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Comportamento

Só 17 dias foram necessários para Cristina e Ricardo casarem e amor dura 42 anos

Os dois começaram a frequentar bailes no União e o chamamé foi decisivo para unir o casal

Thaís Pimenta | 02/10/2018 07:48
Cristina e Ricardo no Concurso de Dança no 2º Festival Cultural de Mato Grosso do Sul. (foto: Anahi Gurgel)
Cristina e Ricardo no Concurso de Dança no 2º Festival Cultural de Mato Grosso do Sul. (foto: Anahi Gurgel)

Cúmplices no amor e na dança há 42 anos, Ricardo Silva Martinez, de 63, e Cristina Duarte, de 57, tinham tudo para seguir rumos diferentes na vida, mas em apenas 17 dias de namoro os dois juntaram as escovas de dentes, em 1976.

Hoje, os filhos Ricardo e Fábio são a parte mais importante da história, mas eles também dividem outro amor: pelo chamamé, o que na avaliação deles também fala muito sobre o relacionamento. "É preciso uma cumplicidade tanto na dança quanto no casamento. Tomar cuidado para não pisar no pé da parceira exige muita atenção, o olho no olho. A dança nos ensina muito, em relação a postura, e o relacionamento também", diz Ricardo.

O amor aconteceu por acaso. Cristina passava uns dias na casa do irmão, na casa que o quintal dava para os fundos da residência de Ricardo. Ela diz que não tinha notado o futuro esposo até que passou a observá-lo alimentando com um café da manhã o quati que tinha adotado. Bastou alguns dias de paquera para que o primeiro cumprimento desse origem ao namoro.

"Mas nós ficamos casados sem assinar papel um tempão. Fomos nos casar em 2002 num casamento coletivo que teve em Campo Grande. E ele nunca me pediu em casamento viu? Soube dessa oportunidade e me disse pra fazermos a inscrição", brinca ela, a respeito das curiosidades do casório.

Descendente de argentinos e paraguaios, talvez já estivesse no sangue de Ricardo o interesse pela dança, pois desde adolescente gostava dos bailões da época. "Desde cedo eu acompanhava os meninos do grupo Os Filhos de Vacaria, ia nos bailes e tudo", acrescenta. Foi por influência dele que Cristina começou a frequentar as festas de chamamé e polca. Em 1980, conforme se recordam, passaram a frequentar cursos do ritmo de origem argentina.

Casal nos bailões do passado, no início do casamento.   (Foto: Acervo Pessoal)
Casal nos bailões do passado, no início do casamento. (Foto: Acervo Pessoal)
Sorriso no rosto é fruto de muita cumplicidade em 42 anos de amor. (Foto: Paulo Francis)
Sorriso no rosto é fruto de muita cumplicidade em 42 anos de amor. (Foto: Paulo Francis)

"Para nós era sagrado, aos sábados, ir aos bailes no Clube União dos Sargentos e no CTG (Centro de Tradições Gaúchas). Antes de termos filhos era mais constante, mas depois dos meninos continuamos indo", lembra Cristina.

Mas jamais imaginariam que estariam a frente de um grupo oficial de chamamé em Campo Grande, como diretores do Grupo de Dança Instituto do Chamamé MS, representando Mato Grosso do Sul na Argentina por conta do festival que aconteceu no mês passado.  "Contando conosco são 12 casais que participam do grupo. Mesmo sendo apenas um hobby que as vezes nos faz tirar dinheiro do bolso é aquele tipo de coisa que dinheiro nenhum paga, vale a pena e faz muito bem".

Além de fazer bem para a saúde, visto que comprovadamente os 3 bicos de papagaio na coluna de Ricardo dão uma trégua nas dores enquanto está ao lado de Cristina na dança, foi o chamamé que apresentou a eles amigos que são verdadeiros irmãos e estão lado a lado do casal a todo momento. 

Casal ficou em 4º lugar no concurso da 2ª edição do Festival Cultura do Chamamé. (foto: Anahi Gurgel)
Casal ficou em 4º lugar no concurso da 2ª edição do Festival Cultura do Chamamé. (foto: Anahi Gurgel)

"Temos amigos na Argentina, no Paraguai. Eu que tenho família por lá nunca fui para o país para visitar os familiares, mas para encontrar os amigos sim. Ganhamos amigos em vários locais do mundo, no sul do Brasil, e temos um lugar pra ficar em cada canto destes, assim como eles sabem que podem contar conosco em Campo Grande".

Ricardo e Fábio costumam dizer que hoje são os pais quem dão trabalho para eles. "Nós saímos muito e eles brincam sempre com a gente dizendo que viraram nossos pais".

Mantendo a profissão como marceneiro e ela como salgadeira, sonham com o futuro: em ver Mato Grosso do Sul com ainda mais espaço dentro da cultura chamamezeira e conta, os dias para que janeiro chegue, quando participam do maior festival do estilo na Argentina.

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