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Comportamento

Sr. Funada abriu fábrica em MS e virou alegria com "refri de saquinho"

História que começou em Presidente Prudente veio para cá porque o Estado era um dos que mais consumia o refri

Por Natália Olliver | 12/12/2025 07:01
Sr. Funada abriu fábrica em MS e virou alegria com "refri de saquinho"
Márcio Funada, um dos gestores da empresa, começou como vendedor aos 15 anos (Foto: Henrique Kawaminami)

Vira e mexe alguém pede guaraná no saquinho nos bares e mercearias da cidade e não é difícil que falem sobre a saudade de furar tampinha e beber o "refri" que fez parte da infância e acompanhou a vida de muita gente. O que alguns não sabem é que a fábrica da famosa Funada, que depois acabou virando “patrimônio” do Estado, se instalou aqui justamente porque a demanda era alta demais para ficar atravessando de balsa os engradados de Presidente Epitácio até Bataguassu.

RESUMO

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A Funada, tradicional fabricante de refrigerantes, marcou gerações com seu famoso guaraná servido em saquinho plástico. A empresa, fundada em 1947 por Mampei Funada em Presidente Prudente (SP), expandiu-se para Campo Grande em 2006, devido à alta demanda no Mato Grosso do Sul. A prática de servir refrigerante em saquinho, popular entre os anos 1950 e 2000, surgiu devido ao alto custo das garrafas de vidro e à praticidade no transporte. Hoje, a fábrica sul-mato-grossense produz dez vezes mais que no início das operações, mantendo viva a tradição que se tornou parte da memória afetiva de muitos consumidores.

Embora tenham outras marcas, todo Estado tem um refrigerante para chamar de seu, por aqui, esse ganhou o coração das pessoas. A fama dos guaranás nos saquinhos começou nos anos 1950, teve o auge nos anos 70 e se estendeu até 2000.

Para contar essa história, o Lado B falou justamente com quem esteve dentro do negócio desde os 15 anos e viu de perto a então sorveteria Funada se transformar em uma fábrica de refrigerante.

Sr. Funada abriu fábrica em MS e virou alegria com "refri de saquinho"
Sr. Funada abriu fábrica em MS e virou alegria com "refri de saquinho"
Empresa de família tinha receita de refri artesanal e processo manual (Foto: Arquivo pessoal)

Márcio Funada, de 52 anos, conta que a prática de tirar a garrafa e colocar no plástico era porque o vidro ainda era caro na época, muitos estabelecimentos não tinham copo descartável, o vasilhame não era retornável e pela facilidade do transporte.

Apesar de outros refrigerantes também terem vivido a época em que eram entregues aos clientes no saquinho, foi o guaraná/tubaína que ganhou toda a fama na nostalgia das pessoas.

“A tubaína era mais acessível que outros refrigerantes, isso ficou gravado na memória afetiva das pessoas. Os bares e mercearias, a cantina da escola não podia deixar o casco com o cliente, então tinha que colocar no saquinho para que eles levassem embora.”

Sr. Funada abriu fábrica em MS e virou alegria com "refri de saquinho"
Sr. Funada abriu fábrica em MS e virou alegria com "refri de saquinho"
Tubaína/ Guaraná ficou na memória afetiva das pessoas ao ser servida no saquinho (Foto: Henrique Kawaminami e Arquivo pessoal)

Depois de ter passado por quase todas as fases na fábrica e ver o tio e o pai fazerem os refrescos, hoje Márcio é um dos donos. Em Campo Grande desde 2007, ele explica que veio para cá um ano depois que a única filial da marca se instalou aqui, em 2006.

“A gente atende Mato Grosso do Sul há muitos anos, deve ter uns 50, desde a época que tinha balsa em Porto Epitácio. Quando surgiu a ideia que a gente tinha que ampliar, apareceu o nome de Campo Grande. O Estado era um dos que mais consumiam. A gente está em quase todo. Hoje a gente aumentou a produção em 10 vezes mais do que quando montou a fábrica.”

Funada conta que começou a trabalhar no negócio da família como promotor de venda, depois foi para o setor administrativo, depois ocupou o cargo de gerência até se tornar gestor. “Abastecia a gôndola e colocava preço. Depois fui vendedor e trabalhei bastante na parte de eventos, depois fui administrativo e depois gerência. Tô nesse cargo há uns 20 anos.”

Sr. Funada abriu fábrica em MS e virou alegria com "refri de saquinho"
Sr. Funada abriu fábrica em MS e virou alegria com "refri de saquinho"
Márcio e família Funada depois que chegaram ao Brasil (Foto: Henrique Kawaminami e Arquivo pessoal)

Para ele, quando as pessoas associam o guaraná de saquinho à Funada, é um reconhecimento de 78 anos de história da marca e conquista pessoal.

“É uma alegria muito grande, sempre a gente escuta as pessoas falando que sentem saudade de furar a tampinha e colocar o guaraná no saquinho. Isso é gratificante, dá um orgulho para a gente. Uma vez ouvi falarem assim: a marca se torna tão conhecida que ela sai da sua mão e passa a pertencer ao povo.”

História

Para quem está por fora da história, tudo começou após  a família Mampei Funada sair do Japão para morar no Brasil. Em Presidente Prudente (SP), interior de São Paulo, a Indústria de Bebidas Funada ficou famosa pela Tubaína. O primeiro estabelecimento foi uma sorveteria e bar localizado na Rua Quinze de Novembro.

Em 1947 Mampei Funada e dois de seus filhos fundam a “Funada e Filhos”, que produzia guaraná, água tônica, xaropes, soda limonada, conhaque, aguardente, quinado, raiz amarga e vinagre. Tudo mudou em 1970, quando começaram a comprar máquinas tecnológicas para envasar bebidas. Em 2006 a família abriu a única filial da empresa em Campo Grande.

“Meus avós começaram com uma sorveteria e depois mudaram para fábrica de refri artesanal, tudo manual. Meu tio junto com meu avô estavam no ramo de alimento e resolveram fazer refrigerante. Viram outros fazendo e queriam tentar. Deu certo. A empresa foi mudando. No começo era uma receita e depois foi aprimorando. Tem o seu segredo industrial até hoje. Anos depois compramos a primeira máquina semiautomática. Antes era tudo manual.”

Sr. Funada abriu fábrica em MS e virou alegria com "refri de saquinho"
Sr. Funada abriu fábrica em MS e virou alegria com "refri de saquinho"
Anos 90 foram o "auge" do refri que cresceu junto com muita gente (Foto: Henrique Kawaminami e Arquivo pessoal)

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