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Comportamento

Para ter algo feito pelas próprias mãos, noiva enche decoração de origamis

Paula Maciulevicius | 11/01/2016 06:23
Borboletas em origami, decoração da festa feita pela noiva. (Foto: Wilson Jr)
Borboletas em origami, decoração da festa feita pela noiva. (Foto: Wilson Jr)

Os sete meses de organização do casamento passaram-se pelos dedos de Maura, do noivo e de toda família. A arte de fazer origami, aprendida na infância, a levou até o altar, depois de 1 ano e 10 meses, junto de Vanderlei. Paciente e delicada, ela conseguiu fazer praticamente toda a decoração, do buquê até a mesa de doces da festa.

Apesar de não ter os traços no rosto, Maura tem o sangue nipônico. Bisneta de japonês, foi uma tia que ensinou para a irmã que passou a técnica à ela, ainda criança. As duas chegaram a fazer encomendas de arranjos e flores e até faziam brincos de origamis.

A todo vapor, Maura fazendo as dobraduras em casa. (Foto: Arquivo Pessoal)
A todo vapor, Maura fazendo as dobraduras em casa. (Foto: Arquivo Pessoal)

De início, a dobradura que era hobby e lazer passou a ser trabalho profissional, mas ficou de lado quando Maura se formou em Arquitetura. "Quando resolvi me casar, a primeira coisa que eu e minha irmã pensamos era que tinha que ter algo feito pelas nossas mãos. Era para fazer uma coisinha ou outra, mas acabamos fazendo praticamente tudo", conta Maura Ishy Candia, de 27 anos.

Ela e o noivo se conheceram em 2011, no grupo de oração da paróquia onde frequentavam. Primeiro se tornaram amigos, para então começarem a namorar, em 2014.

Era natural que a noiva colocasse um pouco de si no casamento, mas a medida em que ia pesquisando, novas ideias surgiram até que ela fechou o número de dois mil origamis. "Era só o buquê que eu queria, mas aí foram os arranjos do centro de mesas, uma cascata, borboletas penduradas no salão, detalhes nos bancos da igreja, coroa e buquê das daminhas e a lapela dos pais e padrinhos..." enumera.

Noivo também entrou no mutirão para terminar origamis. (Foto: Arquivo Pessoal)
Noivo também entrou no mutirão para terminar origamis. (Foto: Arquivo Pessoal)
Em caixas, dobraduras eram mais de 2 mil. (Foto: Arquivo Pessoal)
Em caixas, dobraduras eram mais de 2 mil. (Foto: Arquivo Pessoal)

Às vésperas da data, mutirões eram realizados na casa da noiva, incluindo a irmã, a sogra dela, primos, amigos e o noivo, que até então, desconhecia a prática da técnica. Na semana do casamento, com a ansiedade batendo à porta, Maura ainda conseguia se concentrar para terminar a decoração. "Tinha horas que me dava uma tranquilidade enorme, eu relaxava um pouco", brinca.

A força-tarefa que envolvia os mais próximos, também deixou noivos e convidados mais unidos. Para conseguir concluir tudo a tempo, Maura colocava metas, de que até tal data, precisava ter tantos origamis para aquela parte da decoração.

Detalhe dos bancos da igreja também saíram das mãos de Maura. (Foto: Wilson Jr)
Detalhe dos bancos da igreja também saíram das mãos de Maura. (Foto: Wilson Jr)
Buquê da noiva, pura ternura. (Foto: Wilson Jr)
Buquê da noiva, pura ternura. (Foto: Wilson Jr)
Cascata de borboletas ao fundo do casal. (Foto: Wilson Jr)
Cascata de borboletas ao fundo do casal. (Foto: Wilson Jr)
Mesa de doces também trazia um pouco de Maura nos origamis. (Foto: Wilson Jr)
Mesa de doces também trazia um pouco de Maura nos origamis. (Foto: Wilson Jr)

No dia anterior ao casamento, a noiva entregou as caixas de origamis nas mãos da decoradora e da cerimonialista para a montagem, com a sensação de "dever cumprido" e um sentimento a mais: de que o casamento passou pelas mãos dela antes que a aliança mudasse de dedo.

"Não ficou só naquele momento, desde meses atrás eu já vinha preparando, fiz tudo com muito carinho, o que me dá outra sensação, de ter cuidado de tudo", resume.

A reação dos convidados, foi a de levar um pouquinho do casamento, para casa. "Eles gostaram bastante, tive um retorno muito positivo. Todo mundo comentou que viu que estava a minha cara e elogiaram por eu ter dedicado um tempo".

Fazer os origamis foi a forma de Maura expressar o carinho para as pessoas que estariam ali, testemunhando um dos dias mais importante da vida do casal. E apesar de viver, em certos momentos, a tensão e o medo de não dar conta, Maura descreve que quando se sentava para dobrar, vivia uma terapia.

"Esquecia da preocupação e sentia todo meu carinho e cuidado sendo materializado para o dia do nosso matrimônio, e essa dedicação me fez curtir muito esse momento tão único das nossas vidas. Faz muita diferença a noiva por a mão na massa, imprimir na celebração desse dia o seu jeito, é uma forma de concretizar o sentimento, o carinho e o cuidado", finaliza.

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Lapela do noivo, feita pelas mãos da futura esposa. (Foto: Wilson Jr)
Lapela do noivo, feita pelas mãos da futura esposa. (Foto: Wilson Jr)
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