ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 22º

Comportamento

Trinta e cinco anos depois, turma tenta achar ex-colegas para festa em outubro

Ângela Kempfer | 06/09/2013 06:12
Gilda mostra foto dos ex-colegas de Paraguaçu Paulista. (Fotos: João Garrigó)
Gilda mostra foto dos ex-colegas de Paraguaçu Paulista. (Fotos: João Garrigó)

Há 35 anos, Gilda chegava a um internato no interior de São Paulo para começar os estudos ao lado de gente que nunca havia visto antes. Três anos depois, a turma de amigos terminou os cursos técnicos e alguns nunca mais tiveram contado. Mas como não há distância que as redes sociais não diminuam em 2013, falta pouco para uma festa servir ao reencontro.

Em Campo Grande, a ex-estudante do CTA de Paraguaçu Paulista organiza a vida para voltar ao lugar onde funcionava o internato e rever os ex-colegas. Já combinou com outra ex-aluna que também vive aqui para as duas irem juntas em outubro.

“O Facebook aproximou a gente. Fica muito mais fácil hoje encontrar as pessoas. Vai falando com um, que lembra do outro, e logo a gente tem um grupo de novo”, avalia. O desafio é continuar localizando pessoas, porque estão espalhados pelo Brasil, muitos em Mato Grosso do Sul.

Há 16 anos, eles também tentaram reunir a turma do passado, mas sem o auxílio das redes sociais, tudo era muito mais difícil e poucos participaram do encontro para recordar os velhos tempos em Paraguaçu. “Naquela época, a gente deve de apelar para endereços e telefones antigos, foi difícil encontrar as pessoas”, lembra.

Como agora o objetivo de localizar as pessoas foi cumprido, ela sentiu a necessidade de compartilhar a experiência e, talvez, receber informações sobre outros “desaparecidos”.

“Alguns hoje moram em Manaus, outros em Cuiabá, Rondônia”, conta. Remanescentes foram encontrados até no Pará e vão ter ajuda dos ex-colegas para participarem da festa. “estamos fazendo vaquinha para pagar as passagens”, diz Gilda.

Gilda com o jaleco assinado pelos colegas em 1981, quando o curso terminou.
Gilda com o jaleco assinado pelos colegas em 1981, quando o curso terminou.

Unidos - Em 1976, quando ela deixou a casa dos pais para estudar,  muitos jovens saiam de Mato Grosso do Sul para cursos técnicos públicos em Paraguaçu Paulista, de Economia Doméstica para as meninas e Agropecuária para os meninos.

Para Gilda, que saiu de fazenda em Anaurilândia, tudo naquele tempo foi uma grande descoberta, por vezes triste, por outras inesquecíveis de tão boas, o que uniu a turminha do internato.

Na vontade de reunir todo mundo, algumas notícias foram um encontro com o presente. “Descobrimos algumas mortes, o que decepciona”, comenta. Em um dos casos, um colega de Cuiabá foi localizado a tempo, mas com câncer, morreu meses depois do convite. “Na reta final ele morreu. Foi uma aproximação que durou pouco”, lamenta Gilda.

Para quem ficou tanto tempo sem se ver, a conversa pode ser curta, mas Gilda duvida. “Tem muita coisa para lembrar, coisas que a gente aprontava. Uma sessão nostalgia”.

O medo de ser avaliada também pesa, afinal, o último contado foi na juventude. “Tem gente que eu vejo pelo Facebook e que eu nunca reconheceria na rua”. Mesmo assim, ela jura que vai sem medo e levará na mala jaleco que usava naquela época e guarda as assinaturas de despedida.

“Claro que eu não quero fazer feio. Mas só vou investir em uma roupa. Vou ‘metida’. Não quero que alguém olhe e diga que estou acabada”, brinca Gilda.

A festa será nos dias 19 e 20 de outubro, em Paraguaçu Paulista.

Nos siga no Google Notícias