguindo dormir direito. Fica no portão chamando por ela. Vou agendar uma consulta com o especialista para ver se vai precisar voltar a tomar os antidepressivos. Está chorando por qualquer coisa”.

Grazianny Farias Rezende contou sobre o apego do filho pelo cachorro (Foto: Kisie Ainoã)
Grazianny Farias Rezende contou sobre o apego do filho pelo cachorro (Foto: Kisie Ainoã)

Já são duas mudanças bruscas na vida na vida dela. “A primeira foi terem tirado a professora que o ajudava e que ele gostava muito da escola e agora a Nina”. No desespero para encontrar a cachorra, Grazianny publicou fotos de Nina no Facebook e pediu ajuda dos usuários.

O sofrimento de Leonardo comoveu tanto as pessoas, que ele até ganhou uma nova cachorrinha. “Da mesma raça, mas ainda quer esperar a Nina, pra quando ela voltar não achar que tinha trocada”.

Em outubro, ele e a mãe devem viajar novamente para São Paulo, para continuar os exames e ver o diagnóstico. No entanto, Leonardo está com receio de ir sem antes achar sua amiguinha. “Mas a gente precisa saber o resultado porque se for distrofia muscular tem que cuidar”, afirmou Grazianny.

Quem tiver informações sobre o paradeiro de Nina pode ligar no número (67) 9 9347-0874.

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