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Comportamento

Se você acha que gêmeos dão trabalho ao nascer, é porque não viu na adolescência

Aline Araújo | 30/11/2014 07:23
Larissa e Leilany não dão mais trabalho, são independentes, mas as despesas aumentaram junto com a idade.
Larissa e Leilany não dão mais trabalho, são independentes, mas as despesas aumentaram junto com a idade.

Em casa de família grande os gastos e trabalho geralmente são grandes, mas quando cada um tem uma idade e passa por fases emocionais diferentes também em épocas distintas, acaba ficando mais fácil balancear as contas e as dores de cabeça. Agora, quando se tem gêmeos, tudo vem mesmo em dobro, das crises na adolescência, à conta no salão de beleza. O bolso aperta mesmo é com adolescentes em casa.

Na fase das festas de 15 anos e formaturas do Ensino Médio, em que tudo é contado em dobro, fica evidente a diferença. “O trabalho vai mudando conforme a idade. Como agora elas são independentes, o problema maior é manter o lado financeiro. A gente acaba dando um jeito, mas é muito difícil você ter o evento na mesma data”, comenta a mãe de Leilany e Larissa Lopes Beline, ambas de 17 anos.

As meninas sempre foram muito unidas, até os 12 anos usavam roupas iguais, até terem a sacada de que se comprassem roupas diferentes teriam mais opção, já que os tamanhos e gostos são os mesmo. “Quando convidam a gente para algum lugar sempre é junto. É como se a gente fosse uma só. Tem festa os amigos falam - chama as gêmeas”, Comenta Larissa.

Nádia e Sofia na foto no colo da mãe, e hoje, com 13 anos.
Nádia e Sofia na foto no colo da mãe, e hoje, com 13 anos.

As brigas são rápidas e logo as duas fazem as pazes. A dor de cabeça fica mesmo para os pais. Apesar de ser mais pratico levar as duas sempre aos mesmos lugares juntas, as vezes os interesses são diferente, é raro mas quando acontece Leilany argumenta. “... mas mãe, nós não nascemos grudadas, somos gêmeas não siamesas”. Tem horas que a situação fica difícil. “As vezes a Larissa vai na casa do namorado, e a mãe fala vai lá com ela. Mãe não dá”, brinca.

A mãe, Consuelo, de 43 anos, explica. “É uma segurança para mim elas saírem juntas. Quando decidem ir cada uma para um lado a preocupação dobra. Porque você sabe que não tem uma para socorrer a outra se acontecer alguma coisa”, justifica.

A preocupação aumentou agora que as duas vão prestar vestibular e escolheram cidades diferentes. Uma vai para Maringá e outra para Marília. "Se elas passarem, a gente vai ter que ver como vai ser para manter as duas em cidades diferentes. Muito difícil isso", diz a mãe.

O pensamento não muda quando as filhas são um pouco mais novas, o trabalho é maior na infância mesmo, mas os gastos aumentam junto com os anos. Nádia e Sofia Prestes Takecchi têm 13 anos. Estão entrando na fase dos aniversários de debutante. O pai, o jornalista João Prestes, de 47, conta que já está assustado com a conta do salão.

“Tem duas fases. Quando criança, para criar gêmeos você gasta um pouco mais é normal. Quase tudo é um gasto em dobro. Mas agora, na adolescência, é surpreendente, o gasto é muito maior. Cabelo, unha, roupa...é uma demanda que eu nunca vi! Ainda mais que são meninas". As filhas colabora, são conscientes e pesquisam antes de comprar, mesmo assim... "Só que são 10 lojas para achar coisas para uma e mais 10 para achar para a outras”, reclama o pai.

João, as filhas e a esposa.
João, as filhas e a esposa.

As personalidades são bem diferentes. Enquanto Nádia tem um estilo descolado, gosta de rock e usa preto, Sofia é uma patricinha assumida e prefere escutar pop e sertanejo. Apesar disso as contas são bem parecidas.

“Bom o que eu posso te falar é que a gente sempre teve muito cuidado em dar o tratamento igual para as duas. Até para não criar melindre entre elas. Isso é complicado, sempre tem uma que se acha abandonada. Tem que ter muita psicologia, se faz um elogio para uma, tem que pensar logo em fazer um elogio para a outra”, comenta o pai zeloso.

E isso reflete nas contas. Sempre que uma quer algo, o valor acaba sendo duplicado. Apesar das diferenças, as duas sempre saem juntas, o que facilita principalmente no levar e buscar para os pais. “Essa fase é interessante, porque elas fazem companhia uma para a outra. Quanto ao gasto, isso não tem jeito, a gente tem que administrar para dar igual para as duas”, comenta Aline Takecchi, de 42 anos, mãe das meninas.

João ensina quem ainda vai passar por essa experiência: é bom não dar muitas asas a imaginação da garotada. É bo deixar claro que não dá para ter o que todo mundo na escola tem. “Elas querem celular, o mesmo que os colegas têm, e não podem acompanhar modismo! Na adolescência, aumentou muito a demanda do consumo. Agora mesmo elas estão na academia. Eu acho que nem precisava, mas como elas queriam, a gente deu um jeito".

E como vida de pai é abrir mão... "Geralmente corto os meus gastos, eu que não tenho nada novo”, brinca João, ao ressaltar que o único campo que não se faz economia é o da educação.

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