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Comportamento

Por uma boa causa, veterinário Lucas comprou Tupi, corujinha de três meses

Animal vive com o veterinário por uma boa causa, um projeto de conscientização sobre tráfico animal

Thaís Pimenta | 02/11/2018 08:12
Lucas e Tupi criaram uma relação próxima e o ''pai humano'' da coruja sabe identificar o comportamento da ave. (Foto: Paulo Francis)
Lucas e Tupi criaram uma relação próxima e o ''pai humano'' da coruja sabe identificar o comportamento da ave. (Foto: Paulo Francis)

Os pottermaníacos ficariam malucos com o animal de estimação do veterinário Lucas Azuaga, de 30 anos. Tupi, uma linda coruja da espécie Tyto alba, conhecida popularmente pelo nome de Suindara, encanta os convidados que chegam na casa de Lucas.

Curiosa, ela entorta o pescoço tentando entender quem são os visitantes que chegaram no local que hoje é sua casa. Tupi nasceu no Paraná, em um criadouro 100% legalizado, tem todos os documentos de autorização do Ibama e mora com o veterinário há cerca de 2 meses. Chegou em Campo Grande de avião, com 30 dias de vida e hoje completa 3 meses.

Lucas comprou Tupi justamente pela profissão. Professor na Uniderp, ele desenvolve um projeto chamado Gepeas (Grupo de Estudo e Pesquisa de Animais Silvestres) e, junto dela, por meio de visitas, pretende alertar estudantes do meio acadêmico e de escolas públicas da Capital para o tráfico de animais, para a preservação do meio ambiente, trazendo consciência e educação ambiental.

A ave é conhecida popularmente por Suindara e, mesmo parecendo mais velha, tem apenas 3 meses de vida. (Foto: Paulo Francis)
A ave é conhecida popularmente por Suindara e, mesmo parecendo mais velha, tem apenas 3 meses de vida. (Foto: Paulo Francis)

"O comércio de animais silvestres é a terceira atividade criminosa mais lucrativa do mundo, ficando atrás apenas do tráfico de drogas e de armas. Quem nunca conheceu alguém que tenha um papagaio? Infelizmente, eles são fruto de uma atividade ilegal, passível de detenção", explica.

Mas tomar a decisão de adotar um animal silvestre além de pesar no bolso exige uma série de cuidados especiais. Tupi, por exemplo, precisa passear todos os dias ao lado do pai humano para gastar energia. Em fase de treinamento, é nestes momentos que Lucas ensina comandos para, no futuro, poder mantê-la em casa sem uma cordinha que a mantem na área interna. 

Uma extensa cordinha não deixa Tupi sair de casa mas, ao mesmo tempo, dá acesso pra que ela vá a todos os cômodos, com total segurança. ''Ela está solta dentro de casa''. Com uma luva, pouco a pouco Tupi entende os comandos, feitos por meio de assovios, como para um animal de estimação comum. 

A coruja também aprende os momentos de comer, sabe quando Lucas está lhe chamando e, desta forma, a intenção é que depois ela não precise nem mesmo da cordinha. 

Em cada ambiente um puleiro foi instalado. É nestes cantinhos que ela gosta de dormir e é onde também faz as necessidades fisiológicas. Além do puleiro ela curte bastante a porta de entrada da casa e se confunde facilmente com um ornamento do ambiente. 

(Foto: Paulo Francis)
(Foto: Paulo Francis)

Cuidar de Tupi exige tempo mas Lucas diz que ambos estão felizes juntos. Todos os dias, se não forem para um parque, vão para a chácara da família. ''Ela, assim como um cachorro, por exemplo, precisa se exercitar, precisa do contato com a natureza. Por ser um animal domesticado ela não sobrevive mais sozinha em seu habitat natural mas mesmo assim precisa deste contato''.

Vegetariano, Lucas brinca que sua parte de carne vai para a coruja, que se alimenta com pequenos pedaços de frango. ''Sua presa natural são os ratos mas não existe necessidade de alimentá-la desta maneira em casa''.

Enquanto Lucas estuda e entende o jeito de Tupi, ela parece fazer o mesmo com o dono. Uma ligação de afeto une os dois, e isso fica claro quando ela faz questão de se aconchegar no ombro do pai e dar suaves bicadinhas.

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Os puleiros instalados em cada cômodo para que Tupi se sinta mais confortável em casa. (foto: Paulo Francis)
Os puleiros instalados em cada cômodo para que Tupi se sinta mais confortável em casa. (foto: Paulo Francis)
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