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Comportamento

Propaganda escrita à mão retribui gentileza de taxista que não cobrou corrida

Paula Maciulevicius | 18/05/2016 06:10
Claro que a iniciativa além de deixar as passageiras boquiabertas, ganhou as redes sociais.
Claro que a iniciativa além de deixar as passageiras boquiabertas, ganhou as redes sociais.

Surpresas boas merecem ser compartilhadas. Na tarde de segunda-feira, uma confusão nas linhas de ônibus fez Michelle e a mãe, dona Ivanilda, descerem no ponto errado. A intenção era chegar até a entrada do Shopping Norte Sul Plaza, mas o coletivo descia no meio do bairro. Por azar, as duas não tinham levado guarda-chuva e bem na hora a água começou a cair. Enquanto elas só pensaram em chamar um táxi, seu Ramão passou, parou, deu ré e as levou até a porta do shopping e mais: sem cobrar nada por isso.

Claro que a iniciativa além de deixar as passageiras boquiabertas, ganhou as redes sociais. No Facebook, Michelle que é publicitária de formação, mas viajante de alma, compartilhou dizendo que em Campo Grande, ainda há razões para acreditar na humanidade.

"Hoje a tarde fui ao shopping com minha mãe e pegamos um ônibus errado, descemos um pouco longe e começou a chuviscar. Minha mãe começou a reclamar que eu tinha dito pra não levar sombrinha e que ia ficar doente e lá lá lá. Quando vi um táxi e perguntei, quer pegar? O taxista parou um pouco a frente e entramos. Disse a ele o que tinha acontecido, fomos conversando, ele nos deixou no estacionamento embaixo da parte coberta para não tomarmos mais chuva e surpresa - não cobrou a corrida - foi carona, camaradagem, gentileza. Sim, ainda há amor em Campo Grande e razões para acreditar".

Junto da carona, seu Ramão deixou o telefone para quando as duas precisarem. À Michelle, ele disse que faz isso de costume, dá seu número no verso das propagandas que pega nos semáforos. "Minha mãe estava meio gripada e ia ficar doente de novo. Quando ele parou, a gente entrou como se fosse pagar. Desci e perguntei: quanto é? Ele falou, nada..." conta Michelle Cristina da Silva, de 37 anos. 

O fato surpreendeu até quem é acostumada a pegar carona. Michelle viaja o País assim, mas fala que não é comum ter quem ofereça espontaneamente. "Achei bacana e como ele me deu o telefone, pensei de fazer propaganda. Foi uma gentileza dele, não houve nenhuma má intenção", ressalta. 

Na porta onde o taxista as deixou, as duas deram de cara com a loja que precisavam fazer a troca do sapato. "São razões para acreditar, ainda mais que tem essa coisa de que o campo-grandense é muito fechado e isso serve para quebrar esses paradigmas", avalia Michelle. 

Ramão Carlos tem 52 anos de idade e 23 de trabalho como taxista. Entrou no volante de corpo e alma por gostar de dirigir e se adaptar rápido à profissão. Na tarde de segunda, o que ele viu era uma senhorinha junto da filha andando na chuva e quis ajudar.

"Toda vida ajudei gente no trânsito. Freguês meu até acha que eu não sou campo-grandense, porque o povo aqui não é de ajudar ninguém, mas ajudo todo mundo", diz. Ao longo da carreira, seu Ramão conta que fez sete cursos na área de motorista e em cada um deles aprende um pouquinho mais. 

Os telefones são esses aí acima, ele trabalha durante o dia, no Centro da cidade. 

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