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Comportamento

No hall dos jingles “chiclete”, ninguém esquece o telefone da Casa das Tintas

Casa das Tintas, Sertão ou JV Tubos? Qual propaganda chiclete você não esquece?

Paula Maciulevicius | 12/11/2019 08:42
Fachada do estabelecimento que foi dono do jingle 325-3030. (Foto: Kísie Ainoã)
Fachada do estabelecimento que foi dono do jingle 325-3030. (Foto: Kísie Ainoã)

"325-3030, o telefone da Casa das Tintas"
"325-3030, o telefone da Casa das Tintas"
"325-3030, o telefone da Casa das Tintas"

Campo-grandense raiz já deve ter cantarolado alguma vez na vida o jingle da Casa das Tintas. A propaganda que tocava no rádio é tão antiga que na primeira versão ainda era "725-3030, o telefone da Casa das Tintas", com o prefixo "7" dos telefones da década de 90.

Indo atrás da história, no automático a gente liga para o número. No entanto, do outro lado quem atende é a assistência autorizada da Brastemp e Consul em Campo Grande. O atendente, sem graça, dá uma risadinha, e confirma que ainda recebe muito telefonema de cliente procurando tinta em vez de conserto de eletrodoméstico.

A propaganda foi feita em Mato Grosso, onde o grupo dono da Casa das Tintas concentra as empresas. "Isso foi feito em uma agência de Cuiabá, é muito antigo, sabe?", conta o funcionário com mais tempo de casa, Neemias Cantos, de 33 anos. Se não lhe falhe a memória, o jingle circulou entre os anos 1998 e 1999, quando a empresa do grupo abriu uma unidade na Capital, mas ao contrário do que a gente pensa, não circulou por muito tempo. Deixando de ser tocado nos anos 2000, depois que os donos resolveram fechar aqui e investir no comércio em Mato Grosso e Goiás.

"Já existia esse jingle de Cuiabá, e como muitos moradores daqui são de lá, acho que isso ajudou a ficar bem forte mesmo", atribui Neemias. Tanto para Campo Grande quanto para Cuiabá, o jingle era o mesmo, só mudava o prefixo para cada estado.

No entanto, para quem entende de publicidade, o jingle deu certo por si só. Professora do curso de Publicidade e Propaganda da UCDB, Cláudia Ruas, explica que no século XX, o início da propaganda no Brasil foi com as rádios, através dos spots - propagandas faladas - e dos jingles, que são as cantadas. "Naquela época não tinha faculdade de publicidade nem redatores. Quem sabia escrever bem eram apenas os poetas. Não era uma técnica com estudo aprofundado, eles só escreviam assim porque era a única forma que sabiam", contextualiza.

Segundo a professora, quando os donos de agências, vindos dos Estados Unidos, começaram a descobrir que toda propaganda feita em cima de rimas sobressaíam as vendas, começaram a pedir sempre dessa forma. "E até hoje nós usamos essa técnica que surgiu no início do século XX", resume Cláudia.

Apesar de ter grudado na memória, como a Casa das Tintas passou anos fechada e só voltou a abrir as portas ano passado, perdeu o "domínio" em cima do número. O que justifica a ligação cair na Central Service, a autorizada.

Propagandas carregam até hoje, como slogan, o jingle "tá tudo certo, tá tudo Sertão. (Arquivo)
Propagandas carregam até hoje, como slogan, o jingle "tá tudo certo, tá tudo Sertão. (Arquivo)

Também com número de telefone no jingle, a "baladinha" como prefere assim chamar o dono do Áquila FastFood, até hoje tem quem saiba de cor onde ligar para pedir um lanche. Ao telefone, Paulo de Melo, cantarola "vou lhe dar ma dica, Áquila FastFood... Para você saborear e comer bem, Áquila FastFood, 3321-4234, 3321-4234 seu lanche como você imaginar".

"Foram muitos anos no ar, deve ter trabalhando uns 15 anos. Era 721, depois fez adaptação para 321 e 3321", conta Paulo. A propaganda, feita à época pela Macarena, acompanhou toda evolução de prefixos de telefone do País.  

No ar até hoje, tanto no rádio como em propagandas de TV e impressas, "Tá tudo certo, tá tudo Sertão" foi o primeiro jingle do publicitário Liu Ferrari. Há seis anos ele trocou Mato Grosso do Sul por São Paulo, mas até os filhos seguem cantando a musiquinha. Veiculado desde setembro de 2003, à época a propaganda era para marcar um novo campo de atuação da empresa, no ramo da construção.

"Máquina e equipamento agrícola era o forte dela, nós usávamos um posicionamento de mercado para agrocenter, e veio a ideia de organizar a marca. Tirar o Sertão do sertanejo e transmitir para uma linha urbana. Aí veio o insight de transformar num cumprimento e numa resposta: 'tá tudo certo? Tá tudo Sertão'", recorda Liu.

Liu atribui o sucesso da criação a duas questões, a primeira foi de ter conectado o slogan com a marca, já que o nome da marca sai na própria chamada e a própria expressão: 'tá tudo certo?' usada para perguntar se está tudo bem. "Você escuta e já remete à marca Sertão, até mesmo em uma situação que não tem nada a ver", brinca Liu. 

Numa conversa rápida na redação e também nas redes sociais, tem outro jingle que não sai da cabeça... E olha que ele é dos grandes:

"Geradores, motobombas, compressores
Forno, fogão à lenha e churrasqueiras,
louças sanitárias, banheiras e metais,
válvulas, tubos e conexões,
portas, janelas e forro de PVC da Tigre.
Acabamento em construção civil,
indústria, irrigação, saneamento.
JV Tubos e acabamentos".

E para você? Que propaganda não sai da cabeça do campo-grandense?

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