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Comportamento

Prova de que todo mundo só sai pra comer são 514 novos restaurantes este ano

Paula Maciulevicius | 16/09/2015 06:23
Só de janeiro a agosto deste ano foram 514 novos estabelecimentos no ramo de alimentação abertos na Capital. (Foto: Arquivo/Fernando Antunes)
Só de janeiro a agosto deste ano foram 514 novos estabelecimentos no ramo de alimentação abertos na Capital. (Foto: Arquivo/Fernando Antunes)

A atração do final de semana em Campo Grande é a comida. Em volta da mesa do bar, da lanchonete ou do restaurante é que o campo-grandense encontra amigos, comemora e se diverte. A prova disso são os números da Junta Comercial do Estado: só de janeiro a agosto deste ano foram 514 novos estabelecimentos no ramo de alimentação abertos na Capital. Número e hábito que podem fazer com que a gente volte a ser, quem sabe, a cidade mais gorda do País.

Campo Grande já teve este título alguns anos atrás, mais precisamente em 2012, quando o Ministério da Saúde divulgou que 56% dos campo-grandenses estavam com excesso de peso, considerado à época o maior índice do País. 

Se é por falta de opção do que fazer nos finais de semana? Ou porque comida é investimento certo na cidade, há quem se programe para um turismo gastronômico cada vez que vem aqui. Publicitário, Pedro Bremm, de 26 anos, mora hoje no Rio de Janeiro, mas vem à Capital pelo menos quatro vezes por ano. "Tenho a impressão que só abre coisa de comida aí", comenta.

Em terra de comilança, Campo Grande já foi a cidade mais gorda do País. (Foto: Arquivo/Fernando Antunes)
Em terra de comilança, Campo Grande já foi a cidade mais gorda do País. (Foto: Arquivo/Fernando Antunes)

Na visão dele ou é porque Campo Grande quer copiar os grandes centros até nos cardápios, ou porque as redes estão enxergando a capital de Mato Grosso do Sul. A cada vinda tem pelo menos cinco novos lugares na lista de onde ele quer provar. "Acho que Campo Grande está crescendo, mas o povo ainda tem ritmo de cidade de interior e não quer sair para balada, ou se sai, coloca a comida antes e depois, mas sempre tem comida", avalia.

Empresária, Edelmira Kaiper, de 52 anos, leva na brincadeira e diz que já cansou de brigar com a família. "Eu nunca saio para comer, mas sempre me chamam. Sou ao contrário, quero sair para conversar e não para comer", diz. Na família, os convites sempre se resumem às idas à pizzaria. "Já estou cansada de brigar, é sempre a mesma coisa".

Edelmira diz que já cansou de brigar com os convites para comer. (Foto: Fernando Antunes)
Edelmira diz que já cansou de brigar com os convites para comer. (Foto: Fernando Antunes)

No caso do caixa Regis Ferreira, de 35 anos, a história é outra. Ele usa a praticidade como justificativa para reforçar que o que a gente gosta mesmo é de sair para comer. "Faltar atração não falta, mas é que o campo-grandense gosta e é mais rápido do que ter que comprar e fazer em casa. Então vai de MC Donald's, Burger King, Bob's", descreve.

A professora Thamyris Leite Lourenço, de 20 anos, concorda com o título, campo-grandense gosta de comer, ainda mais os religiosos, que talvez não tenham outra distração. "Sou de igreja, a gente então só sai para comer. Faltam lugares diferentes e quando abrem na cidade, o que é novo é sempre de comida".

No ramo de Gastronomia há 4 anos, a chef de cozinha Daniela Maluf diz que isso não é só do campo-grandense. Proprietária do food truck "Posto 30", no Nômade Food Park, Daniela explica que a comida é vista como uma maneira de celebração. "No mundo inteiro as pessoas viajam para conhecer restaurantes, as famílias saem para fazer refeição fora. Mesa e comida é um lugar onde as pessoas se reúnem", resume.

É por falta do que fazer nos finais de semana que todo mundo se reúne em volta da comida? (Foto: Vanessa Tamires)
É por falta do que fazer nos finais de semana que todo mundo se reúne em volta da comida? (Foto: Vanessa Tamires)
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