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Comportamento

“Quem disse que domingo será sem piscina?”: morador de prédio dá exemplo

Na sacada de menos de 1 metro de largura, morador improvisou piscina para os filhos

Anahi Zurutuza | 22/03/2020 15:38
Morador de edifício no Bairro São Francisco improvisou piscina na sacadinha para entreter os filhos (Foto: Arquivo pessoal)
Morador de edifício no Bairro São Francisco improvisou piscina na sacadinha para entreter os filhos (Foto: Arquivo pessoal)

Em tempos de confinamento, criatividade é tudo para quem mora em apartamento com duas crianças. Morador de um condomínio no Bairro São Francisco deu exemplo aos vizinhos neste domingo.

“Quem disse que domingo será sem piscina?”, postou no grupo dos condôminos, o publicitário, Rogério Sandim, de 41 anos.

Para os dois filhos, Guilherme e Giovana, de 4 e 10 anos, ele e a esposa montaram “estratégia de guerra” contra o tédio. “Aqui a gente teve de aprender a fazer cineminha com cabaninha no sofá, contamos historias, fazemos leituras, brincadeiras de pintar. E hoje é domingo né? Hoje é dia de piscina e como não podem descer, como não podem ir lá pra área comum, nós improvisamos. Pegamos uma caixa de brinquedo e uma banheira antiga e colocamos na sacada para eles. Temos de fazer de tudo para entreter as crianças dentro do apartamento”.

Crianças de Rogério Sandim brincam de pintar na sala de apartamento (Foto: Arquivo Pessoal)
Crianças de Rogério Sandim brincam de pintar na sala de apartamento (Foto: Arquivo Pessoal)

Por aí - Enquanto isso, em outros condomínios pela cidade, a falta de responsabilidade e entendimento da gravidade da situação preocupa. “Estão indo para as áreas comuns. O síndico já proibiu, mas não adianta. O povo acha que é férias”, afirma moradora, de 35 anos, de residencial no Bairro Tiradentes.  Ela pediu para ter o nome preservado com medo de sofrer represálias por parte dos vizinhos.

Neste domingo, o administrador dos 15 blocos de apartamentos saiu com alto-falante para apelar aos condôminos que ficassem em casa, conta a entrevistada.

Enquanto isso, em condomínio no Tiradentes, crianças e adolescentes ficam livres e aproveitam as áreas comuns (Foto: Direto das Ruas)
Enquanto isso, em condomínio no Tiradentes, crianças e adolescentes ficam livres e aproveitam as áreas comuns (Foto: Direto das Ruas)

Pandemia – Já são 21 pessoas diagnosticadas com a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus em Mato Grosso do Sul, divulgou a SES (Secretaria de Estado de Saúde) há pouco. Mas, se a epidemia não parar de avançar, ainda na primeira semana de abril, o Estado corre risco de ter mais de 30 mil casos confirmados da doença. A tendência, segundo técnicos, é que as confirmações dobrem a cada dois dias.

“O que nos espera é muito pior. Mas se Deus quiser, não vamos viver o que estamos esperando”, disse hoje ao Campo Grande News a integrante do COE (Comitê de Operações de Emergência) da SES, Mariana Croda, que avalia o pico de casos no Estado entre dentro de duas a três semanas.

A situação prevista vai de encontro ao que afirmou o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, na última sexta-feira. Ele disse que a quantidade de casos deve aumentar exponencialmente entre abril e junho e começarem a cair a partir de julho. O sistema de saúde entraria em colapso, no entanto, já no mês que vem.

A única maneira de conter esse avanço é o isolamento social, ou seja, cada um na sua casa.

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