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Comportamento

Na festa de Esdras, crianças experimentaram brincando como é ter uma deficiência

Thailla Torres | 13/03/2017 09:40
Festa de Esdras foi um exemplo de solidariedade e aprendizado. (Foto: André Bittar)
Festa de Esdras foi um exemplo de solidariedade e aprendizado. (Foto: André Bittar)

Esdras, de 3 anos, veio ao mundo para ensinar. E o sorriso dos pais Bruno e Celina não deixa dúvidas sobre isso. Para comemorar o aniversário do filho, os dois preparam uma festa infantil que, além de muita brincadeira, foi de aprendizado.

No lugar do super-herói que voa, o convitinho trazia uma criança na cadeira de rodas. Tema escolhido pelos pais diante da limitação motora de Esdras, por conta de um problema logo nos primeiros dias de vida.

A festa teve pula pula, esconde esconde, histórias e muita alegria. Mas todo mundo levou uma lição humana para casa.

Decoração da festa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Decoração da festa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Crianças brincam com braços para trás. (Foto: Arquivo Pessoal)
Crianças brincam com braços para trás. (Foto: Arquivo Pessoal)

Durante o aniversário, que foi beneficente para pagar as despesas no tratamento de Esdras, as crianças participaram de uma oficina de artesanato, de um jeito simples, mas diferente. Com olhos vendados e um dos braços colocado para trás, cada um aprendeu a fazer um foguetinho de papel crepom, como se tivesse uma deficiência física.

"A proposta é inclusão, a ideia é que as crianças tenham o entendimento de como é a realidade de pessoas com deficiência. Também pode servir de incentivo para outras mães que tem um filho especial e as vezes fica na dúvida de como vai ser a festinha de aniversário", explica a mãe, Celina Eveline Silva Miranda, 31 anos.

Esdras chegou ao mundo de parto normal após uma gestação tranquila, conta. Mas no 17º dia de vida, precisou ser internado por conta de uma pneumonia, seguida de convulsões. "Ele chegou a ter uma convulsão de meia hora e passou a tomar remédio controlado", inicia a história, Celina.

Missionária, mãe acredita que Esdras veio ao mundo para ensinar. (Foto: André Bittar)
Missionária, mãe acredita que Esdras veio ao mundo para ensinar. (Foto: André Bittar)

Foram 10 meses de exames e tentativas para descobrir o que acontecia com o filho. "Aos 10 meses veio o laudo de paralisia cerebral. A gente estava naquela angústia de saber o que ele tinha. A médica nos explicou, que conforme ele fosse crescendo, seria possível observar quais seriam as limitações dele", recorda.

No primeiro ano de vida, o menino não se movimentava e passou a fazer fisioterapia. Também foi diagnosticado com grau elevado de miopia e astigmatismo. "Vimos que a parte motora dele foi totalmente comprometida. Ele não senta e nem anda. Por isso, hoje, seguimos uma agenda cheia com fisioterapia, fonoaudióloga, equoterapia, hidroterapia e terapia ocupacional", descreve.

Esdras é um sonho realizado dos pais que, unidos pela fé, decidiram largar o modo de vida convencional para serem missionários. Por isso, tiveram apoio e reuniram forças diante do diagnóstico.

"Fizemos vários exames e demorou para o resultado final. Parece até loucura dizer isso, mas quando soubemos da paralisia, foi um alívio, porque, enfim soubemos o que ele tinha e foi importante para iniciar o tratamento. É claro que, entramos em um mundo desconhecido, mas contamos com a ajuda de muito gente. Com o tempo a gente também se incluiu no mundo do Esdras", declara, Celina.

Agora a felicidade e o coração dos pais, batem forte mais uma vez. Há quatro meses, Celina descobriu que está grávida de gêmeos. "Por sermos cristãos e missionários, temos um ritmo de viver um dia após o outro. E mesmo diante de todas essas circunstâncias, a gente sabe que temos Deus ao nosso lado e só temos a agradecer".

Família completa e feliz. (Foto: André Bittar)
Família completa e feliz. (Foto: André Bittar)

Sobre ser mãe novamente, ela acredita que nada é por acaso. "Deus me escolheu para ser mãe de um filho especial e agora de gêmeos. Sou muito feliz por isso, porque a certeza é que Ele vai continuar cuidando da gente".

Surpresos com o desenvolvimento de Esdras, cada evolução é comemorada com todo amor. "Até um ano ele não fazia nada. Então a primeira vez quer ele pegou em um objeto e levantou a mão como se estivesse tentando dar um tchau, foi muita alegria".

No primeiro ano de vida, o dinheiro arrecadado com a festa foi para comprar um carro e ajudar na locomoção de Esdras no tratamento. Esse ano, o dinheiro vai ajudar o filho e a chegada dos gêmeos. E toda ação é detalhada em uma página do Facebook, criada para acompanhar o caminho do filho desde pequeno. "Vivemos em missão e agora muita gente nos ajuda também. Então lá na página as pessoas conhecem um pouco da nossa história e somos muito transparentes com todos que nos ajudam", explica.

Quem quiser ajudar ou acompanhar o crescimento de Esdras, pode curtir a fanpage dele no Facebook.

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O sorriso de Esdras. (Foto: André Bittar)
O sorriso de Esdras. (Foto: André Bittar)
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